A RioGaleão, concessionária que administra o Aeroporto Tom Jobim, no Rio de Janeiro, pretende propor ao governo federal a liberação de cerca de R$ 2 bilhões em outorga para implantar um sistema leve sobre trilhos de 17 km até o centro da cidade, revelou nesta quarta-feira a CNN Brasil.
O modelo é semelhante ao que o Ministério da Infraestrutura e a GRU Airport, concessionária do Aeroporto de Guarulhos, estão prestes a colocar em prática para construir e operar um ‘People Mover’, sistema de transporte automático que ligará os três terminais à estação Aeroporto Guarulhos, da Linha 13-Jade da CPTM. A grande diferença é que esse projeto é orçado por um valor bem menor, entre R$ 175 milhões e R$ 250 milhões, aproximadamente.
Ao contrário do Galeão, Guarulhos já conta com uma linha de trem metropolitano que atende parcialmente os passageiros oriundos do aeroporto, o maior da América do Sul. O terminal aeroportuário do Rio possui um um BRT, implantado às vésperas dos Jogos Olímpicos em 2016.
Segundo a proposta da concessionária, a linha teria sete estações e ligaria o Terminal 2 do Tom Jobim à estação Estácio, do MetrôRio, em cerca de 15 minutos. Nas ilustrações obtidas pela CNN, o sistema parece ser um VLT similar ao que o opera no centro da capital fluminense, mas no artigo a RioGaleão não especifica o tipo de modal.
A iniciativa conta com a simpatia do secretário de Transportes do governo estadual, Delmo Pinho, que defende uma valorização do aeroporto internacional, hoje ofuscado pelo mais central e prático Santos Dumont.
Primeiro aeroporto brasileiro a contar com um terminal internacional semelhante ao padrão de outras metrópoles mundiais, ainda na década de 70, o Galeão tem sofrido um contínuo esvaziamento nos últimos anos, parte por conta da crise econômica do estado e parte pela concorrência de outros aeroportos, sobretudo Guarulhos, que passou a ser a porta de entrada de viajantes do exterior.
Concedido em meados da década passado, o aeroporto recebeu mais de R$ 10 bilhões de investimentos, mas o movimento de passageiros não chegou nem perto do previsto. Hoje, ele é apenas o 4º mais movimentado do país, atrás de Guarulhos, Congonhas e Brasília. A tentativa de facilitar o acesso de passageiros é uma das estratégias para atrair mais movimento, assim como pleitear restrições ao uso do aeroporto Santos Dumont.
Para ter acesso ao volumoso montante, a RioGaleão terá de passar pelo mesmo trâmite da GRU Airport, ou seja, obter um aditivo no contrato de concessão que seja aprovado pelo Tribunal de Contas da União.
O PRIMEIRO AEROPORTO INTERNACIONAL A USAR AS PONTES DE EMBARQUE FOI O AEROPORTO INTERNACIONAL DE MANAUS BRIGADEIRO EDUARDO GOMES, OS FAMOSOS FINGERS
Olá, Eriberto, obrigado pela observação. Alterei o texto. abraços.
Chamar pontes de embarque de finger é um erro conceitual. Finger é uma configuração de terminal aeroportuário e não pontes de embarque.
Sonho meu… sonho meu… imagino esse VLT passando pela Maré e pela Avenida Brasil, cheio de furinhos nos vagões, vai ser coisa linda de se ver.
No Brasil se tornou de “bom tom”, principalmente depois das obras da Copa, dar um ar escandaloso a gastos vultosos. Então 17 km de VLT saem mais caro que 2 km mequetrefes de trenzinho de brinquedo. Sério? É mesmo necessária a ênfase no “mais caro”, começando na manchete? Se é uma obra imensa, óbvio que custa caro. Mas, se for bem planejada e executada, será uma maravilha, ultra necessária. Caro é coisa desnecessária ou mal executada.
Arnaldo, creio que o ponto não é preço em si, mas sim o fato de que uma obra de pequena escala entre a estação da Linha 13 e o GRU pode ser muito mais fácil de operacionalizar do que uma obra extensa de 17km, especialmente porque depende de um aditivo contratual com a concessionário do aeroporto, não se tratando de uma contratação pública “comum”. Há diferença de 10x o valor, que pode dificultar a modalidade sugerida, inclusive a nível de TCU.