O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) aprovou um empréstimo de R$ 7 bilhões para a Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo. O montante será destinado à Linha Universidade, concessionária criada pela Acciona para gerir o ramal de 15,3 km.
A informação foi divulgada pelo jornal O Estado de São Paulo nesta terça-feira (28), mas não constava no site do banco até a publicação deste artigo.
Segundo o BNDES, metade do financiamento será bancado por um pool de dez bancos cujos nomes não foram revelados. A modalidade de empréstimo é do tipo EPC (Engineering, Procurement and Construction) em que a concessionária dará como garantia futuras receitas da operação da Linha 6, dispensando fianças ou ativos.
O montante equivale a praticamente metade do que a Acciona precisará investir no projeto, orçado entre R$ 15 e 17 bilhões, mas que prevê que o governo do estado banque 50% do investimento na Parceria Público-Privada (PPP).
Para reiniciar as obras há pouco mais de um ano, a Acciona recorreu a empréstimos-ponte além de repassar parte da sociedade para fundos como o francês STOA em troca de um investimento de R$ 317 milhões. A empresa também obteve isenção equivalente a R$ 1,2 bilhão em impostos como o IR e o IOF junto ao governo federal.
A Acciona havia dito há um ano que estudava empréstimos não apenas com o BNDES, mas também outros organismos internacionais de fomento.
O financiamento concedido pelo BNDES tem um aspecto simbólico já que foi justamente a inviabilidade de um contrato do tipo com a concessionária Move São Paulo que fez a obra parar em 2016. Na época, as sócias da empresa então responsável pela Linha 6 (Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC) eram alvo da operação Lava-Jato e por isso não possuem crédito no mercado.
Além da Linha Universidade, também o governo do estado deve fechar um contrato de financiamento junto ao BNDES para bancar sua parte no projeto da Linha 6-Laranja