A Alstom confirmou nesta quarta-feira (9) que a produção de 37 trens para a Linha 7 do Metrô de Santiago do Chile será feita na unidade de Taubaté, no interior de São Paulo.
A empresa francesa assinou contrato para fornecer os trens e também o sistema de sinalização CBTC “Urbalis” num valor total de quase R$ 2 bilhões.
As primeiras composições serão entregues no Chile em 2025, por meio de caminhões. Elas serão formadas por cinco carros (vagões), que somados terão 102 metros de comprimento e capacidade para transportar até 1.250 pessoas.
A descrição dos trens é semelhante aos modelos da Rotem que circulam na Linha 4-Amarela, de São Paulo: eles terão passagem livre, paineis informativos, portas largas, saída de emergência nas extremidades do comboio e operação padrão GoA4, ou seja, sem necessidade de condutor.
As características do Metropolis chileno fazem imaginar que ele possa antecipar alguns detalhes dos 22 trens que a Alstom fornecerá à LinhaUni, concessionária que irá operar a Linha 6-Laranja.
A princípio, uma diferença entre eles será a alimentação elétrica já que o ramal que está sendo contruído pela Acciona na Zona Norte usará catenárias enquanto a linha de metrô chilena terá alimentação por terceiro trilho.
A Linha 7 do Metrô de Santiago do Chile terá 26 km e 19 estações. Sua construção foi iniciada em fevereiro com uma cerimônia de fabricação das aduelas que formarão os túneis do ramal.
Segundo a empresa de transporte da capital chilena, será a primeira linha a ser escavada com um tatuzão no país.
O sistema chileno é considerado o maior da América do Sul, com 140 km, mas é bem menos extenso que a malha metroferroviária de São Paulo, na soma do Metrô, concessionárias e CPTM.
Diferentemente do Brasil, onde os investimentos federais em metrô ocorrem de forma eventual, o projeto chileno conta com o apoio da presidência da República. O atual mandatário, Sebastián Piñera, que será sucedido nesta sexta-feira por Gabriel Boric, compareceu à cerimônia de início das obras no dia 17 de fevereiro.
O projeto da Linha 7 foi anunciado em junho de 2017 pela então presidente Michelle Bachelet. O ramal tem custo estimado em cerca de US$ 2,28 bilhões, algo como R$ 12,6 bilhões em valores atuais.