A previsão do governo de estado de aposentar os trens da Série 2100 na Linha 10-Turquesa nesta semana se concretizou antes do esperado. No dia em anunciou a mudança, o secretário dos Transportes Metropolitanos Alexandre Baldy havia previsto que a substituição das velhas composições seria realizada nesta quarta-feira, dia 10. Mas desde esta segunda os passageiros que utilizam o ramal da CPTM que corta o ABC Paulista já encontram outros trens, a Daniel Gersogamo, em seu lugar.
O rodízio de trens ocorreu como havia previsto o perfil Paparazzi Ferroviário no Facebook: a Linha 10 receberia trens da Linha 9 que os substituiria por composições da Linha 8, onde há um excedente de unidades há cerca de seis anos. Já no último domingo, a CPTM começou a mobilizar as unidades escolhidas para mudar de ramal. Nada menos que 12 trens da Série 8000, então exclusivas da Linha 8-Diamante, foram deslocadas para prestar serviço na Linha Esmeralda. Enquanto isso outros 12 trens da Série 7000 saíram da região Oeste em direção ao ABC.
A foto que abre esta matéria, feita pelo leitor Daniel Gersogamo, flagra o momento em que dois Série 7000 alinham na plataforma da Linha 10 na estação Brás na segunda-feira. Mas mesmo com 20 trens mais novos em sua frota, além de cinco unidades da Série 3000, um pouco mais antiga, a CPTM não conseguiu retirar todos os Série 2100 de circulação. Segundo relatos de passageiros, eles foram utilizados em algumas viagens durante a operação do dia 8.
Ociosidade por anos
Apesar de mais velozes, bem conservadas e eficientes, as novas séries produzidas pela CAF não são uma unanimidade entre os usuários da Linha Turquesa. Há quem ainda prefira os lentos Série 2100, trens com aceleração e frenagens mais lentas e que foram fabricadas em 1974 e compradas em 1997 pela CPTM pouco depois de a empresa ter sido criada. Na época em que os primeiros Série 7500 chegaram à linha, em fevereiro do ano passado, não foram poucas as reclamações de pessoas que preferiam o maior número de assentos e as largas portas do Série 2100, a despeito do estado precário em que se encontram.
Ainda que possa desagradar em um primeiro momento, a adoção dos novos trens certamente compensará pela possibilidade de reduzir o tempo das viagens no trecho. A Linha 10 transporta quase 400 mil passageiros por dia, segundo a CPTM.
Com a mudança sendo realizada antes de um pronunciamento claro da CPTM sobre isso, resta ainda entender como a companhia conseguiu utilizar os trens que sobravam na Linha 8-Diamante e que fazem parte de uma parceria público-privada com a empresa CTrens. Na gestão do governador Alckmin, essa possibilidade foi ignorada por razões não explicadas. Em outras palavras, se pode ser feito agora por que razão a utilização dessas composições não ocorreu bem antes?
Gostei do questionamento final, como foi possível o fim da exclusividade dos trens para a linha 8 e porque não foi feito isso bem antes? Parabéns pela matéria!