Fabricante tanto dos trens do monotrilho quanto do sistema CBTC utilizado na Linha 15-Prata, a Bombardier enviou nota ao site contestando a afirmação do Sindicato dos Metroviários, que a culpou pelo choque entre duas composições no dia 29 de janeiro.
Em entrevista ao Diário do Transportes, o coordenador do sindicato, Wagner Fajardo, afirmou que o sistema é falho por permitir que um trem seja desligado sem que ninguém mais note o problema.
Segundo a Bombardier, “o trem M22 não estava ‘desligado’. O trem estava estacionado junto à plataforma da estação Jardim Planalto, que não está operacional, e estava protegido pelo sistema, que estabelece uma área de restrição em torno do trem e evita que outro trem entre naquela região“.
A empresa fez coro com o Metrô que apontou como causa uma falha humana: “segundo a investigação do Metrô, que deve ter sido baseada nos registros operacionais do CCO, o trem foi tornado invisível pelo operador, ou seja, esta área de proteção foi removida pelo operador. As circunstâncias em que houve esta remoção não são de nosso conhecimento”, diz o texto enviado ao site.
A fabricante canadense também garantiu que o sistema CBTC, responsável pela sinalização e controle dos trens, é totalmente seguro: “o sistema CITYFLO é uma solução de controle automático de trens (ATC) segura e eficiente, provada em aplicações urbanas e certificada com o nível máximo de segurança (SIL4), conforme definido pela norma técnica 61508 da International Electrotechnical Commission (IEC). O sistema de bordo para Proteção Automática de Trem (ATP) e Operação Automática de Trem (ATO), garante uma operação automatizada e confiável dos trens, assegurando que o trem transite a uma distância segura de outros trens. O CITYFLO 650 é projetado de acordo com as normas CENELEC e outras normas européias aplicáveis e atende também à norma IEEE 1474 para sistemas CBTC; Este sistema está em operação ou em implantação em mais de 40 linhas ao redor do mundo.”
Diante das afirmações tanto do Metrô, Sindicato e agora da Bombardier, resta entender por que um funcionário possui autonomia para tomar uma atitude como esta, mesmo que não intencional. Como se sabe, qualquer sistema ou equipamento que transporte pessoas precisa ser redundante, ou seja, que existam camadas de segurança caso algo ocorra, incluindo até mesmo uma ação deliberada e intencional de causar um acidente, o que, nesse caso foi negado tanto pelo Metrô quanto pelo sindicato.