A Linha 20-Rosa já é comentada na mídia há pelo menos 12 anos, mas certamente tem sido estudada pelo Metrô antes disso.
Seu objetivo principal é ser uma ligação perimetral entre vários ramais metroferroviários utilizando como base de traçado um contorno da região sul da capital, passando por Moema, Itaim, Vila Olímpia e o eixo da Avenida Faria Lima.
Os extremos do ramal partiam de um lado da Lapa e de outro, de São Bernardo do Campo, onde faria conexão com a Linha 18-Bronze de monotrilho.
Siga o MetrôCPTM nas redes: WhatsApp | Facebook | LinkedIn | Youtube | Instagram | Twitter
O tempo passou e os estudos realizados pelo Metrô, além de mudanças de gestão e projetos, fizeram a Linha 20 ir um pouco além, chegando agora à estação Santa Marina (conexão com a Linha 6-Laranja) e à estação Santo André (Linha 10-Turquesa).
Trajeto distante do trecho original da Faria Lima
Mas a alteração mais surpreendente ocorreu em seu miolo, quando a companhia estadual decidiu desviar a linha do eixo mais antigo da Faria Lima.
Em vez de cortar toda a via, como faz a Linha 2-Verde na Avenida Paulista, a Linha 20 atenderá parcialmente esse eixo, com as estações Tabapuã e Jesuíno Cardoso, ambas na ponta sul da Faria Lima.
A antiga conexão com a Linha 4-Amarela na estação Faria Lima passou a ser feita em Fradique Coutinho, deixando um longo trecho da avenida distante do ramal.
Nas audiências públicas realizadas pelo Metrô no começo do ano, a companhia justificou a mudança em virtude da falta de demanda na região, que é de alto poder aquisitivo.
Em vez de usar o eixo da Faria Lima, como seria a opção original, o túnel da Linha 20 passará pelo subsolo do Jardim Europa, precisando para isso de dois poços de ventilação e emergência no meio do bairro.
O poço que poderia ser uma estação?
Chamado provisoriamente de VSE9, um dos poços em questão ficará a menos de 150 metros da Avenida Faria Lima, nas proximidades de onde antes eram previstas as estações Jardim Europa e Jardim América.
Se fosse uma estação, o local facilitaria a vida dos passageiros, que não teriam que andar cerca de mil metros para chegar uma estação na região.
Como mostra a ilustração, a ausência de uma estação no coração da avenida mostra que vários edifícios e mesmo o Shopping Iguatemi continuarão “ilhados” da mobilidade sobre trilhos.
Se o local fosse convertido em mais um ponto de embarque e desembarque, haveria um equilíbrio natural em um raio de 1.100 metros onde se situam na borda as estações Hebraica Rebouças, Faria Lima, Fradique Coutinho, Tabapuã e Cidade Jardim.
O argumento do Metrô é de fato válido e este site não pode contestar especialistas no assunto, mas não custa perguntar por que outras regiões com demandas baixas terão direito a uma estação da Linha 20-Rosa.
Segundo o estudo de demanda da companhia, as futuras estações Indianópolis e Teodoro Sampaio deverão atrair um público diário de 11.900 e 9.500 passageiros num cenário de 2040.
Significa um movimento quatro a cinco vezes menor do que Tabapuã, estação que ficará a cerca de 1 km do poço VSE9.
Nunca é tarde demais para lembrar que o Metrô é indutor de desenvolvimento e transformação urbana. Ou seja, se essa região não faz jus a uma estação hoje, nada impede que a ocupação do solo mude no futuro.
Cidades são organismos mutantes e São Paulo é prova cabal disso, afinal quem imaginaria que hoje sua mais famosa avenida, a Paulista, era um lugar residencial há um século?
Eu sabia desde o início que iriam deixar mais de um VSE entre Fradique e Tabapuã. Num futuro, esse VSE 9 poderia ser transformado numa estação. Mas o problema é que iria fragmentar a Linha 20 em duas partes: Santa Marina – Fradique Coutinho e Tabapuã – Santo André.
Necessitaria da 2ª fase da Linha 19 Celeste (entre Anhangabaú e “Vila Olímpia”) e a Linha 22 Marrom para tentar diminuir o impacto.
Na Linha 4 a mesma coisa vale para o VSE Rio Branco. Ela teria demanda de 20 mil passageiros por dia segundo o Projeto Funcional da Linha em 1997. Esse aí faria a linha ser Taboão – República, logo, precisaria de mais linhas atingindo a Linha 10 a partir de conexões com a Linha 4 (ou a própria Linha 19).
“Nunca é tarde demais para lembrar que o Metrô é indutor de desenvolvimento e transformação urbana. Ou seja, se essa região não faz jus a uma estação hoje, nada impede que a ocupação do solo mude no futuro.”
Nem sempre. Existem estações que o metrô projetou e construiu e continuam com demanda baixa (abaixo de 15 mil embarques diários):
Linha 1
– Parada Inglesa (1998) – 12 mil pass/dia
– Jardim S.Paulo (1998) – 11 mil pass/dia
– Carandiru (1975) – 11 mil pass/dia
Linha 2
– Sumaré (1998) – 10 mil pass/dia
– Imigrantes (2006) – 14 mil pass/dia
Linha 5
– Vila das Belezas (2002) – 13,8 mil pass/dia
– Adolfo Pinheiro (2014) – 10,8 mil pass/dia
– Alto da Boa Vista (2017) – 5 mil pass/dia
– Borba Gato (2017) – 9,4 mil pass/dia
– Campo Belo (2019) – 11,7 mil pass/dia
– AACD – Servidor (2018) – 10,96 mil pass/dia
– Hospital São Paulo (2018) – 9,96 mil pass/dia
A estação mais antiga da lista é Carandiru que perdeu seu pólo gerador de tráfego (Casa de Detenção) e viu sua demanda despencar. As estações Parada Inglesa e Jd. São Paulo da expansão Norte da Linha 1 foram abertas há 25 anos e ainda não desenvolveram as regiões onde estão localizadas.
A Linha 5 é a campeã de estações ociosas, com Adolfo Pinheiro completando uma década de funcionamento sem desenvolver a região aonde foi construída. A estação Alto da Boa Vista é a estação menos utilizada de toda a rede de metrô pesado, tendo 5 mil passageiros embarcando nela diariamente. E mesmo com o investimento na estação, não houve indução de desenvolvimento ou transformação na região.
Argumento interessante!
Mas também justifica-se que, se não houvessem estas estações, existiriam longos trechos sem estações, o que, para um metrô, é ruim. O mesmo acontecerá na Linha 20, com os passageiros tendo que se deslocar por grandes distâncias até Tabapuã ou Fradique Coutinho.
“Como uma pesquisa financiada e contratada pela CPTM iria dar resultados negativos”!?
Diz um ditado que; “o peixe morre pela boca”, como pode alguém dizer que não existe pesquisas de demanda, si possui números detalhadíssimos que constam doze estações que o metrô projetou e construiu e continuam com demanda baixa (abaixo de 15 mil embarques diários), que poderia ser incluída a Linha 13-Jade inteira da CPTM, da mesma forma a falácia que a Linha 10-Turquesa possui baixa demanda!
Por estes dados fica comprovado que Pesquisas de Demandas e Satisfação dos usuários existem sim, e que por serem totalmente negativas para as intenções governamentais só não são divulgadas para encobrir todas estas falcatruas e concessões mirabolantes descabidas dando prioridade a um TIC em prejuízo as Trens Metropolitanos com sérios prejuízos para o Estado e a mobilidade da população patrocinadas pelo forasteiro fanfarrão que se encontra em um tour por Israel.
Na Linha 5, lembro-me de ter visto que era para existir estações chamadas Paulo Eiró e Granja Julieta. Foram substituídas por Alto da Boa Vista e Adolfo Pinheiro.
Acredito que Alto da Boa Vista e Borba Gato poderiam ter sido unificadas e ter uma estação onde é o VSE Alexandre Dumas.
Fradique Coutinho é, dentre as estações menos demandadas de cada linha (Jardim SP/Carandiru, Sumaré, Pedro II, Fradique, Alto da Boa Vista e Camilo Haddad) a mais demandada de todas.
Paulo Eiró não é a Largo 13? A rua sai de frente pra entrada dela.
Não. Largo Treze e Paulo Eiró existiram ao mesmo tempo.
A estação Paulo Eiró ficaria no cruzamento da Adolfo Pinheiro com a Padre José de Anchieta, segundo o Projeto Diretor – Relatório Preliminar da Linha 5 em 1999.
Sobre a baixa demanda das estações dá pra enxergar o copo meio cheio.
Pois, somando todas as pessoas dessas estações seriam quase 116 mil carros ou 116 mil pessoas ocupando outros modais.
Parece pouco, mas é que a cidade é gigantesca e falta muito metrô ainda.
Tenho certeza que a falta de demanda é só lobby estilo “gente diferenciada” dos moradores ricos do jardim europa
Eu acho que o VSE9 teria sim uma demanda acima de 10 mil pax/dia pois a estimativa de Fradique Coutinho está em 145k, pois acredito que parte da demanda de Fradique migre para o VSE9.
Muitos usuários pegam ônibus para completar seu trajeto depois do metrô, então essa estação poderia aliviar o sistema de ônibus da região. Realmente traria um equilíbrio.
Essas alterações recentes na linha não são ruins mas, considerando que a região recebeu a muito propagandeada Operação Urbana Faria Lima, fica claro que em pleno 2024 a prefeitura e o governo do estado continuam trabalhando sem sintonia nenhuma.
Estações Girassol e Teodoro Sampaio justificam suas existências pois serão conexões com as Linhas 16 e 22 no futuro, se não mudarem de novo esses projetos.
Girassol não haverá conexão, apenas Teodoro Sampaio com a Linha 22.
E não haverá conexão entre a Linha 20 e a Linha 16. A Linha 16 acaba em Oscar Freire e terminaria num poço de ventilação no cruzamento da Arruda Alvim com a Silvio Sacramento.
Isso é no Projeto atual, que obviamente irá ser atualizado.
Por anos as linhas 6 e 20 não iriam se conectar também, até que um dia alguém percebeu que elas estavam uma do lado da outra lá na Lapa.
A Linha 16 irá avançar além de Oscar Freire com absoluta certeza.
O espaço entre a estação girassol e Oscar Freire é enorme, e não faz o menor sentido a conexão delas, já que o papel da L16 é trazer a ZL pro centro, a pouca demanda que se destina a Faria Lima pode perfeitamente fazer duas baldeações curtas
A PERGUNTA QUE DEVE SER FEITA AGORA É:
Ainda dá tempo de mudar os estudos da Linha 20 ou já estão totalmente fechados e inalteráveis?
É possível ainda o poço de ventilação ser convertido em estação?
Imagino que não, mas é possível construir uma nova estação em uma linha subterrânea já funcionando e ativa?
No caso num trecho já em uso, como por exemplo uma estação Jardim Europa entre Fradique e Tabuapa daqui há décadas, se assim quiserem.
???
1 – Acredito que seja alterações mínimas pois estão indo atrás para soltar o DUP. O traçado me parece já estar definido.
2 – Com a Linha 20 em operação, a construção de uma nova estação entre Fradique e Tabapuã certamente iria paralisar a linha.
se vocês repararem uma coisa entra ou Fradique da linha 20 e a Fradique da linha 4 é 1 km entre elas. uma outra coisa que a Teodoro da linha 20 vai ficar no lugar correto já a Teodoro da linha 22 vai ficar cardeal Arcoverde só vocês olharem o geo maps da prefeitura que as futuras linhas
Trabalho em local muito próximo ao Shopping Iguatemi. O afluxo de gente para lá é muito alto e constante, e vendo a distância em que se localizam as duas estações mais próximas, é um absurdo não ter ali no miolo uma estação. Parece haver um certo preconceito dos técnicos do metrô? Moradores da região seriam de “alto poder aquisitivo”? São mesmo, mas se esquecem de todos os trabalhadores em residências, nos prédios comerciais e nos shopppings (tem mais de um).
O triste é saber que esse preconceito ou estupidez é geracional e vem de décadas já.
A zona comercial do centro engloba regiões como Bom Retiro; Santa Ifigênia; 25 de março; Canindé; Pari e Brás (além de outras) e só existem 3 estações de Metrô na zona desses locais.
Luz; São Bento e Brás.
Há décadas que é necessário ter mais estações na área e só com a chegada da Linha 19, no meio da próxima década (com sorte), é que isso vai acontecer.
Como é que não existe uma estação da Linha 4 na região da av Rio Branco?
Ou a estação da CPTM que irá se conectar com a Linha 19 nas margens da Av do estado? Essa já poderia ter sido construída anos atrás.
Rio Branco, segundo o Projeto Funcional da Linha 4 em 1997, teria demanda de 20 mil passageiros por dia.
Mercado teria 10 mil segundo uma matéria postada nesse site.
Eu não acredito nos prazos que o metrô dá, eu acho que linha laranja vão começar a entregar algumas estação laaaaaaaa p 2035, e esse linha rosa quando ficar focar pronta eu já vou estar na décima terceira reencarnação. Alguém acredita no prazo do metrô?
Necessario e excelente artigo, pontos a serem comentados antes que as obras se iniciem de fato. Obrigado!