Os rumores sobre a escolha da Alstom como fornecedora dos trens da Linha 6-Laranja se confirmaram. A empresa francesa já era cotada desde pouco depois do anúncio do consórcio Move São Paulo como vencedor da PPP que irá construir e operar a linha de metrô. No entanto, até novembro do ano passado, a Move São Paulo não havia confirmado isso.
Em novembro, numa entrevista ao jornal Valor Econômico, o novo presidente da Alstom Michel Boccaccio revelou que o negócio havia sido fechado. No entanto, a informação não repercutiu até que o consórcio reconheceu o fato em sua página no Facebook.
Questionada sobre assunto pelo blog, a Move São Paulo confirmou a compra de 22 composições da Alstom. Elas terão uma configuração semelhante à dos trens da Rotem que operam na Linha 4-Amarela, ou seja, ‘open gangway‘ (passagem livre entre os vagões), sistema de sinalização CBTC, PSDs (portas de plataforma) e driverless, que dispensa a presença do condutor no trem – o controle é feito é remotamente pelo CCO, o centro de controle operacional.
Quanto ao tipo de alimentação, a Move São Paulo não soube precisar: comenta-se que será usada a catenária, mas há rumores que o terceiro trilho teria sido a opção escolhida.
Embora não tenha revelado detalhes, a concessionária deu a entender que os trens serão fabricados no Brasil, na unidade da Lapa, em São Paulo, que hoje produz trens para a África do Sul – a empresa também tem uma nova unidade em Taubaté onde produz o VLT que será usado no Rio de Janeiro.
A Move São Paulo ainda não disse se encomendará uma versão do trem Metropolis, o mais conhecido da Alstom, mas é provável que o projeto tenha elementos semelhantes aos vistos nos trens do Panamá ou de Kochi, na Índia (veja fotos).
Tatuzão em setembro
O blog aproveitou para esclarecer alguns pontos que ficaram confusos durante a visita do governador Geraldo Alckmin à fábrica de aduelas do consórcio. Uma delas é que o primeiro shield (tatuzão) começará a escavar em setembro em direção à São Joaquim, no trecho mais longo, de cerca de 10 km. Ele sairá da China neste mês e deve chegar ao país em abril. Segundo a Move São Paulo, mais de um quilometro de anéis já foram fabricados em Perus.
Hoje, 70% dos terrenos desapropriados estão de posse do consórcio e o restante deve ser liberado até o final de junho. Ainda, de acordo com a concessionária, “o caminho crítico”, ou seja, os canteiros que têm prioridade, já estão livres, aguardando o início dos trabalhos. Um deles é a futura estação Santa Marina, que funcionará onde existia uma concessionária de automóveis. Ela deve ser uma das próximas áreas a começar os trabalhos de escavação.