Pela primeira vez, a Zona Leste de São Paulo verá os “tatuzões” atuando em seu subsolo. Ou melhor dizendo, praticamente não notará sua passagem pelas regiões de Penha, Aricanduva, Anália Franco e Oratório, entre outras, já que o equipamento, chamado em inglês de “tunnel boring machine” (máquina perfuradora de túneis) escava seu caminho a vários metros abaixo da superfície. Mas, afinal, como será esse trabalho que levará a Linha 2-Verde até a Penha? Por onde ele começará e qual o tempo previsto para que eles completem sua missão?
O Metrô jogou um pouco de luz no assunto ao atualizar o contrato com o Consórcio Linha 02 Verde – Vila Prudente – Dutra, formado pelas empresas Galvão Engenharia, S.A Paulista de Construções e Comércio e Sacyr Construcción do Brasil nesta semana. É ele que está encarregado da construção dos túneis onde os trens da Linha 2 circularão, além de também ser responsável pela estação Vila Formosa, entre outros serviços.
Mas é o escopo das tuneladoras que será crucial para que a obra, prevista para ser concluída em 2025, não atrase. Embora o sistema de escavação por “shield” seja o mais veloz atualmente, sua complexidade exige um tempo elevado de preparação antes que ele comece de fato a atuar. Basta lembrar como demorou para que os três tatuzões da Linha 5 conseguissem concluir seu trabalho em 10 km. Um deles levou mais de mil dias para percorrer quase 5 km de túneis. Até hoje, aliás, o Metrô utilizou esse equipamento para abrir túneis nas cinco linhas subterrâneas, porém, na Linha 3-Vermelha esse trabalhou se concentrou da cidade, daí a afirmação que o tatuzão estreará na Zona Leste.
Duas etapas
Pelo cronograma acertado entre o Metrô e o consórcio, a escavação dos túneis ocorrerá em duas fases. A primeira partirá do chamado Complexo Rapadura, um futuro estacionamento de trens localizado nas profundezas da Praça Mauro Broco, no Jardim Textil. Nesse canteiro será feito inicialmente um poço para o “shield” ser montado e iniciar sua escavação em direção à Vila Prudente.
Pelos detalhes do documento, supõe-se que a tuneladora passará direto pela futura estação Vila Formosa, fazendo sua primeira parada programada no poço de ventilação Coxim. A previsão é que ela fique em manutenção por duas semanas quando retomará seu trabalho em direção à estação Anália Franco, onde deve chegar após 35 dias. Nova parada de 20 dias e retomada sentido o poço Capitão após três semanas de escavação. De lá até a futura estação Água Rasa serão necessários 76 dias de avanço, quando haverá uma pausa de 20 dias. Cerca de 84 dias depois, o tatuzão deverá atingir a estação Orfanato, de onde fará sua última partida para chegar ao poço Falchi Gianini um mês depois.
Segundo o cronograma, essa primeira etapa de escavação e que a instalação da via permanente e trilhos, levará até 677 dias a partir da ordem de serviço emitida pelo Metrô. Ou seja, um ano e dez meses aproximadamente.
Embora não esclarecido, tudo leva a crer que será usado o mesmo “tatuzão” para escavar a segunda fase, entre Penha e o Complexo Rapadura. A razão é que o cronograma dá a entender que a assinatura da ordem de serviço apenas quando a primeira fase estiver concluída. Se quisesse lançar duas escavações simultâneas, como ocorreu na Linha 5, certamente essas datas seriam parecidas. O site enviou perguntas ao Metrô sobre esses detalhes, mas até agora não recebeu qualquer resposta.
A missão do shield na segunda fase começa na estação Penha, partindo em direção à estação Aricanduva. De lá, após um período de manutenção de 20 dias, o equipamento levará 71 dias para atingir a estação Nova Manchester, com uma breve parada e retomada até a estação Guilherme Giorgi, onde deverá parar por três semanas após 74 dias de escavação. A última “perna” será curta, até o Complexo Rapadura, onde será desmontado. Nesse trecho, o prazo total dos túneis é de 489 dias, pouco mais de um ano e quatro meses.
Ainda de acordo com o aditivo do contrato, o prazo para todo o serviço compreendido nessa etapa é de julho de 2025. Vale dizer que essas datas devem variar bastante, como é comum em obras desse vulto. Mas será bom saber que o “tatuzão” logo estará de volta à ativa nos subsolos de São Paulo.
O plano é o governo ligar a Linha 2 – Verde do Metrô de Gopouva (Guarulhos) até a Aliança (Osasco)
Plano de quem?
Do Metrô que não é.
Ricardo, poderia fazer uma matéria sobre a audiência de concessão das linhas 8 e 9 que teve nessa semana? Abraço, seu site é otimo!!!
se tudo que escreve fosse colocado em pratica o nosso pais era de primeiro mundo
Oi Felipe, desculpe, a ideia era fazer uma análise da audiência na sexta-feira, mas a CPTM não disponibilizou os arquivos a tempo. Estou preparando um post a respeito para segunda-feira. Obrigado!