O imbróglio que se transformou a Linha 17-Ouro está perto do fim. Depois de repassar o lote 2 de estações para o consórcio TIDP, agora o Metrô diz que nas próximas semanas deverá fechar acordo para que as obras do pátio de manutenção e das vias, sistemas e material rodante sejam retomadas.
De acordo com informações publicadas no site da revista Veja São Paulo, o Metrô planeja ter toda a obra retomada até julho.
A Linha 17, a segunda a optar pelo sistema monotrilho, foi licitada originalmente em 2011 e começou a ser construída em abril de 2012 num ritmo que surpreendeu pela velocidade.
No entanto, logo ficou claro que o projeto tinha dificuldades. O pátio, ponto crucial para que o monotrilho fosse testado, e as oito estações da Fase 1, só foram licitados muito tempo depois e demoraram a começar as obras.
Nesse meio tempo, dois imprevistos: uma viga-trilho içada próxima ao Aeroporto de Congonhas despencou e matou um funcionário da obra. O Ministério do Trabalho suspendeu os trabalhos até chegar a uma conclusão sobre o acidente.
Mais tarde, quando as construtoras chegaram ao trecho da Marginal Pinheiros e precisaram interditar a ciclovia da CPTM (que fica bem embaixo das vias), protestos de ciclistas fizeram com que novamente a obra parasse até fosse construída uma nova ciclovia na outra margem do rio.
Falta de ritmo
Enquanto isso, os trabalhos nas estações e no pátio seguiram em ritmo lento, com várias interferências. Para complicar ainda mais a situação, o Metrô decidiu mudar o projeto da estação Morumbi, que fará a ligação com a estação de mesmo nome da Linha 9. Retirada do escopo, a nova estação ainda não foi licitada.
Durante 2015, era nítida a falta de ritmo na maior parte dos canteiros, sobretudo os de responsabilidade do consórcio Monotrilho Integração, Estações e Pátio, todos pertencentes às construtoras Andrade Gutierrez e CR Almeida – o outro consórcio, TIDP, segue em frente em suas quatro estações.
Para piorar, o governo decidiu suspender os lotes 2 e 3 por falta de recursos. Considerados essenciais por ligarem comunidades carentes à rede de metrô e trens, essas estações dependem de ações da prefeitura com abertura de avenidas e outras intervenções.
No final do ano, com canteiros vazios, o Metrô decidiu romper contrato com essas construtoras e buscar outros participantes que possam se interessar em assumir os lotes. Seja como for, a expectativa do governo é que a Linha 17 esteja em funcionamento no final de 2018.