A CPTM disponibilizou no final de junho a licitação para a manutenção preventiva e corretiva nos trens da Série 2070. Atualmente esta frota circula exclusivamente na Linha 12-Safira.
A manutenção da frota de trens da CPTM é praticamente toda contratada junto a empresas terceiras. O contrato mais recente foi firmado com a CAF para a manutenção da série 8500.
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A licitação abrange 10 composições de quatro carros da série 2070. Duas composições de quatro carros não foram contempladas devido ao fato de estarem imobilizadas.
O contrato possui basicamente dois eventos básicos. O Evento A abarca as atividades de manutenção preventiva e corretiva, já o Evento B engloba as atividades de reparo e manutenção não programada causadas, entre outros fatores, por vandalismos.
O contrato de manutenção da Série 2070 incorpora em seu escopo indicadores de desempenho que irão influenciar nos valores a serem pagos para a empresa contratada. Serão considerados os indicadores de falhas em três níveis de complexidade, disponibilidade de frota e tempo médio para reparo.
Uma Falha Nível A ocorre “quando um trem comercial, escalado para a circulação comercial e está em operação comercial, apresentar incapacidade de movimentação própria no sentido de operação, paralisando ou prejudicando a operação devido ao desempenho insuficiente ou ao risco à segurança”
A meta para as Falhas Nível A é de uma ocorrência a cada 400 mil km percorridos. Caso este valor seja inferior à 200 mil km a empresa é penalizada com perda de 10% de sua receita.
Uma Falha Nivel B ocorre “quando o trem comercial, em operação comercial, apresentar falha promovendo interrupções ou atrasos superiores a 6 minutos.”
Neste caso, são consideradas “as falhas nos sistemas que comprometem a segurança e o conforto do trem durante o transporte de passageiros, tais como falhas de freio, ATC / ATO / CBTC, rádio terra-trem, farol, buzina, sistema de porta e sistema ar-condicionado, desde que não se caracterizem como falha NIVEL A, serão consideradas como falha NIVEL B independentemente do tempo de atraso.”
Para as Falhas de Nivel B a meta é crescente conforme o tempo de contrato. A meta inicial é de uma ocorrência a cada 12 mil km no início do contrato, chegando até 14 mil km no final do contrato.
A empresa perderá 10% de sua remuneração caso haja ocorrências em período inferior à 9 mil km rodados (início do contrato) até 10,5 mil km (final do contrato)
Uma Falha Nível C ocorre “quando o trem comercial, em operação comercial ou manobra para operação comercial ou manobra no lavador de trens, apresentar falha que não seja caracterizada como falha NIVEL A ou falha NIVEL B ou Não Falha.”
Para as Falhas Nivel C é aplicada a mesma lógica do nível B. As metas são de uma ocorrência a cada 10 mil km rodados no começo do contrato até 12 mil km no final do contrato.
A empresa será penalizada em até 10% da remuneração caso a falhas ocorram em períodos inferiores a 6 mil km rodados (começo do contrato) até 7,2 mil km rodados (final do contrato)
A empresa deverá manter um alto nível de disponibilidade de trens para a operação. O contrato estabelece que no horário de pico a meta de disponibilidade é de 93%. Caso esse indicador esteja abaixo de 83% a empresa é penalizada em 10% da receita. Os indicadores aumentam em 1% na segunda metade do período contratual.
A disponibilidade no período de vale é aferida ao longo de todo o período do contrato. A meta é atingir 88% de disponibilidade. Caso o valor seja inferior a 75% a empresa perde 10% de sua remuneração.
O tempo para reparação de falhas também será aferido. São estabelecidos como tempo ideal para reparo o período de 180 minutos. Caso a empresa demore mais do que 240 minutos para reparar o trem, será efetuado um desconto de 10% de sua remuneração.
Cabe citar que a empresa responsável ainda deverá arcar com o socorro dos trens em casos de falhas em campo, fornecimento de peças, ferramentas e maquinário específico para manutenção.
A CPTM vai disponibilizar os pátios de Eng. São Paulo e Roosevelt para a atuação das equipes de manutenção. O número de linhas disponíveis é proporcional ao tamanho da frota de cada empresa.
Ainda estão contemplados no contrato a realização de uma manutenção de nível F e de 10 manutenções de nível G. A manutenção nível G engloba a revisão geral de todo o trem com a desmontagem completa da composição e reparo integral de seus componentes.
No caso das manutenções de nível G, será tolerado a realização do reparo de uma composição de quatro carros por vez, para que seja mantido um nível mínimo de disponibilidade da frota
O contrato para a manutenção de 40 carros da série 2070 terá duração estimada de 60 meses (5 anos). Não foram divulgados orçamentos para a atividade em questão. A sessão pública para o processamento da licitação ocorrerá no dia 20 de julho.
Se a tal manutenção de nível G está contemplada nesse novo contrato, há um trem dessa série imobilizado faz tempo e que deveria ser recuperado numa Revisão Geral, pois se a composição é totalmente desmontada e TODOS os seus componentes são revisados e renovados, então tudo aquilo que foi danificado naquela composição poderia ser substituído por novos componentes e fazer o trem a andar de novo! A Série 2070 está na metade de sua vida útil, uma composição imobilizada tem que voltar à operação, não pode haver desperdícios!
Eu gostaria de que isso acontecesse com os 3000 também, uma RG neles seria muito interessante, mas aí é outra história complicada!
mais um contrato caríssimo que a CPTM irá contratar, e que sabemos que na prática não é bem assim que funciona, há muitas benesses nesses indicadores.