Para os passageiros, deverá ser quase imperceptível, mas com a chegada dos novos trens da Série 8500, que começaram a operar em julho, e em breve da Série 9500, ainda em testes, aos poucos as antigas composições da CPTM sairão de cena. Esse movimento já começou na Linha 12, por exemplo, que já conta com um exemplar da Série 2000, antes exclusiva da Linha 11-Coral.
Comprada nova pela CPTM no final dos anos 90, a Série 2000 foi fabricada pela CAF e conta com ar-condicionado e bom nível de conforto, mas sofre com a grande demanda do Expresso Leste. Agora que a linha passou a receber a Série 8500, os 2000 estão migrando para a Linha 12-Coral – no momento, apenas um deles opera em horário comercial. Menos lotada e com estações mais distantes, a linha deve aproveitar melhor o potencial do trem que, embora não seja exatamente novo, está dentro de um padrão mínimo de qualidade.
Ao contrário de outras séries que acabaram exclusivas de uma ou outra linha (caso da Série 7500 na Linha 9, da Série 8000 na Linha 8 e da Série 2100 na Linha 10), as Séries 8500 e 9500 estão preparadas para operar em qualquer uma das seis linhas da CPTM. No entanto, a empresa deve concentrá-las em alguns ramais com o objetivo de melhorar o desempenho do carrossel.
Herança da CBTU
É esse o grande ganho que os passageiros sentirão, com viagens mais rápidas, o que diminuirá o intervalo entre trens sem que seja necessário um aumento substancial de composições. Na Linha 7-Rubi, por exemplo, que é mais precária da rede, devem seguir mais unidades da Série 7000 em vez da Série 8500, como antecipado pelo governador Geraldo Alckmin.
A expectativa na empresa é que todos os trens sem ar-condicionado sejam retirados de serviço quando a encomenda de 65 unidades das novas série for completada. Ou seja, trens herdados dos tempos da CBTU como a Série 1100, 1400, 1600 e 1700 sairão enfim de circulação após décadas de uso. Talvez ainda sobre a Série 2100, os famosos trens espanhóis, que foram importados usados na década de 90 e que são, na verdade, trens de transporte regional, cujo desempenho não é compatível com linhas urbanas.