A Linha 15-Prata do Metrô continua sem previsão de retorno à operação nesta terça-feira, 03 de março. Por isso, o sistema Paese, com ônibus disponbilizados pela SPTrans, continuará funcionando durante todo o dia no trajeto do ramal entre São Mateus e Vila Prudente de forma gratuita. A empresa , inclusive, reforçou o número de veículos de 50 para 60 ônibus biarticulados a fim de dar conta da demanda que utilizaria a linha do Metrô.
Em nota, o Metrô afirmou que “as empresas Bombardier e o
consórcio CMEL, fornecedores da estrutura e trens do monotrilho,
identifiquem a razão dos problemas de sua
responsabilidade.
A medida foi tomada por precaução e o Metrô está acompanhando os
trabalhos, além de cobrar urgência na solução do problema, para que
a linha volte a funcionar”.
Na quinta-feira passada, um pneu da composição M20 estourou durante a operação, obrigando o recolhimento do trem. O rompimento ocorreu de forma inesperada, o que fez com que a Bombardier decidisse inspecionar os demais trens e constatou-se que havia danos em vários deles. Na sexta-feira, a fabricante solicitou ao Metrô que paralisasse a operação da linha para averiguar as causas do problema precoce.
Pneus em trilhos são mais comuns do que se pensa
Ao contrário do trem convencional, o monotrilho se desloca sobre vigas de concreto e não trilhos metálicos. Por essa razão, as composições utilizam pneus tanto para suportar o peso dos vagões quanto para servirem de guias nas laterais da viga. São dois conjuntos de pneus por vagão e que são mantidos cheios com gás nitrogênio e possuem uma estrutura mais rígida justamente para não perderem sua conformidade caso haja um vazamento. É o chamado “run flat”, uma tecnologia mais comum em carros e que permite dispensar o estepe. Nesse caso, mesmo que o pneu perca pressão, a estrutura o mantém em condições mínimas de segurança para seguir rodando.
O que chama a atenção no episódio é justamente o que fez esses pneus, fornecidos pela Michelin, se romperem. Segundo o Diário do Transporte, partes do pneu que explodiu acabaram lançadas em um comércio ao lado da via, ou seja, supõe-se que a força tenha sido grande para que ele espalhasse detritos em uma distância grande.
Apesar do episódio inesperado, os pneus de monotrilho são desenvolvidos para suportar grandes cargas e rodarem por muito tempo. De acordo com o Metrô, os pneus do Innovia 300 da Bombardier podem rodar 50 mil km, algo como realizar mais de 1.900 viagens de ida e volta entre Vila Prudente e São Mateus. No entanto, a companhia percebeu que a durabilidade pode ser bem maior, segundo relato de um funcionário ao site quando visitamos o pátio em 2017.
A Bombardier, por sua vez, já desenvolve monotrilhos há bastante tempo e tem algumas linhas em operação no mundo, porém, com modelos de trens mais antigos. O Innovia 300, usado na Linha 15, ao contrário, só é utilizado em São Paulo embora existam projetos na Árabia Saudita, Tailândia, Egito e China.
Outro aspecto importante a se observar é que o uso de pneus em linhas metroferroviárias não é algo inédito tão pouco incomum. Metrôs como o de Paris e do México possuem trens convencionais equipados com pneus e que operam há décadas. A vantagem dessa configuração está na possibilidade de rodar em aclives e declives mais acentuados onde as rodas de aço não conseguem um despempenho adequado. Na França, seu uso teve outro motivo, a redução do ruído já que algumas linhas elevadas incomodavam os moradores.
Espera-se que a Bombardier e o consórcio CEML encontrem logo a causa do problema e que sua solução não exiga grandes alterações no sistema a fim de que a volta à operação não demore.
Todos já sabiam que este modelo é um dos piores. São Mateus e região precisava de um metrô de verdade, o monitrilho além de não atender a demanda, tem um histórico de graves problemas de manutenção.
De São Mateus para a Av. Paulista eu estava levando 1 hora e 10 minutos.
Ontem levei 2 horas e meia, por conta do trânsito que o ônibus precisa enfrentar. Um absurdo.
Quem foi a pessoa que bateu o martelo aprovando esta porcaria de transporte?