A ViaMobilidade, concessionária responsável pela operação da Linha 5-Lilás de metrô, realizou na madrugada do último domingo (11) o seu 4º simulado oficial com o objetivo de aplicar procedimentos operacionais em situação de blecaute em toda a linha.
Situações atípicas e emergenciais geralmente não tem um momento certo para ocorrer, como foi possível notar na falha elétrica na Linha 4-Amarela na semana passada. Diante desse cenário é necessário que as equipes sejam devidamente treinadas para atuar de forma correta a fim de que a segurança do passageiro seja preservada.
A simulação envolveu a operação de todas as estações da Linha 5-Lilás e 24 trens, quantidade utilizada no horário de pico. O blecaute consiste no desligamento total do sistema de energia de média tensão, que alimenta os trens, e de baixa tensão, que alimenta as estações.
A realização do simulado levou em consideração a faixa horária disponível durante a madrugada. As estações ficam abertas até as 0h, mas os trens costumam circular com passageiros até à 1h. A partir deste horário todos os passageiros estão fora do sistema.
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A partir deste momento todos os participantes foram deslocados do pátio Guido Caloi até a estação Santo Amaro. Estavam presentes no simulado 60 pessoas, que incluíam desde crianças até idosos, que ocupariam os trens atuando como passageiros.
Todos eles eram acompanhados por um monitor que era responsável por uma equipe de 4 a 6 participantes. Cada equipe ocupará um dos 24 trens que estavam em operação.
Na estação Santo Amaro as equipes foram divididas nas plataformas e embarcaram nos trens em dois sentidos, de forma a agilizar a ocupação. Quando todos os trens estivessem ocupados a desenergização poderia ocorrer.
O contingente de funcionários que estava participando ativamente no treinamento era bastante robusto. Mais de 100 funcionários estavam divididos entre todas as estações da Linha 5-Lilás, incluindo agentes de seguranças, supervisores e técnicos de manutenção.
Para a operação dos trens estavam disponíveis 24 operadores e no CCO 6 funcionários estavam realizando o controle e o gerenciamento das atividades.
Às 2h30 a energia foi totalmente desligada. Apesar de os trens manterem a sua iluminação ativada durante a falta de energia, equipamentos como o ar-condicionado e os motores deixam de funcionar.
Desta forma os trens sem propulsão acabariam parando em diversos trechos da linha, seja ao longo da via ou nas plataformas, alinhados e desalinhados. A ideia da ViaMobilidade é, junto ao simulado, analisar a movimentação dos trens por inércia.
Nas estações, que também sofreram com a queda de energia, o foco era avaliar o funcionamento do sistema de geradores, iluminação de emergência, portas de plataforma e aparelhos de transporte.
Em ação
Após o desligamento, a equipe do site parou na estação Campo Limpo. Nas plataformas, o sistema de iluminação principal estava desligado, mas o sistema de emergência estava operando, de forma que também fosse possível o acionamento das portas de plataforma.
O operador do trem realizou a comunicação da falha para o CCO e posteriormente comunicou aos passageiros a informação através do sistema de aviso ao passageiro.
Poucos minutos depois um agente de segurança guiou os participantes até o “ponto de encontro”. Outro funcionário realizava a vistoria das composições para se certificar de que todos os passageiros foram evacuados dos trens. Cabe citar que outro trem parou desalinhado na plataforma oposta.
O “ponto de encontro” é uma área localizada no mezanino da estação, logo a frente do SSO. Dentro da sala de supervisão era possível observar alguns sistema vitais funcionando, como o sistema de câmeras de vídeo monitoramento.
Os agentes de segurança realizaram constantemente comunicações ao CCO informando o status da operação. Após a confirmação da evacuação dos trens e o direcionamento dos passageiros ao “ponto de encontro” o CCO autorizou a evacuação da estação.
Neste momento os participantes foram levados até a parte externa da linha de bloqueios. Em uma situação real, os passageiros poderiam receber o bilhete de reembolso devido ao fato de a viagem ser interrompida.
Alguns trens pararam fora da área das estações. Nestes casos as equipes foram ao encontro dos participantes para realizar a evacuação da forma mais segura possível.
Cabe ressaltar que os funcionários de segurança estavam trajando equipamentos de segurança adicionais. Além do rádio e das botas, que são itens comuns, eles também portavam capacetes, coletes refletivos e lanternas.
Após o fim do simulado, por volta das 3h, a energia foi restabelecida e todos os participantes foram deslocados para a estação Giovanni Gronchi. De lá todos foram remetidos para o Pátio Guido Caloi onde foi feito o encerramento do simulado.
Confira também o video que fizemos sobre esta atividade:
Observações
O planejamento deste simulado levou em consideração uma janela específica de horários que geralmente são disponíveis para a manutenção. Para que tudo ocorresse dentro do planejado a organização do simulado foi realizada com 90 dias de antecedência.
A Linha 5-Lilás possui duas subestações que fornecem energia elétrica. A subestação Guido Caloi, próximo da estação Santo Amaro, e a subestação Bandeirantes, entre as estações Campo Belo e Eucaliptos.
Também realizamos questionamento para a ViaMobilidade após a realização do exercício sobre alguns tópicos importantes.
Qual o tempo gasto para a evacuação dos
trens?
A equipe da ViaMobilidade levou 8 minutos para conduzir os
passageiros do trem que parou mais distante até a plataforma,
mantendo a segurança dos participantes durante todo o
processo.
Quantos trens pararam em túneis ou ao longo das
vias?
Ao todo, 24 trens foram utilizados na simulação da falha
generalizada no fornecimento de energia elétrica da Linha 5-Lilás.
Este foi um cenário para horário de pico. Desse total, 03 (três)
trens ficaram parados nos túneis e 21 na região das
plataformas.
Qual o tempo para acionamento dos
geradores?
Os geradores a diesel foram acionados automaticamente pelo
sistema de monitoramento de fornecimento de energia. As estações
ficaram poucos segundos sem energia até a entrada do fornecimento
suplementar.
O contrato de concessão cobra que a ViaMobilidade realize os simulados com uma determinada frequência. Este simulado em específico foi de iniciativa da própria concessionária, mas contou com supervisão da Comissão de Monitoramento de Concessões e Permissões (CMCP), órgão da STM que fiscaliza e regula as operadoras privadas.
Ao final do simulado ouvimos o analista de engenharia Claudio Volpi sobre o simulado realizado, confira: