Ramal que vai fazer, inicialmente, a ligação entre o centro de Guarulhos até a região do Anhangabaú, a Linha 19-Celeste teve o edital do projeto básico lançado em fevereiro do ano passado, mas passou por várias indefinições desde então. Remarcada para ocorrer nesta quinta-feira, 18, a sessão de abertura dos envelopes com as propostas foi adiada mais uma vez, agora para 5 de abril.
Com isso, a licitação acumula um ano de atrasos. O leilão original deveria ter ocorrido originalmente em dia 6 de abril do ano passado, mas uma semana antes o Metrô decidiu postergar a data para 6 de maio.
Nesse meio tempo, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) suspendeu o certame após pedido do Sinaenco (Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva), que alegou que a concorrência deveria ser decidida pelo menor preço e nota técnica – o Metrô apenas exigia a proposta de menor valor.
Após julgamento favorável ao formato proposto pelo sindicato, o Metrô relançou a licitação no final de dezembro com previsão de abertura dos enveloples em 3 de março, mas a data também acabou alterada para o dia 18.
Projeto complexo
Os projetos para a expansão da metro metroviária, ao contrário do que comumente se alardeia, são complexos e realizados por centenas de técnicos, engenheiros, arquitetos e demais profissionais envolvidos numa infraestrutura tão grandiosa como é uma linha de metrô. Com a Linha 19 não é diferente. O trecho já possui o seu projeto funcional pronto, o que dá subsidio para a elaboração do projeto básico.
Cabe aqui uma explicação rápida sobre os conceitos dos projetos. O projeto funcional é aquele que vai trazer uma visão geral da linha e sua concepção, como por exemplo suas estações, formato de operação, frota, demanda e etc. Por ser apenas uma visão geral, uma espécie de “rascunho”, ele não pode ser utilizado para uma licitação de obras. Para isso surge o projeto básico que vai entrar a fundo nessas questões e delinear e descrever a estrutura que será implantada com razoável nível de detalhes. Trata-se do mínimo necessário para que se possa fazer um orçamento confiável, realizar uma licitação e colocar em prática a execução das obras. Geralmente nesse processo entra o projeto executivo, ou seja, aquele que deverá ser aplicado em campo.
Conclusão
A Linha 19 ainda esta um pouco longe de virar uma realidade concreta para a vida dos paulistanos e guarulhenses. É necessário saber identificar em que pé realmente estamos nesse projeto para os cidadãos e futuros passageiros possam de fato cobrar o poder público por ações que estão em curso. Vale ressaltar que por enquanto estamos apenas na fase da papelada, ou seja, não devemos esperar por obras brutas no curto prazo.