Como a rede sobre trilhos de São Paulo ficaria em Nova York?

Perfil fez um exercício de imaginação mostrando como as linhas de metrô e trens metropolitanos paulista se compara com a extensa malha da cidade dos EUA
Trens do Metrô de São Paulo e de Nova York (Jean Carlos e General Punger)

Muito se fala sobre a pequena extensão de linhas de trens em São Paulo, a despeito de nos aproximarmos de 400 km de trilhos. Não há dúvida que a malha está aquém do necessário, basta ver quantos projetos de novas linhas estão em gestação e ainda assim não seriam suficientes para cobrir as principais áreas da região metropolitano.

Mas, afinal, nossa rede é tão modesta assim? E se comparada a um dos metrôs mais famosos do mundo, o de Nova York? Foi isso que fez o perfil São Paulo Yimby (@spyimby), que busca defender projetos que tornem as cidades mais justas e acessíveis.

O acrônimo vem do termo em inglês “Yes In My Backyard” (Sim, no meu quintal), que contesta justamente o Nimby (Not In My Backyard), um fenômeno existente em grandes metrópoles quando moradores e organizações buscam evitar projetos que tragam progresso e maior adensamento em seus bairros.

A rede de trilhos atual de São Paulo

Em um post recente, seu autor, o advogado Guilherme Pereira, fez um breve exercício de imaginação, sobrepondo as redes de trens de São Paulo e Nova York. Veja a seguir suas ponderações retiradas do perfil:

Brincando de reorganizar a rede de trilhos da Secretaria dos Transportes Metropolitanos de SP sobre o mapa de uma região densa, como NYC e arredores. O traçado e extensão das linhas foram mantidos, apenas a disposição de cada uma alterada no sistema para ficar mais lógico.

As linhas atuais (amarelo), em construção (laranja) e em projeto/estudo (azul)

Considerando nossas linhas existentes (amarelo), em construção (vermelho), estudos ou projeto (azul) e realizando a mesma sobreposição na área de Nova York e Nova Jersey.

Fiz o mapa para visualizar como seria a disposição da nossa rede de uma forma mais densa e sobre uma região densa. Pois um dos nossos problemas, além da extensão da rede, é a configuração do território. E há um espraiamento do principal público do transporte coletivo, o que é ainda pior.

A rede de Nova York, também incluindo linhas em operação e futuras expansões de São Paulo

Além de adensar o centro, incluiria as demais regiões com oferta de empregos e serviços com infra de transporte. Essas não raro ficam de fora da discussão (vide polos comerciais na Zona Oeste e Zona Sul).

O mapa de Nova York com as linhas de SP sobrepostas

Minhas ressalvas:

  • Temos mais habitantes
  • Incluí as linhas da CPTM ou que eram dela porque o subway de NY também faz algo assim. A velha questão da padronização.
  • Na realidade, o sistema de NY é apartado do de New Jersey. Só que deixei umas linhas indo para o lado de NJ.

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7 comments
  1. Culpa das montadoras automobilísticas, que subornam os políticos, para que a nossa malha metroviária não seja ampla !! E poderiam se transfomar as linhas mais os trens da CPTM no Metrô de verdade !! Ainda que alguns lugares sejam tombados !!

    1. Seguindo a sua observação, a culpa não é só do setor automobilístico e também dos políticos que não fizeram e não fazem uma boa política pública para o serviço de transporte público.

    2. Recentemente vi um vídeo de um arquiteto. Ele disse que tentaram em 1950 adensar o centro de Sampa mas os moradores locais (isso inclui políticos e personalidades) fizeram movimentos de contra isso, exatamente movimentos NIMBy.

      Eu vejo que há vários prédios vazios no Centro, ou seja, até esses moradores que fizeram NIMBy, nem moram mais lá.

      Se o centro e adjacentes não são adensados, fica difícil aprovar projetos de novas linhas.

      Ou seja, não é só culpa de montadoras de autos, ou empresas de ônibus, mas também dos próprios moradores do centro de Sampa.

      E isso continua até hoje, vide o caso dos moradores que conseguiram impedir o túnel da Cidade Matarazzo, que iria possibilitar uma área “caminhável”.

  2. Além das montadoras, descobrimos envolvimento do PCC nas empresas de Ônibus.
    Adivinha se eles também não compram políticos e evitam que tenhamos mais metrôs e trens !!
    Valdevan 90, Senival.
    MPF, TCU, Polícia, ajuda ai gente, o planeta precisa de mais transporte sobre trilhos e menos poluição !!

  3. Há um erro no mapa das linhas de NY. O que se vê são as linhas de SP sobrepostas e não as linhas de NY como diz o texto.
    Assunto interressante numa matéria com pouca profundidade, além do erro crasso no mapa de NY.
    Vamos melhorar?

  4. O primeiro projeto de metrô subterrâneo foi apresentado em SP em 1906. O custo da obra era alto demais, seja para a iniciativa privada ou para o poder público. O metrô só saiu em 1968 por uma questão simples: dinheiro. A obra do metrô é cara e complexa, por isso sua realização é lenta.

    Com várias crises econômicas (Crise do Petróleo, Década perdida, hiperinflação, México, Rússia e Tigres Asiaticos), o metrô teve sua expansão lenta entre os anos 1970 e 1990.

    Outro fator foi o fato do governo federal ter parado de investir nas obras do metrô paulista entre 1982 e 1995, por conta dos valores de empréstimos paulistas junto ao BNDES.

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