Quase três anos após realizar as primeiras experiências com o sistema, o governo do estado voltou a testar o pagamento de tarifa por meio de QR Code nesta terça-feira (3). O novo projeto-piloto repete algumas soluções do primeiro teste, que ocorreu na estação Tamanduateí da Linha 10-Turquesa em outubro de 2016, mas traz algumas novidades como uso de aplicativo para adquirir a passagem além da venda em máquinas de autoatendimento.
Os testes durarão 45 dias e estão disponíveis nas estações São Judas e Paraíso (Linha 1-Azul) e Pedro II (Linha 3-Vermelha) do Metrô e Autódromo (Linha 9-Esmeralda), Tamanduateí (Linha 10-Turquesa), Dom Bosco (Linha 11-Coral) e Aeroporto-Guarulhos (Linha 13-Jade) da CPTM.
Em cada uma delas existem dois bloqueios com validadores capazes de ler o QR Code, cujos bilhetes não valem para integração com outros modais. Para adquirir o bilhete pelo smartphone é preciso baixar o aplicativo VouD tanto para Android quanto iOS. Para liberar o bloqueio é preciso abrir o código na tela e validá-lo de forma semelhante ao uso do cartão BOM, por exemplo.
Também é possível imprimir o código nas máquinas de autoatendimento mediante pagamento por cartão de débito ou então comprá-lo nas bilheterias com dinheiro. Os bilhetes com QR Code serão válidos até 18 de outubro, mas a Secretaria dos Transportes Metropolitanos recomenda, no entanto, que eles sejam usados o quanto antes por risco de a impressão perder qualidade.
São Paulo atrasada
A iniciativa da gestão de João Doria tem estudado soluções para reduzir custos e fraudes no pagamento das tarifas de Metrô e CPTM, sobretudo em relação ao Bilhete Único, sistema controlado pela Prefeitura de São Paulo. O governo pretende utilizar os meios eletrônicos para facilitar o serviço, algo que já é comum em vários sistemas sobre trilhos no mundo e mesmo no Brasil. O MetrôRio, por exemplo, já utiliza o pagamento por aproximação em parceria com a Visa.
Trata-se da tecnologia mais promissora porque evita a impressão de bilhetes e reduz custos e riscos por não ser necessário manter um cartão específico para uso no transporte público. O Metrô de Nova York adotou a tecnologia recentemente enquanto a Transport for London, responsável pelo transporte em Londres, já usa o chamado “contactless” com sucesso há bastante tempo, dispensando o famoso cartão Oyster.
Já em São Paulo, a burocracia tem dominado toda a rede pagamento de passagem a começar pelo fato de mais de uma empresa operar linhas. Por essa razão, o governo utiliza uma câmara de compensação para repassar os valores para cada uma. Além disso, tanto Metrô como CPTM ainda utilizam o velho bilhete de papel Edmonson, mas que só valem nas respectivas linhas de cada companhia. Segundo a STM, 15% dos pagamentos no Metrô são feitos com bilhete Edmonson enquanto na CPTM essa participação é maior: 25%.
O projeto-piloto não terá custo para o estado, segundo o governo. Ele será bancado pelo Consórcio Metropolitano de Transportes (CMT) que reúne 45 viações de ônibus e que tem a gestão do cartão BOM. Esse sistema, fornecido pela empresa Autopass, é o mesmo do teste na CPTM em 2016. Curiosamente, ela possui tecnologia por aproximação que parece mais adequada do que o QR Code, mas que por ora não foi incluída no projeto.