Após as receber inúmeras críticas por declarar que iria aterrar os poços da estação Gávea da Linha 4, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, mudou de ideia. Nesta semana, o gestor anunciou que as obras da estação serão retomadas ainda neste ano e sua conclusão deve ocorrer em 2020.
Witzel agora diz contar com os recursos recuperados pela operação Lava Jato, cerca de R$ 350 milhões, e que serão usado para reiniciar os trabalhos. O restante do dinheiro necessário, que ele não soube precisar se seriam R$ 400 milhões ou R$ 600 milhões, deverão vir de um megaleilão do petróleo que ocorrerá neste ano – o estado recebe royalties do governo federal nesses certames.
A liberação ainda depende de acertos com a Advocacia Geral da União, mas o governador terá reuniões na próxima semana para traçar um cronograma para a obra. Entre os trabalhos a serem finalizados existem a conclusão de um pequeno túnel por método NATM para ligar a estação ao trecho que segue até a Barra da Tijuca e a escavação de pouco mais de um quilômetro de túnel pelo “tatuzão” que hoje está estacionada no Alto Leblon e que fará a ligação do trecho da Linha 4 que começa na estação General Osório.
Com duas plataformas paralelas e a maior profundidade do Metrô do Rio, a estação Gávea hoje parece ser inútil já que nas condições atuais será como duas pontas soltas da Linha 4, mas quando o governo do estado conseguir recursos para seguir seu projeto, ela passará a ser um ponto importante de conexão com a região central.
Embora não existam projetos definitivos, as possibilidades são grandes. Uma delas seria levar a Linha 4 em direção à estação Uruguai e assim criar uma espécie de anel metroviário. A outra é seguir com a segunda plataforma que vem da estação Jardim Oceânico em direção ao centro, passando ao lado da Lagoa Rodrigo de Freitas e criando uma alternativa mais direta e rápida para os passageiros, como mostram mapas de associações que lutam pela expansão metroviário na cidade.
Como já afirmamos aqui em ocasiões anteriores, cada metro de trilhos conta em um sistema metroferroviário. À medida que as linhas crescem também se ampliam as possibilidades de conexões e trajetos, potencializando a capacidade de atração da rede e por reflexo a redução do uso do transporte individual e mesmo dos ônibus quando usados como modais preferenciais em trechos de grande demanda.
É esse tipo de percepção que, infelizmente, a classe política não tem – seja ela de qualquer partido político. A expansão da malha de metrô e trens metropolitanos é prioritária no Brasil, que hoje possui poucos e insuficientes sistemas operando. Pensar na mobilidade ignorando esse fato é como, apelando para um velho chavão, “enxugar gelo”.