Para quem não sabe ou não se lembra, a Linha 6-Laranja foi um projeto do Metrô de São Paulo por muitos anos. Sua concepção seguiu o trâmite tradicional da companhia, que previa licitar as obras em lotes e operá-la com sua estrutura.
Mas no começo dos anos 2010, o governo do estado decidiu transformar a Linha 6 no embrião de uma Parceria Público-Privada (PPP) completa, que incluía não apenas a operação como também sua construção.
Inicialmente a cargo da Move São Paulo, o ramal foi assumido pela construtora espanhola Acciona que criou a Linha Uni como a empresa que cuida da concessão.
Desde então, o projeto do ramal de 15,3 km tem passado por mudanças, seja de arquitetura, seja de custos já que as portentosas estações pensadas pelo Metrô não deverão ser vistas na prática.
Mas as novidades continuam a surgir, a mais recente delas envolvendo a famosa “estação mais profunda da América Latina”.
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No projeto original esse título caberia à Higienópolis-Mackenzie, parada que fará conexão com a Linha 4-Amarela. Segundo dados que ainda constam no site da Linha Uni, ela deveria ter 69 metros de profundidade, um a mais do que Itaberaba-Hospital Vila Penteado.
Mas no último final de semana um artigo da Folha de São Paulo trouxe um panorama diferente. A estação mais profunda seria justamente Itaberaba, na Zona Norte da capital.
Erro de apuração? Engano? Segundo a Linha Uni, uma mudança causada por “eventos geotécnicos”, que alteraram o quadro geológico originalmente traçado na época dos estudos feitos pelo Metrô, fez com que a ordem fosse revista.
“Durante o processo de execução da obra da Linha 6 – Laranja de metrô ocorreram eventos geotécnicos, que são mudanças com respeito a geologia inicialmente prevista, e que resultaram em algumas readequações técnicas nos projetos da obra. Nesse sentido, algumas profundidades de estações e poços foram modificadas“, explicou a concessionária a este site.
Diferença mínima
O que isso significa na prática? Que as profundidades das duas estações foram revistas para menos, mas enquanto Higienópolis “encolheu” quatro metros, indo de 69 para 65 metros, Itaberaba perdeu apenas um metro, chegando a 67 metros.
Na prática a diferença não deverá ser percebida pelos usuários já que ambas ainda são extremamente profundas, obrigando a longas caminhadas até a superfície.
Como explicamos recentemente, estações muito profundas não são algo a ser comemorado, a despeito do desafio de engenharia. Elas são assim por motivos que vão do relevo à ocupação do solo, entre outros.
O cenário ideal é que esse tipo de situação seja atenuado, mas com a malha subterrânea de trilhos crescendo, mais e mais cruzamentos entre linhas ocorrerão, sem fala no crescimento constante de grandes edifícios e suas fundações pelo caminho.
Reportagem excelente , Ricardo mas o sem Falar , ficaria melhor do que o sem fala, o seu conhecimento do assunto é ótimo
Interessante esta matéria, mas que se deveriam se focar em locais e estações consolidadas e de uso imediato, e priorizar de se adiantar a construção da Estação Integrada Água Branca, inclusive com a ViaMobilidade em conjunto com a CPTM, a qual seria de utilização imediata independente da conclusão da Linha 6-Laranja do Metrô, inclusive para utilização das Linhas provenientes do Alto Tietê sem extinguir o Serviço-710, mais uma vez iludiu a população dizendo simplesmente da intenção de construir mais seis estações para após 2026, e posteriormente anunciam a postergação da extensão das quatro estações da Linha 13-Jade no sentido Alto Tietê / Guarulhos ou seja para o final de seu mandato.