Arco Oeste-Sul: o que é a futura linha da CPTM?

Ramal perimetral tem aparecido em mapas oficiais há pelo menos 10 anos e promete ligar a região do ABC a Alphaville
Arco Oeste-Sul cruza a Linha 22-Marrom (CMSP)

O termo de referência da licitação de anteprojeto de engenharia e estudo ambiental da Linha 22-Marrom, do Metrô, divulgado nesta segunda-feira, não só trouxe detalhes preciosos sobre o novo empreendimento como jogou luz sobre um antigo ramal pensado pela CPTM, o Arco Oeste-Sul.

A denominação apareceu no documento como um dos pontos de conexão da Linha 22, especificamente na futura estação Monte Belo, perto da divisa de São Paulo com Osasco. Anteriormente conhecida apenas como “Arco Sul”, a linha pretende conectar o ABC Paulista a Alphaville, com um traçado perimetral que atenderá municípios como Santo André, São Bernardo, Diadema, Taboão da Serra, Osasco, Carapicuíba e Barueri.

O traçado surgiu em um mapa divulgado pelo governo do estado, mas que só mostrava o trecho entre Tamboré e a estação Jurubatuba, no sul da capital, onde faria conexão com a Linha 9-Esmeralda. Já o trajeto de Jurubatuba até Santo André foi apresentado no PITU 2030 (Plano Integrado de Transportes Urbanos), onde se conectaria à extinta Linha 18-Bronze na região do Paço Municipal de São Bernardo.

 

O Arco Sul em destaque em mapa de 2013 (STM)

Apenas o trecho Barueri-Jurubatuba teria cerca de 39 km e 19 estações e chegou a ser previsto para 2025. Ao todo, o ramal poderia chegar a 65 km, trajeto que poderia ser ainda maior já que a CPTM também planejava sua integração à Linha 14, que sairá de Santo André em direção à Guarulhos.

A permanência do Arco Oeste-Sul nos mapas oficiais é um sinal de que o projeto se manteve válido, a despeito da enorme dificuldade de se viabilizar uma linha ferroviária que passaria muito longe das áreas centrais da Grande São Paulo. Tem sido comum nas sucessivas gestões estaduais priorizar ramais radiais, que levem os passageiros até pontos centrais, onde há oferta de empregos e serviços.

Mapa do PITU 2030 publicado em 2016: Arco Sul aparece entre Santo André e Barueri, com 65 km de extensão (GESP)

Não se sabe qual demanda o Arco Oeste-Sul poderia ter, mas certamente ela teria um perfil bem distribuído, servindo como atalho para que os usuários evitassem viagens mais longas entre pontos distantes da capital. Seria uma espécia de “anel ferroviário” parcial, se incluído a Linha 14, algo que ajudaria a equilibrar os deslocamentos de pessoas pelo sistema.

No entanto, o cenário do projeto é bastante distante. Em março de 2021, o jornal Giro S/A, circula na região de Barueri, Cotia, Itapevi, Santana de Parnaíba e Osasco, publicou um artigo comentando sobre o então Arco Sul. Ao ser questionada, a CPTM afirmou na época que “O Arco Sul é sim projeto da companhia. Porém ele será reelaborado e talvez reprojetado”. A companhia disse ainda que o traçado será definido no PITU 2040, que está sendo preparado atualmente e estabelece os planos de expansão do transporte público até 2040.

Estação Jurubatuba: possível conexão do Arco Sul com a Linha 9-Esmeralda (Jean Carlos)

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  1. Lembro que nessa mesma época, surgiu uma outra linha da CPTM saindo do Monte Belo e indo até Piqueri. Era uma linha razoavelmente curta e ia cruzar as linhas 7, 8 e 9 e passaria pela Corifeu.

  2. Nunca que essa linha vai sair do papel, trajeto muito distante da capital e sem conexões de boa importância

    1. Pessoal, pessoal,

      Essa linha NUNCA foi proposta e o intuito da matéria não é essa abordagem, mas sim mostrar algo que a CPTM tem em seus planos. Como claramente está escrito, ela ainda será estudada para ingressar no PITU 2040, que está em fase de elaboração.

      Com relação a ideia do seu projeto, especialmente no trecho do ABC e da Zona Sul eu creio que ela teria um grande movimento, modificando bastante o fluxo de muitos moradores do ABC para as regiões da Zona Sul. Porém, não creio que ela deveria ser o trecho prioritário caso ocorra sua segmentação. O trecho norte, ao meu ver, teria um impacto muito maior, especialmente nos Municípios que estão próximos à Zona Oeste de São Paulo. Porém, mesmo assim eu creio que se fosse utilizado o serviço de metrô/trem pesado, esse não deveria ter um fluxo tão intenso como vemos nas demais linhas, pois a sua proposta é totalmente distinta das demais linhas, algo comum fora do País em linhas que tem essa finalidade de especialmente distribuir a utilização dos usuários. Estações mais distantes umas das outras, além de Intervalos maiores seriam comuns em tal caso. Mas tudo isso é mero achismo, especialmente por se tratar mais de um esboço do que qualquer projeto concreto.

      1. Lucas A. Santo e demais amigos para quem se interessar sobre o material da Fupam que consegui com o amigo Caio César do COMMU e que trata de planejamentos passados sobre ferrovias, segue o link para baixar o PDF: https://we.tl/t-RN4q5EGxjw
        E também em cada capítulo ligado a uma linha fez uma análise do carregamento por trecho dimensionando fluxo e contra fluxo e pendular, o que, ligado ao diagnóstico socioeconômico e uso do solo proposto para a rede da CPTM, compõe uma importante ferramenta de fonte de dados comprovados através de gráficos e planilhas irrefutáveis para quem tenta simplificar problemas, calando reclamações e insatisfações extremamente válidas.
        Embora este estudo da FUPAM, esteja desatualizado com dados de 2008, ele é uma importante ferramenta direcional para que os gestores possam planejar e atuar nos pontos críticos que deveriam ser priorizados, desta forma atuaria como um plano diretor que minimizaria as decisões equivocadas em implantar linhas em locais de baixa demanda e reforçariam esforços para as áreas mais críticas.
        Uma das melhores formas para se minimizar a pandemia que ocorre atualmente nos sistemas públicos de transporte é o de se evitar e eliminar aglomerações e superlotações, e com relação aos usuários, é o de se deslocar da sua origem e destino com um mínimo de transbordos possível, neste caso a manutenção da Linha Integradora -710 é um exemplo prático disto.
        Por conta deste estudo sobre o sistema Metrô Ferroviário paulista o trecho entre as estações Tamanduateí e Lapa é o que deveria ser focado e priorizado, pois é o que possui a maior capacidade de se eliminar e redistribuir as múltiplas baldeações desnecessárias e desconfortáveis, e em estações de passagem, mas que hoje estão servindo de terminais como a Luz e Brás, além de preparar para receber os futuros Trens Intercidades do que quaisquer outras linhas.
        Para finalizar é que embora fosse a CPTM quem requisitou este estudo técnico, ao invés de se revisar e atualizar para se utilizar suas diretrizes, ele deve estar colocado em algum canto desprezado e sem serventia, acumulando poeira.

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