A Alstom, uma das maiores fabricantes de trens do mundo, atingiu uma importante marca com a produção de 5.000 caixas de trens no Brasil. A empresa hoje é uma grande exportadora de composições ferroviárias em aço inoxidável.
A história da Alstom no Brasil é antiga. Ela assumiu um legado de sucesso de uma empresa bastante conhecida, a Material Ferroviário S.A, também conhecida por Mafersa.
A Mafersa teve diversas fases importantes. A empresa foi fundada em 1944 e tinha ampla atuação no setor ferroviário de passageiros e cargas. No final da década de 60 a empresa foi estatizada.
Nesse período surgiram os principais trens que marcaram época em São Paulo. A Frota A, pioneira do Metrô de São Paulo, as composições das Série 1400 e 1600 da CPTM, além de carros de passageiros de aço inoxidável produzidos sob licença americana da The Budd Company.
Em uma segunda fase a empresa produziu composições da Frota D do Metrô de São Paulo e da Série 1700 da CPTM. Na década de 90 a empresa foi privatizada, sendo adquirida pela Alstom em 1997.
Para São Paulo a Alstom forneceu diversas composições ferroviárias. Destacam-se a Frota E, F e G do Metrô de São Paulo, as Série 2070 e 9000 da CPTM, a Série 8900 da ViaMobilidade e a Série 600 da LinhaUni.
A planta original da Mafersa/Alstom ficava na Lapa. A empresa fechou a sede pioneira e se instalou em Taubaté, no interior de São Paulo, local que conta com mais espaço e melhor logística para transporte.
A Alstom já exportou trens para todos os continentes, desde comboios metroviários, urbanos e VLTs. A fábrica de Taubaté sofreu uma grande ampliação com vistas a atender futuros projetos e encomendas.
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O marco de 5000 caixas fabricadas mostra a importância histórica da indústria ferroviária nacional que ganhou novos ares com a chegada da Alstom exportando o estado da arte dos trens “Made in Brazil”.
A imagem que abre o artigo é o símbolo da mentira. Nenhum carro da Série 5500 foi projetado ou fabricado no Brasil pela Mafersa ou pela Alstom.
Todos os carros foram projetados e fabricados pela empresa portuguesa Sorefame. Os primeiros carros foram importados totalmente prontos enquanto os demais vieram em regime CKD para ser montados no Brasil pela obsoleta Mafersa.
Entre os anos 1930 e 1990 nossa indústria ferroviária não passava de mera montadora de veículos construídos fora do Brasil e enviados desmontados para as “fábricas” onde eram montados. Alguns tão mal montados que foram devolvidos pelos clientes por falta de qualidade. Não foi atoa que Santa Matilde, Cobrasma e Mafersa faliram.