Concessão das linhas 11, 12 e 13 deve custar quase R$ 15 bilhões em valores atualizados

Leilão marcado para esta sexta, 28, definirá concessionária do Lote Alto Tietê. Critério de seleção será o de maior desconto na contraprestação pública
Trem da Série 9000 (Jean Carlos)
Trem da Série 9000 (Jean Carlos)

A concessão das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade (Lote Alto Tietê) está marcada para ocorrer nesta sexta-feira, 28. O projeto prevê o repasse dos três ramais de trem metropolitano para a iniciativa privada.

Para compreender melhor do que se trata a concessão, o site fez um resumo básico com os dados essenciais do projeto que prevê cifras bilionárias em investimentos.

Abrangência, prazo e custo

A concessão do Lote Alto Tietê envolve as seguintes linhas:

  • Linha 11-Coral entre Luz e Estudantes
  • Linha 12-Safira entre Brás e Calmon Viana
  • Linha 13-Jade entre Engenheiro Goulart e Aeroporto-Guarulhos

O prazo da concessão será de 25 anos. Está previsto que sejam executados investimentos de expansão e melhoria dos ramais da ordem de R$ 14,847 bilhões reajustados para valores atuais a partir da data base (julho/2024).

Área da concessão (SPI)
Área da concessão (SPI)

O projeto conta com Aporte Público da ordem de 70%. O valor reajustado é de investimento de R$ 10,3 bilhões da parte do governo do estado.

Todas as linhas serão expandidas. Sendo elas:

  • Linha 11-Coral para Cesar de Souza
  • Linha 12-Safira para Suzano
  • Linha 13-Jade para Gabriela Mistral-Tiquatira e Bonsucesso
Previsão de CAPEX do Lote Alto Tietê (SPI)
Previsão de CAPEX do Lote Alto Tietê (SPI)

Leilão

O critério para o julgamento do vencedor da concessão será o de menor valor da contraprestação pública. Os descontos poderão ser de 0% até 100%. A ordem de prioridade do julgamento será:

  1.  Contraprestação Pecuniária Fixa 1
  2.  Contraprestação Pecuniária Fixa 2
  3.  Contraprestação Variável
Mecanismos de pagamento (SPI)
Mecanismos de pagamento (SPI)

Contraprestação Pecuniária Fixa 1

A CPF1 é a parcela devida para a concessionária pelos investimentos realizados (CAPEX). 70% dos investimentos serão pagos por aporte e os 30% restantes são representados pela CPF1.

O valor anual da CPF1 é de R$ 473 milhões. Ao longo dos 25 anos o valor final a ser pago para a concessionária será de R$ 9,6 bilhões na data base.

Contraprestação Pecuniária Fixa 2

A CPF2 é a parcela devida para a concessionária pela operação do sistema ferroviário (OPEX). Este custo está relacionado à operação e manutenção de trens e estações, vias e sistemas.

O valor mensal da CPF2 será de R$ 490 milhões ao ano. Ao longo dos 25 anos de concessão o valor a ser pago para a concessionária será de R$ 11,7 bilhões.

Contraprestação Variável

A CPV é a parcela devida para a concessionária relacionada diretamente à produção quilométrica dos trens. Em linhas gerais, é o valor a ser pago pela distância que todos os trens andam ao longo dos ramais.

O valor estimado para a CPV será de R$ 4,62/carro.km. Ao longo dos 25 anos o valor representa um repasse de R$ 13,6 bilhões, ou seja, a maior parcela da concessão.

A determinação do valor teve base na produção quilométrica e da Taxa Interna de Retorno da concessão que possui juros 9,94% ao ano.

Valores previstos para desembolso do estado (SPI)
Valores previstos para desembolso do estado (SPI)

Quem pode participar?

Poderão participar do leilão empresas individuais ou em consórcio e abrangência nacional ou internacional.

A empresa/consórcio precisa comprovar ter gerido e administrado um ativo de infraestrutura com valor mínimo de investimento de R$ 1,8 bilhão e de R$ 300 milhões em receita. Em caso de grupos de empresas, pelo menos um dos consorciados deve ter 50% dos valores de referência.

A empresa/consórcio deverá depositar R$ 143 milhões no ato da entrega das propostas no dia 25 de março a título de garantia de proposta.

Antes da assinatura do contrato a empresa/consórcio precisa ter depositado o valor de R$ 715,2 milhões ao poder concedente a título de garantia de execução.

É pré-requisito para a assinatura do contrato que a licitante/consórcio apresente atestado de experiência na operação de ativo metroferroviário por 12 meses com demanda de ao menos 105 mil passageiros por dia. O mesmo é válido para o operador subcontratado caso haja esta modalidade.

Fluxo de caixa projetado na concessão (SPI)
Fluxo de caixa projetado na concessão (SPI)

Prováveis participantes

Dentre as empresas que demonstraram interesse na concessão estão o Grupo CCR (Motiva), Grupo Comporte (TIC Trens), Keolis (França), Transdev (França) e Grupo Belarmino (Sambaíba/Rápido Luxo).

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