Após levar longos para aposentar os trens herdados dos tempos da CBTU, a CPTM está próxima de realizar uma nova encomenda de composições que deverá enfim proporcionar à companhia amplas condições de expandir seus serviços além de ampliar o conforto e a regularidade das viagens. Como revelado anteriormente, a empresa planeja lançar uma nova licitação para adquirir 34 trens novos com as mesmas características encontradas nas séries mais recentes como pasagem livre entre os vagões, monitores de informação, câmeras de segurança e portas mais largas, entre outras características.
Na entrevista concedida à Revista Ferroviária, Pedro Moro, presidente da empresa, afirmou que a licitação será lançada até o final de 2019. A compra, cujo valor é estimado em R$ 1,5 bilhão, está listada entre as ações da proposta orçamentária de 2020 enviada pelo governo Doria, porém, sem que os valores reais tenham sido revelados.
Segundo Moro, os 34 trens serão destinados prioritariamente às linhas 10-Turquesa e 12-Safira, hoje as que têm as frotas mais antigas. O ramal do ABC, por exemplo, está operando com 10 trens Série 7000 recentemente repassados pela Linha 9-Esmeralda, e outros oito Série 7500, mas o total é inferior ao ideal já que em horários de pico são necessários 18 trens e qualquer necessidade de manutenção acaba por trazer os Série 2100 de volta ao serviço – os chamados trens espanhois, além de antigos, são mais lentos e comprometem a velocidade do serviço. Já a Linha 12 sofre por operar com várias frotas diferentes incluindo a 2000, cujos trens estão bastante desgastados após anos atuando no antigo Expresso Leste.
A chegada dos oito trens da Série 2500 destinados à Linha 13-Jade deve aliviar um pouco essa situação, liberando composições para outras linhas, mas sem a nova encomenda é impossível para a CPTM reduzir os intervalos do serviço, que passará a ser possível com a modernização das vias e sistemas. É por isso que os 34 trens possibilitarão uma estratégia de expansão do serviço nunca vista.
O executivo da CPTM reconheceu que a modelagem da licitação pode mudar. Em vez de uma compra com financiamento, o governo pode bancar o negócio ou então buscar uma opção nova como o leasing, mas nada disso ainda está definido, reconheceu.
Mais vagões
Em 2018, a CPTM terminou o ano com 213 trens de 13 séries diferentes e 1.626 vagões, de acordo com o Relatório Integrado da companhia. Neste ano, a conclusão da entrega da encomenda de 65 composições, mais os oito trens da Série 2500 deve fazer com que a frota tenha o mesmo tamanho do ano passado, mas já sem contar com trens antigos como as séries 1700, 4400 e 5400.
No entanto, os trens espanhois continuarão como reserva até que a nova encomenda comece a ser entregue, o que não deve ocorrer antes de 2022. Até lá será um desafio para a CPTM lidar com o crescimento da demanda que inclusive terá o acréscimo das novas estações da Linha 9, Mendes-Vila Natal e Varginha. A vantagem é que com trens mais novos e velozes é possível oferecer mais viagens do que antes. Outra questão a ser levada em conta é o envelhecimento das primeiras séries compradas pela CPTM e que possivelmente precisarão passar por reformas caso a empresa opte por mantê-las em serviço. A Série 2000 é hoje a mais antiga delas, com cerca de 20 anos de operação.
Mesmo assim, o presidente da CPTM já vislumbra uma segunda encomenda, dependendo dos desdobramentos dos planos de expansão da empresa e também da concessão de três de suas sete linhas. Veja abaixo como estava a frota em 2018 e os cenários futuros.
Séries | 2018 | 2019 | 2024* |
---|---|---|---|
Nova série | 34 | ||
2500 | 0 | 8 | 8 |
9500 | 24 | 30 | 30 |
8500 | 34 | 35 | 35 |
9000 | 9 | 9 | 9 |
8000 | 35 | 35 | 35 |
7500 | 8 | 8 | 8 |
7000 | 37 | 37 | 37 |
2070 | 5 | 5 | 5 |
3000 | 4 | 4 | 4 |
2000 | 15 | 15 | 15 |
2100 | 24 | 24 | 0 |
5400 | 6 | 6 | 0 |
4400 | 3 | 0 | 0 |
1700 | 9 | 0 | 0 |
Total | 213 | 216 | 220 |
* Dados presumidos
Já que querem tanto novos trens pra linha 11 poderiam licitar os 40 novos trens so pra ela e mandar os 8500 pra outras linhas