A CPTM divulgou nesta sexta-feira (23) a licitação para a execução de obras de adequação de acessibilidade da estação Aracaré na Linha 12-Safira. Com investimento de aproximadamente R$ 50 milhões, a obra deverá ser realizada em 36 meses.
A estação Aracaré se localiza no município de Itaquaquecetuba, na altura do km 40 da Linha 12-Safira, e foi inaugurada na década de 50. Sua principal função é atender a população local que tem como destino a cidade de São Paulo, Poá e adjacências.
O principal acesso da estação é realizado na Rua Rio de Janeiro. A demanda da estação no horário de pico, segundo a CPTM, é de 2 mil passageiros. A demanda diária é de 7,5 mil passageiros por dia (março/18).
A estação possui uma única plataforma central ilhada onde estão alocados todos os equipamentos da estação. O acesso é realizado por uma passarela que transpõe a via férrea de ambos os lados.
Tendo em vista a precariedade da estrutura existente e a quase ausência de instrumentos de acessibilidade e conforto, a CPTM atuará na requalificação da estação.
O foco da obra será atuar para atender as recomendações previstas em normas técnicas como a NBR 9050, 14021 e 16537. Estão também incorporadas as adequações em consonância com a NR 24 (Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho) e com vistas para a obtenção do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB).
A estação já conta com o projeto executivo pronto, sendo desenvolvido pelas equipes internas da CPTM. Segundo o os anexos da licitação, as intervenções vão abranger:
- Demolição da passarela pública e das edificações e instalações atuais, inclusive cobertura da plataforma central;
- Construção de nova edificação operacional, em 3 níveis, a oeste e fora da plataforma central,
- Criação de saguão principal superior (mezanino de distribuição de usuários e controle de arrecadação) sobre a plataforma central;
- Passarela pública de transposição e acesso à estação, com escadas e elevadores acessíveis em ambos acessos (leste e oeste);
- Construção de bicicletário junto ao acesso leste.
Detalhamento
Novos edifícios operacionais com três pavimentos e 6,6 mil m² deverão incluir vestiários, copa e sanitários acessíveis. Um novo saguão acessível será implantado e incluirá nova bilheteria, linha de bloqueios, sala de supervisão operacional e sanitários públicos.
As salas técnicas serão compostas por sala de baixa tensão, grupo gerador diesel, trafo, cabine primária, área para lixo, depósito de materiais, bombas hidráulicas dentre outros.
A nova passarela metálica deverá fazer a transposição da via férrea até o novo saguão. Novas escadas serão construídas assim como elevadores que vão garantir a circulação vertical dos passageiros. A passarela atual deverá permanecer em operação até que a nova esteja concluída.
Para as plataformas está previsto o alteamento, nivelamento e alargamento pontual como forma de corrigir os vãos existentes entre sua borda e os trens. Pisos táteis auxiliarão os passageiros com restrições visuais a realizarem um embarque seguro desde a entrada da estação até a entrada nos trens.
A iluminação e o sistema de sonorização também passarão por mudanças que visam atender as normas vigentes. Painéis de mensagens serão instalados nas plataformas. A acessibilidade ainda inclui telefone surdo-mudo e sinalização em braile.
Serão também implantados portões com barras antipânico nas extremidades das plataformas. O sistema de alarme e detecção de incêndio, bem como a presença de hidrantes e extintores são fundamentais para a garantia do AVCB.
Outros incrementos são a construção de um novo bicicletário junto ao acesso leste, a implantação de um novo estacionamento com vagas para ambulância e veículos de manutenção além de um espaço reservado para o depósito de lixo.
Edificação histórica será demolida
O prédio central da estação Aracaré é a única estrutura remanescente dos tempos da Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB). Apesar de ser incontestavelmente uma estrutura histórica, ela não é tombada ou é alvo de processo de tombamento.
No memorial descritivo do projeto de arquitetura foram identificados problemas relativos à visibilidade e à segurança.
“Além disso, constatou-se que a manutenção da edificação na plataforma leva à descontinuidade da rota tátil a ser implantada, a uma solução de cobertura descontínua, prejudicando a proteção contra chuva e ao estrangulamento das plataformas em sua lateral, prejudicando a rota de fuga na extremidade em que está locada”
A solução adotada é a demolição da edificação e catalogação em um “documento de memória”.
“Por não se tratar de edificação tombada ou em processo de tombamento é proposta a demolição da edificação histórica. Previamente à sua demolição, é previsto em planilha orçamentária confecção de inventário e cadastro detalhado da edificação para que se configure como documento de memória.”
Prazo e custo
O prazo para a execução da obra está estipulado em 36 meses, sendo 24 meses para a obra e 12 meses para a operação assistida. A ordem de serviço deverá ser emitida em até 15 dias a partir da assinatura do contrato. O orçamento para a adequação da estação é de R$ 49.991.512,44.
Essa reforma é muito melhor que as da linha 10, deveriam contemplar também novas passarelas e mezaninos, tomara que sejam assim as próximas reformas…
Nessa caso, vão reconstruir a estação né?
Finalmente alguma ação decente. Não aquelas reformas meia-boca que estão fazendo na Linha 10.