A CPTM assinou nesta sexta-feira, 14, um contrato de concessão de exploração de espaços publicitários com a Eletromídia. A empresa havia vencido um pregão eletrônico em janeiro e agora irá ser responsável pela mídia exterior nas estações e trens da companhia por um prazo de 10 anos.
Segundo a CPTM, trata-se do maior contrato do tipo no Brasil, com previsão de R$ 405 milhões em receita durante a sua vigência. Para se ter uma ideia do que isso representa, vale lembrar que a exploração da publicidade pela própria empresa obteve cerca de R$ 14 milhões de receita por ano entre 2018 e 2019. Agora, já em 2020 a CPTM terá direito a uma receita mínima de R$ 28 milhões. Além disso, a Eletromídia pagará R$ 109,5 milhões como outorga pela concessão, ágio de 630% em relação ao valor previsto no edital, de R$ 15 milhões.
“A modernização na infraestrutura permitirá ainda um ganho na comunicação com o passageiro, que passará a contar com painéis de informações operacionais além de notícia e entretenimento em sua viagem”, explicou Eduardo Jorge Pereira, diretor de Planejamento e Novos Negócios da CPTM.
A Eletromídia é considerada a maior empresa de mídia exterior do país e veicula anúncios em paineis nas ruas, shopping centers, aeroportos, elevadores, entre outros. Ela terá exclusividade em todas as sete linhas da CPTM e estações sobre uso de espaços de mídia nos bloqueios, painéis estáticos, escadas rolantes, passarelas, adesivação dentro e fora dos trens, monitores e painéis digitais, além de novos formatos que poderão ser propostos pela empresa que investirá cerca de R$ 25 milhões na modernização da infraestrutura de mídia atual.
O espaço para exploração na CPTM é imenso: a companhia possui 94 estações, 271 km de trilhos, atende a 22 municípios e transporta diariamente cerca de 3 milhões de usuários.
Caminho do Metrô
A terceirização da gestão de exploração de espaços publicitários da CPTM segue o caminho adotado pelo Metrô em 2017. Na época, a companhia também concedeu esse serviço por meio de um pregão eletrônico vencido pela empresa francesa JCDecaux. Assim como a Eletromídia, a concessionária terá 10 anos para explorar três linhas do Metrô, que terá uma remuneração mínima de R$ 375 milhões durante a vigência do contrato.
A mudança de estratégia revela um amadurecimento na gestão das duas empresas que têm buscado ampliar as receitas não-tarifárias, porém, sem assumir funções em que não são especialistas como o comércio, administração de pontos de vendas e imóveis e a exploração publicitária. Com essas concessões e parcerias, tanto o Metrô quanto a CPTM ampliam suas receitas, mas deixam para grupos experientes o trabalho de gerar faturamento. É o famoso ganha-ganha.
Isso engloba também aquelas telas no interior dos trens? Passou da hora da CPTM fazer igual ao Metrô e explorar isso. Pode fazer como a ViaMbilidade faz na Linha 5, conseguindo explorar na mesma tela a publicodade e informações de viagem como a próxima estação.
Tem que ver se realmente foi um negócio correto, já que na matéria diz que o contrato engloba as 7 linhas da CPTM com duração de 10 anos. Mas e as que serão concedidas? São pelo menos 3 até o momento. Como ficará esta exploração no momento em que houver a concessão? As novas concessionárias não poderão explorar comercialmente os anúncios em suas respectivas linhas? A eletromidia deixará de operar nestas linhas concedidas? E se isto ocorrer, está descrito no contrato?
São perguntas importantes que não foram abordadas.