É possível afirmar com certa segurança que as obras de expansão da Linha 9-Esmeralda da CPTM em direção à região de Varginha, no extremo sul de São Paulo, eram o projeto mais simples de ser tocado pelo governo do estado na área de trilhos. Mas como quase todas as obras públicas no Brasil, não importa o grau de complexidade, a burocracia e o descaso com patrimônio público “compensam” qualquer possível celeridade a fim de tornar sua construção uma eterna novela.
Foi o que ocorreu até aqui com as obras de duas estações (Varignha e Mendes-Vila Natal) e 4,5 km de vias que começaram em novembro de 2013 e deveriam ter sido entregues em 2015 beneficiando cerca de 110 mil pessoas que moram em bairros como Estrada dos Mendes, Varginha, Vila Natal, Jardim Icaraí, Jardim São Bernardo e Conjunto Residencial Palmares.
Com a faixa de domínio disponível, afinal trata-se da antiga Estrada de Ferro Sorocabana, bastava à CPTM prolongar as vias, fazer algumas passagens subterrâneas e viadutos além das duas estações – sem contar um terminal de ônibus e a instalação de sistemas e afins. Nada que se compare ao desafio de construir uma nova linha como a 13-Jade com seus 12 km de extensão, a maior parte dele em elevado.
Mas a extensão até Varginha sucumbiu não porque as empresas contratadas quebraram ou porque as desapropriações atrasaram, para citar dois problemas recorrentes. A questão envolveu uma trapalhada burocrática já que a obra deveria contar com dinheiro do PAC do governo federal. Mas a gestão Alckmin acabou levando à frente um tipo diferente de licitação que não se enquadrava nas exigências do programa federal.
Alckmin até levou a obra à frente com recursos do próprio estado mas a crise econômica acabou com o dinheiro e a saída foi cancelar os contratos vigentes e refazer a licitação.
Obras fatiadas
Isso ocorreu em setembro de 2016, ou seja, há praticamente 30 meses, e somente agora o último dos contratos foi assinado, com a empresa Engibrás, que será responsável pelo lote 2 da obra. Com custo de R$ 87 milhões, o projeto será custeado pelo governo federal e por isso ainda aguarda autorização do Ministério do Desenvolvimento Regional para que a ordem de serviço seja emitida.
Antes disso, em 2018, o governo já havia reiniciado outras frentes de trabalho menores, mas é fato que nada adiantaria ser terminado sem o lote 2 concluído. E isso só ocorrerá caso a Engibrás entregue sua parte dentro do prazo, ou seja, até o último trimestre de 2020. Se esse cenário se confirmar a extensão terá levado sete anos para sair do papel. E pensar que a expansão da Linha 9 nem é o caso mais absurdo nos atrasos em obras metroferroviárias.
Agora sai pra valer pro concessionário assumir tudo lindo.
Marcos vai sair porque agora tem os recursos necessarios a concessão so saira depois que a obra estiver pronta. e simples assim