Duas semanas após aceitar assumir o restante da obra do pátio Água Espraiada, o Consórcio Linha 17 – Ouro assinou finalmente o contrato para execução dos serviços na última quinta-feira (25), conforme consta no Diário Oficial deste sábado. Os trabalhos dependem apenas da assinatura da ordem de serviço, o que deve ocorrer nos próximos dias.
A obra é a mais atrasada da fase 1 do monotrilho da Linha 17. Tinha prazo original de entrega em novembro do ano passado, data que foi postergada para maio deste ano, depois junho e finalmente setembro de 2017. Agora, nas mãos do novo consórcio, o prazo foi mais uma vez esticado: a nova de entrega ficou para agosto de 2018, no limite em que a gestão Alckmin não poderá mais inaugurar obras por conta da eleição em outubro daquele ano.
E o consórcio terá que correr já que as estações estão encaminhadas e podem ficar prontas até o final do ano que vem. Ao menos num sentido o consórcio pode levar vantagem: uma das empreiteiras é a TIISA, construtora que está hoje envolvida em quase todas as linhas em obras e que também é responsável justamente pelas sete estações em construção.
É urgente que o pátio de manutenção tenha ao menos parte de sua grande área entregue para que os primeiros trens do monotrilho possam iniciar os testes. Como se trata de um sistema novo, incluindo aí o fabricante, a empresa malaia Scomi, quanto mais cedo esse trabalho começar mais rápido a linha poderá iniciar operação comercial. E, diante dos atrasos e problemas do outro monotrilho, da Linha 15, a tarefa não será das mais fáceis.
Nova estação Morumbi
Com as estações e pátios novamente em mãos de consórcios sérios, resta ao Metrô resolver mais duas frentes. Uma delas é a estação Morumbi, que foi retirada do Lote 1 porque teve seu projeto mudado. Agora, a empresa finaliza os últimos detalhes para lançar a licitação – a estação é importante para conectar a Linha 9-Esmeralda ao monotrilho.
O outro dilema é justamente o contrato principal do monotrilho, cujo consórcio Monotrilho Integração se desfez. As duas construtoras, Andrade Gutierrez e CR Almeida, abandonaram os canteiros, a MPE, que montaria os trens, está em dificuldades financeiras, e a Scomi, dona do monotrilho e da tecnologia, até hoje não apresentou um protótipo.
As informações mais recentes davam conta que a Scomi assumirá toda a parte de montagem dos trens e sistemas numa nova fábrica que estaria sendo construída no interior de São Paulo. Quanto às obras civis remanescentes, resta conseguir que o Ministério do Trabalho libere o lançamento das vigas-trilho curvas. O órgão embargou o trabalho desde o acidente com uma delas, que vitimou um funcionário. No entanto, o ministério pedia como solução algo impossível, que as vigas fossem lançadas e imediatamente concretadas à estrutura.
Rumores dizem que a Andrade Gutierrez e CR Almeida poderiam retomar as frentes de trabalho para concluir o lançamento dessas vigas restantes, bem como outras obras menores. Do jeito que está, a Linha 17 dificilmente poderá ser entregue em 2018, como previsto.