Aguardada por muitos anos, a estreia das estações Sapopemba, Fazenda da Juta e São Mateus em horário pleno na Linha 15-Prata em janeiro causou frustração pelo baixo movimento de passageiros. Ao atingir quase 13 km de extensão e chegar a regiões carentes de transporte público de qualidade, o ramal de monotrilho deveria ter sido um marco divisório para os moradores, porém, números divulgados pelo Metrô decepcionaram.
A média de usuários em dias úteis na linha foi de apenas 98 mil pessoas, pouco acima do recorde anterior, de 96 mil passageiros atingido em novembro, quando as três estações ainda não estavam funcionando. Como o número total de passageiros transportados no mês passado foi de 2,419 milhões contra 2,030 em novembro do ano passado, um aumento de quase 20%, o que se nota é que os problemas de operação podem ter afetado enormemente o ramal nesse período.
Logo na virada do ano, a Linha 15 teve seu funcionamento afetado por problemas técnicos, o mais grave a perda de parafusos de fixação de uma viga-trilho que interditaram uma das vias por vários dias. Mas chama a atenção também o fato de o intervalo mínimo entre os trens ter aumentado significativamente, saltando de 174 segundos em outubro para 223 segundos em janeiro. Ou seja, o Metrô não conseguiu manter um carrossel capaz de oferecer trens suficientes para a demanda atual.
Outro sintoma disso é o fato de o dia de maior movimento na Linha Prata ter atingido apenas 111 mil usuários quando a expectativa para esse trecho é de os números ultrapassem 300 mil passageiros. É claro que esse crescimento não se dará de uma hora para outra, porém, as constantes cenas de filas imensas nos corredores e escadas da ligação com a Linha 2-Verde na estação Vila Prudente evidencia que houve uma grande procura pelo modal, mas que acabou frustrada por seus problemas.
Restrições operacionais
Primeira linha de monotrilho de grande capacidade no Brasil, o ramal tem se mostrado um duro aprendizado para a companhia. Com procedimentos diferentes dos trens convencionais e sistemas novos, a Linha 15 está há seis anos passando por testes aos fins de semana a fim de aprimorar seu funcionamento. Há também algumas restrições operacionais que podem dificultar estratégias para dar conta da demanda como a ausência de áreas de manobras de trens após as atuais estações terminais Vila Prudente e São Mateus.
Enquanto em Vila Prudente ainda há um track-switch antes dela e que teria voltado a ser usado recentemente, em São Mateus o desenho das vias impede que sejam usadas duas outras vias externas, concentrando a chegada e partida das composições na via central. Como adiantado aqui, o Metrô já está prestes a implantar novas extensões nas vias em ambas as pontas para construir áreas de manobras extras, mas elas só devem ficar prontas nos próximos anos.
O desafio agora é resolver os problemas mais imediatos para que o ramal possa dar conta do natural aumento de passageiros após o período de férias escolares, quando toda a rede passa a ser mais usada pela população.
O site enviou alguns questionamentos ao Metrô de São Paulo a respeito do assunto e aguarda resposta para atualizar este artigo.
Creio que a tendência seja de um gradual aumento, ainda mais quando a Linha chegar até o Ipiranga, uma nova opção de ir até o Brás, sem fazer outras 2 baldeações, e também para ir a região do ABC sem necessidade de usar ônibus.
O volume transportado deverá aumentar aos poucos com adição de passageiros que utilizam outros modais.
A troca de modal acontece quando existe uma opção mais vantajosa. A linha 15 tem maior potencial de atratividade em relação aos demais modais. Questão de tempo para ajuste dos números esperados.
Frustrante comparando com inaugurações de estações de Metrô. Mas como comparar se a Linha 15 não é Metrô? Se não é Metrô, então pode ser medida pela mesma régua. A novidade do ramal, o caráter inovador, inédito, vai trazer números diferentes mesmo. Não foi só pela falha da viga ou pela necessidade de readequar a rede alimentadora. E é preciso mencionar a capacidade do modal por hora também.
Além da credibilidade da linha estar baixa, temos que considerar também que o mês de janeiro é um mês de férias. Acho que teremos uma boa noção da coisa no mês de março que tudo volta literalmente ao normal. Carnaval já vai ter passado, não só as escolas como as faculdades também já terão voltado. Vamos aguardar.
Frustante pq não são eles que usam… Sempre lotado e dando problema… Precisam melhorar o desempenho e aumentar a quantidade de vagãos… A superlotação está visível…
o aumento de tempo entre as composições, se deu em todas as linhas do metrô e CPTM, isso acarreta composições mais cheias e mais lucros pra companhia, porém o lado ruim é a evasão de usuários, que não querem pagar um preço alto e viajarem como sardinhas, há mas fora do horário de pico as composições viajam sub ocupadas, façam como na Europa, diminuam os vagões das composições mas não a frequência… há mas isso da trabalho e brasileiros não gostam de trabalhar… pronto falei….
No horário de pico é um inferno. A quantidade de pessoas que desembarca na estação vila Prudente transforma aqui em um caos.
São as férias e, mais importante, o fato da SPTRANS ainda não ter remodelado a malha de linhas de ônibus da região. Há muita gente ainda indo para a L3 quando é mais vantajoso ir pela L15, mas as linhas de ônibus acabam empurrando essas pessoas para a L3. Sem contar o fator “comodismo”. Lembro muito bem que demorei para usar a L5, mesmo gastando mais tempo de ônibus. Mudar de rotina é algo que poucos gostam e acabam naturalmente seguindo no caminho antigo.
Outro assunto, mas ainda sobre a L15, estive pensando no traçado de sua expansão, se não seria interessante à cidade extendê-la para além do Ipiranga. Muita gente da região que a L15 atende trabalha na região do Parque Dom Pedro/Sé/25 de março, não seria interessante extendê-la até a plataforma abandona da estação Parque Dom Pedro II da L3?
Sei que há o expresso Tiradentes que conecta a Vila Prudente ao Terminal Mercado, mas seria uma boa ideia já que quem pega a L15 e vai ao Pq. Dom Pedro não vai pagar outra passagem pelo expresso Tiradentes, vai continuar no ramal de trilhos sobrecarregando a L10 , L3, L2 e L1.
Sei lá, não sei se há estudos para isso, mas vejo como uma frente interessante de expansão, correria paralelo a algumas linhas e poderia ajudar a equilibrar o fluxo de passageiros naquela região (e de bônus teríamos a estação Dom Pedro menos deserta do que é atualmente).
Se não me engano, o traçado da linha 15 era a continuação do Expresso Tiradentes. Aí o Serra anunciou que neste traçado seria feito o Monotrilho, e o Expresso não continuou. Diante desse contexto, seria interessante se este BRT fosse convertido pra monotrilho, já que ele nem é muito utilizado, e o espaço físico ja estaria reservado. Assim faria conexão com a linha 3 em Dom Pedro e terminaria na estação mercado.
Talvez nem seja possivel por causa das estruturas terem sido projetadas pro BRT, mas seria muito bom se acontecesse.
Mentira. Todos os dias nos horários de pico os trens estão lotadissimos. Mas supondo que seja verdade, com baixa adesão dos usuários ainda assim vemos muitas vezes escadas desligadas, filas desorganizadas por falta de espaço físico para embarque em duas plataformas, dias em que a linha não funciona para testes e manutenção… Qdo estiver com número maior de passageiros acontece oq? Cai no meio da Anhaia Melo?
Como usar uma linha que vive fechando para testes e apresentando problemas com frequência?
Soltar parafusos da estrutura não traz confiança quando se observa a altura na qual o trem circula.
Outro ponto crítico é o espaço interno muito menor que os trens do metrô.
Em resumo, vai demorar pra ganhar confiança e usuários.
O salão do trem tem o mesmo tamanho que os trens das linhas 4 e 5, além de transportar uma média de 1000 passageiros por composição, 500 a menos que composições das linhas citadas a cima.
Não é relevante se fazer pesquisas de frequências em meses de férias, e sim uma média anual, esta Linha esta com uma demanda crescente comprovada, e ira aumentar quando se prolongar em seus dois extremos.
Utilizo a L15 praticamente todo dia (trabalho 6×2), e sinceramente, utilizando a mesma percebe-se o porquê de estar com o movimento abaixo do esperado. Há falhas basicamente todo dia, o que atrapalham demais a operação. (Ontem, 23/02) embarquei as 20:26 no trem em São Mateus, e mesmo com a velocidade alta na anhaia mello, só cheguei em vila Prudente 21:00 (34 minutos de trajeto, domingo a noite, sendo o comum 20/22 minutos), devido ao trem da frente ter falhado e no trecho entre planalto e Oratório o trem ficar 2,3 minutos parado na plataforma das estações. Conclusão: a estação Vila Prudente estava lotada e o trem saiu bem cheio, DOMINGO 21H00.
Em dias uteis a situação é pior: escadas desligadas, falhas nas portas (fica abrindo e fechando varias vezes enquanto o mesmo esta parado na plataforma), escadas rolantes desligadas/lentissimas, fora que a L2 de manhã ja chega na VP com quase todos os bancos ocupados da galera de Sacomã e Tamanduatei fazendo viagem negativa, além da necessidade de se reduzir os intervalos na L15 nos picos.
Por fim, falta uma reorganização das linhas de onibus para a L15, ligações como 9 de julho, Jardim Imperador, Jardim Iva, além de intermunicipais ligando a estação Sapopemba a estação capuava e a estação vila uniao a estação Utinga.
Com mudanças e incentivos, alem da melhora da operação da L2/L15, a demanda subirá