Após um atraso de 10 meses por conta de protestos de moradores da região, as obras no Complexo Rapadura, na região do Jardim Textil (Zona Leste) começaram oficialmente nos últimos dias.
O local é parte fundamental para a extensão da Linha 2-Verde até Penha, com 8 km de extensão, oito estações e previsão de transportar diariamente 300 mil pessoas. É nele que será aberta a vala onde a imensa tuneladora fabricada pela Herrenknecht será montada em 2022 para iniciar as escavação dos túneis de via dupla do ramal.
Imagens do canal iTechdrones mostram os funcionários do consórcio CML2 iniciando a construção das instalações do canteiro em um dos campos da área desapropriada pelo Metrô, além de demolirem algumas estruturas de apoio.
Os trabalhos no local foram autorizados por conta de duas decisões judiciais provisórias. A primeira partiu do Superior Tribunal de Justiça, que derrubou uma liminar que impedia a ocupação da área por conta de supostas irregularidades apontadas pelo Ministério Público.
Como a Cetesb e o IPHAN, órgãos técnicos responsáveis por emitir a permissão ambiental e de preservação arqueológica, não viram impedimentos para a obra, o Ministro Humberto Martins concedeu autorização para que o Metrô siga com os trabalhos enquanto o caso é julgado.
A outra decisão favorável à obra ocorreu na semana passada quando o Tribunal de Contas do Município revisou uma liminar que impedia a concessão do termo de uso do terreno, liberando os trabalhos por parte da prefeitura.
Área devolvida à sociedade
O Complexo Rapadura é um ponto-chave na extensão da Linha 2-Verde por se situar numa região de altitude menor e mais favorável para instalar o ponto de partida e chegada do tatuzão usado para acelerar a construção do ramal. O local é fica num ponto central do trajeto de 8 km, exatamente entre as oito estações previstas.
Num primeiro momento, ele seguirá em direção à Vila Prudente quando então será desmontado e levado para outra vala de acesso, na região da Penha. De lá, o shield fará a segunda e última escavação, de volta ao Rapadura.
Após essa fase, o Metrô finalizará a construção de túneis de estacionamento de trens que servirão para abrigar composições usadas em momentos de pico da operação. Toda a estrutura será subterrânea, apenas com saída de emergência na superfície.
É uma solução semelhante a que existe no Parque das Bicicletas, em Moema, onde mal se nota a presença da Linha 5-Lilás. Assim como nesse caso, a área de campos e de vegetação será devolvida à população após a conclusão das obras, prevista para ocorrer até 2026.