A cidade chinesa de Wuhu, perto de Xangai, na China, tem algo em comum com São Paulo desde o final do ano passado. É lá que foi aberta a primeira linha de monotrilho utilizando um sistema totalmente automatizado similar à Linha 15-Prata do Metrô paulista.
O novo ramal com pouco mais de 30 km utiliza o mesmo trem que opera na linha brasileira, o Innovia 300, originalmente projetado pela Bombardier, mas que hoje faz parte da fabricante Alstom, da França.
Eles foram produzidos numa parceria com a gigante CRRC, a mesma que fabricará um novo lote de 19 trens de monotrilho para a Linha 15 na China.
Como o sistema paulista, também a Linha 1 de Wuhu opera com o padrão GoA4, que dispensa condutor dentro de cada trem e utiliza a sinalização CBTC para oferecer intervalos baixos e regulares.
A frota do ramal chinês é quase idêntica a da Linha 15: são 28 trens (um a mais que a linha Prata), mas que percorrem um trecho muito maior, de 30,5 km contra 14,6 km. São 25 estações contra 11 paradas do Metrô paulista.
O sistema de Wuhu, no entanto, tem diferenças em relação ao empreendimento da Zona Leste. Ele foi fruto de uma Parceria Público-Privada entre a prefeitura da cidade, o governo chinês e as empresas Alstom e CRRC.
Sua implantação consumiu cinco anos, o que evidencia alguns fatos como um prazo relativamente semelhante a trechos da Linha 15. Embora a maior parte das vias seja elevada há também trechos subterrâneos, outro aspecto que muitos consideram impossível nesse tipo de modal.
A operação comercial teve início em 3 de novembro, mas o horário de funcionamento é menor que no Brasil. O ramal abre das 6h30 às 23h apenas.
Um vídeo divulgado pela TV estatal chinesa (abaixo) mostra o monotrilho circulando na cidade. Embora haja alguma oscilação interna nos vagões, é bastante claro que as vigas-trilhos chinesas parecem mais bem acabadas que as da Linha 15-Prata – e que contribuíram para episódio do rompimento do pneu em fevereiro de 2020.
O apresentador, inclusive, permanece boa parte do vídeo sem segurar em qualquer parte do trem, embora a uma velocidade baixa. A implantação da Linha 1 também parece bastante adequada à cidade, com avenidas de canteiros largos e um paisagismo agradável- algo que o site conferiu in loco em outro sistema, da cidade de Chongqing.
As estações são bastante arejadas se comparadas às do monotrilho brasileiro, com plataformas laterais em vez de centrais e portas de plataforma de meia altura, algo comum na Ásia. O preço da passagem é de três yuan ou R$ 2,40 numa conversão direta.
Os planos de Wuhu em relação ao monotrilho contrariam muitos críticos do sistema no Brasil, que chamam o modal de “transporte de parque de diversões”.
Já está em construção uma segunda linha com 15,7 km e 11 estações e a meta é atingir nove ramais no futuro.
Aparentemente, o headway é maior, uma vez que a mesma frota percorre quase o dobro de distância, ou estou enganado?
A Linha 15 entre Ipiranga e Cidade Tiradentes terá essa mesma extensão dessa linha chinesa, as estações da Linha 15 são boas também e eu prefiro as daqui com portas de plataforma altas, essas de meia altura não dariam certo aqui, teriam doidos que dariam um jeito de pular mesmo com o risco de caírem e se espatifarem no asfalto, melhor não arriscar! Aqui poderia haver trechos subterrâneos de monotrilho para irem até regiões mais centrais e densas, só não o fazem porque não querem.
Seria interessante informar o custo por quilômetro construído em comparação com a linha prata. Quanto ao melhor acabamento, acredito que alguns fatores contribuem para isso um é a falta de continuidade na obra com interrupções e outra a falta de fiscalização ou comprometimento da fiscalização.
Acredito ser possível atingir uma qualidade melhor sem elevar os custos.
Não vejo diferença de qualidade das estações em relação a chinesa.
Enquanto isto, aqui em São Paulo, a linha 17 demora para. ser concluída e o Governo do Estado de São Paulo resolve extinguir a linha 18, depois de estudos, que não mostra, para construí um BRT pior que o Expresso Tiradentes ou o Corredor São Mateus Jabaquara.