A CPTM registrou um aprofundamento no prejuízo operacional durante o ano de 2023 apresentando margem negativa de R$ 851,7 milhões, um aumento de 96% em comparação ao ano anterior.
O balanço financeiro foi divulgado no Relatório Integrado de 2023 onde constam os principais resultados operacionais da companhia.
O ano de 2023 foi marcado por queda nas receitas e aumento das despesas, o que acentuou de sobremaneira o resultado negativo da estatal. O site compilou os principais dados para apreciação simplificada.
Resultado geral
A receita líquida da estatal teve queda de 5,05% atingindo o valor de R$ 2,2 bilhões em 2023. O valor dos serviços prestados teve um aumento de 4,9% atingindo R$ 2,2 bilhões.
A apertada margem entre receita e custos operacionais resultou em uma pequeno lucro bruto da ordem de R$ 5,3 milhões, o que representa uma queda de impressionantes 97,7% comparado à 2022, quando a empresa registrou R$ 230,6 milhões.
Os custos administrativos subiram 52,6% impulsionados principalmente por derrotas judiciais da CPTM contra ex-funcionários da FEPASA que exigiram equiparação salarial.
O prejuízo do exercício de 2023 teve um aumento de 96,8% comparado com 2022 atingindo a cifra de R$ 851,7 milhões contra R$ 432,7 milhões do período anterior.
Receita
A receita da empresa teve queda generalizada em diversos indicadores. Apesar do aumento do número de passageiros, a receita com transporte metropolitano caiu em 5,4% atingindo R$ 817,4 milhões.
O valor da subvenção econômica também teve queda da ordem de 16,3% que corresponde ao aporte de R$ 805,2 milhões. Os valores de recomposição tarifária e de gratuidades tiveram aumentos, o que aliviou as perdas.
As outras receitas, o que incluem receitas extra-tarifárias, tiveram queda de 10,7% atingindo o valor de R$ 133,3 milhões em 2023.
Custo dos serviços
O custo da operação dos trens metropolitanos no geral aumentou. O custo com pessoal se manteve estável com uma leve queda de 0,3% atingindo R$ 867,2 milhões.
Os maiores aumentos foram em manutenção e materiais. Foram investidos R$ 410,7 milhões com manutenção e 74,6 milhões com materiais que representam aumento de 14,6% e 26,4%, respectivamente.
O valor dos contratos de vigilância se manteve estável com redução de 0,8%, representando investimento de R$ 210,0 milhões.
Conclusão do balanço
Analisando as informações em ambito global é possível ter uma noção diferenciada dos custos da CPTM ao longo de 2023.
A estatal transportou 319,5 milhões de passageiros em 2023 contra 310,9 em 2022, um aumento de 2,7%. As receitas operacionais com o transporte de passageiros subiram em 3,7% atingindo R$ 1,3 bilhão.
O custo geral da CPTM teve aumento de 10,6% em 2023. A empresa teve como somatória total de gastos R$ 3,1 bilhões contra 2,8 bilhões em 2022.
A CPTM recebeu R$ 4,23 por passageiro que transportou. Este valor é inferior ao da tarifa pública vigente na época, que era de R$ 4,40.
O custo do serviço da CPTM por passageiro também subiu. A tarifa real do sistema, ou seja, a tarifa de custeio da operação, seria de R$ 7,03 em 2023. Em 2022 este valor estava em R$ 6,88.
Caso o governo decidisse repassar as perdas financeiras da estatal para a população, o valor devido a cada passageiro em 2023 seria de R$ 2,67. Este valor representa um aumento de 91,5% ante ao desempenho de 2022.
A junção de fatores como queda na arrecadação e aumento das despesas de operação e administrativa gerou um resultado muito abaixo do esperado para a empresa.
Apesar do resultado financeiro negativo, a estatal manteve bom desempenho nas operações, registrando aumento em diversos indicadores de qualidade. Tal aumento foi indicado na última pesquisa de opinião onde houve recorde de aprovação.
Se a ferrovia tem tanto prejuízo assim, porque lutam para ficar com ela?
Eu jamais compraria uma padaria que só dá prejuízo e pior, se tem funcionários que ganham mais que o dono qual cabeça eu cortaria primeiro, do faxineiro ou do diretor que mal administra a padaria?
Está bem óbvio que querem fazer com que a imagem da ferrovia serra jogada na lama para que se venda rápido e pelo menos preço de mercado, a população tem seu suor de anos e qndo o sistema está melhorando , o governo vem e entrega a preço de banana para empresas que só geram lucros para sim própria. Querem privatização ok, entreguem as linhas que estão no mapa a serem construídas aí sim eles poder lucrar depois de construída, fácil pegar estações novas, trens novos e sucatear tudo e apoia o sangramento devolver só sucata.
Caro, André, primeira coisa que precisa ficar claro eh que a ferrovia não eh a CPTM, e depois que há uma péssima administração dos recursos públicos nessa empresa. Se vc não sabe, existe um grande mercado de processos trabalhistas que está enriquecendo muitos funcionários e advogados especialistas na causa. Eles se aproveitam de brechas jurídicas. E não eh só na CPTM, mas acredito q na maioria das estatais. O governo acerta na mosca ao conceder o serviço. Se continuar desse jeito daqui a dez anos vai faltar dinheiro para a energia dos trens.
“grande mercado de processos trabalhistas que está enriquecendo muitos funcionários”. Não conheço funcionário nenhum que esteja “enriquecendo”, só sei que a CCR, empresa que “ganha” tudo que é concessão de trem e metrô em SP está enchendo a burra: https://www.infomoney.com.br/mercados/ccr-ccro3-resultados-quarto-trimestre-2023-proposta-dividendos-adicionais/
Esse vive no mundo da lua.
Se o trabalhador ganha o processo é porque a empresa, seja qual for, não pagou o que devia.
Acorde, quem está ficando rico é empresário que ganha serviços prontos a preço de banana.
Caro, Jean, parabéns por discriminar o custo por passageiro desta vez. Há muita gente que inocentemente acredita que o custo operacional da estatal eh menor do que da Via Mobilidade. E isso por causa da esquerda brasileira que eh muito boa em disseminar fakenews econômicas.
Esquerda é boa em disseminar fake news?
Já se sabe de quem ele é fã
Manter uma empresa pública é demasiado caro. Tem muitas coisas que as empresas privadas conseguem levar vantagem. Por exemplo, a não necessidade de licitação pra tudo. Até papel higiênico tem que ser licitado em empresa pública. Conseguem contratar mão de obra com valor de mercado, e não ter que pagar altos salário e benefícios de funcionário concursado. Gestão mais eficiente, uma vez que a empresa visa o lucro, e na empresa pública, tanto faz gastar 500 ou 5000, já que o recurso vem do estado de qualquer jeito.
As vezes sai mais barato pro estado bancar o lucro da empresa concessionante do que lidar com todas essas amarras que o próprio estado cria.
Ou seja, empresa privada contrata mão de obra barata, não cuida de qualidade, não investe, deixa precário, enfim, realmente, fica baratinho mesmo!
A receita caiu mesmo, ou o repasse é desigual entre a menina dos olhos do governador (CCR) e as estatais?! (Já sabemos a resposta.)
Caro, Jean, se somarmos a receita mais o prejuízo e dividirmos pelo total de passageiros transportados a tarifa média para ficar no zero a zero sobe para 9,70 reais por passageiro. É preciso deixar claro isso.
Veja:
Receita 2,250B
Prejuízo 851M
Passageiros 319,5 M
Preço Médio: 3,101B + 851M / 319,5 M = 9,70 reais.
Só corrigindo:
2,250B + 851M= 3,1B
3,1B/ 319,5M = 9,70 reais
Especificamente nessa matéria a intenção foi comparar o custo dos serviços prestados ao invés de considerar toda a estrutura da empresa.
Porem, o seu calculo está correto. Se fosse considerada como fonte de renda apenas a tarifa o valor da passagem para se obter equilíbrio seria de R$ 9,70
Pelo jeito o governador acertou em aumentar a tarifa para R$5,00, claro que isso não vai resolver o problema de prejuízo nas estatais mas vai dar um alívio que vai garantir a independência das estatais em relação ao governo estadual.
gente se vocês olharem mais atrás as histórias da linha 7 e 10 e dá 11 e 12 e linha 8 e 9 todas eram na parte de sp eram de iniciativa privada. Aí veio governo federal e estadual na época da ditadura estadizaram a linha 8 e 9 , e a 7,10,11,12 foi federalizada . Quem colocou a 8 e 9 em baixo das asas do governo estadual foi laudo natel ( presidente do sp futebol clube) e presidente da época colocou a rede federal ferroviária com braço urbano que era CBTU . pessoal vocês acham que o sistema de ônibus da prefeitura dá lucro não dá . há tantas graduidades no sistema de ônibus e do metrô que deveriam ser revistas ou atualizadas.
Incorreto. As linhas 8 e 9 eram da EFSorocaba e pertenciam ao Estado. Em 1971 criou-se a FEPASA, reunião algumas cia estatais, como a Sorocabana. As linhas 7 e 10 eram da Estrada de Ferro Santos a Jundiaí, pertencentes ao governo federal desde 1946 e as linhas 11 e 12 da EFCB eram estatais desde a sua criação em 1858.
Então é correto dizer que pouco menos de 75% da companhia se paga e os pouco mais de 25% restantes não se pagam?
Para quem acha que privatizar é o melhor remédio, vcs estão dispostos a pagar mais de R$ 7,00 na passagem?
Pois, a partilha que a Linha 4 recebe da tarifa exclusiva está hoje em R$ 7,31.
A Supervia do Rio está com a tarifa em R$ 7,10.
A Via Mobilidade Linha 8 e 9 teve prejuízo de mais de R$ 234 milhões ano passado.
Não há milagre na operacionalização no transporte de passageiros nos trens.
Se a CPTM for privatizada, alguém vai ter que pagar a conta. E com certeza, não vão ser as concessionárias.
Também não há milagre em passagem subsidiada. Afinal, você acha que o valor subsídiado vem de onde, se não do próprio imposto que você paga?
a prefeitura de SP paga 7,3 bilhoes de subsidio para o sistema de onibus. isso ninguem questiona.
Pelos comentários, tem gente aí achando que paga pouco na passagem e tá preocupado em sustentar empresário, viu? Tem gente que adora sustentar empresa privada, mesmo que às custas de um transporte péssimo, como vem ocorrendo nas linhas 8 e 9.
Marcelo, pagamos 9,70 na CPTM e 3,70 na 8 e 9 em 2023. Vc ainda acredita que o governo está errado?
Você soma tudo que seja custo da CPTM, divide pelo número de passageiros e chega num número magico de R$ 9,70.
Aí quando chega na CCR, você pega o valor da tarifa contratual e pronto. Esquece que tem tarifa de mitigação, reequilíbrio econômico-financeiro e outros aportes vindo do estado para considerar o custo total da concessão para o estado. Por isso a sua conta não fecha.
O próprio secretário que está vendendo tudo já admitiu que os valores são altos.
O lucro da Viaquatro de 795 milhões vem de onde?? Dos quiosques que não é.
O transporte público é subsidiado na maioria dos países, incluindo os Estados Unidos. Aliás os ônibus da cidade de São Paulo também são subsidiados.
Aí é que tá, se fosse assim o cimento seria amarelo e daí daria boas vindas a toda revolução que a linha pretende trazer. Incrível como a engenharia dos átomos nesses casos funciona, só não vê quem não quer, ela facilita o check in e check out dos passageiros, com som ambiente e ainda serve como marca páginas, eu só vejo vantagens.
Eric, vamos lá:
Esse valor de R$ 9,70 q vcs estão enchendo a boca para falar está totalmente equivocado, pois vcs estão considerando custo total da CPTM, sendo que o mais adequado seria o EBITDA. Pois, as depreciações dos trens, estações e infra estrutura que a Via Mobilidade L8/9 estão utilizando, estão todas sendo contabilizadas no Balanço da CPTM, conforme descrito no contrato de concessão.
Ou seja, a VM 8/9 tem o bônus da operação, mas o ônus da depreciação fica com a CPTM.
Já os R$ 3,70 da VM 8/9 é um valor contratual pago por passageiros transportados, ou seja, gratuidades, estudante, transferências entre linhas, todo mundo que é transportado é remunerado por essa tarifa. Isso sem falar que nessa tarifa não está considerando a mitigação da demanda e reequilíbrio econômico-financeiro. Portanto, o valor que governo paga é bem maior.
Caro, Marcelo, o valor contratual da VM eh iniciou em 2,8. Esse valor de 3,70 já contempla as gratuidades e a queda de usuários da linha 9
E outra coisa: quem tá ganhando trem a mais eh a CPTM, pois devido a concessão da linha 8/9 ficará com trem sobrando em seus pátios. Na se esqueça que a concessão injetou 36 trens no sistema.
Outra coisa q precisa deixar claro eh que todos os ativos da CPTM e da Via Mobilidade em questão são do Estado, então acredito q não cabe avaliar por depreciação, mas pelo custo operacional para o Estado.
Se não cabe avaliar pela depreciação, então vc concorda que o seu valor de 9,70 é uma grande falácia.
Vc quer saber o custo operacional para o Estado, então vamos exemplificar quanto o governo paga por km:
Receita recebida pela VM 8/9 = 863.571 mil
Extensão Linhas 8/9 = 78,9 km
Receita VM / Km = 10.945 mil.
Ou seja, o governo pagou 10.945 mil para a VM por km.
Receita CPTM = 1.352.025 mil
Extensão Linhas CPTM = 195,4 km
Receita CPTM / km = 6.920 mil
O governo paga quase 60% mais por km para a VM e ainda tem gente falando q a concessão gera economia para o Estado
Sim, R$ 2,84 do contrto reajustados anualmente, sendo que no primeiro ano foi reajustado em 17,5%, bem acima da inflação.
E dúvido que a CPTM vai ganhar mais trens, pois a VM 8/9 não está devolvendo nem os trens emprestados que já deveriam ter sidos todos devolvidos esse ano.
E vc viu o DRE da VM 8/9?
Nele há um valor de Custo de construção e o mesmo valor nas Receitas de construção.
Ou seja, ele vai fazer um investimento já esperando um aporte do governo. Desembolso zero para a VM 8/9.
Assim é fácil conceder kk
O malabarismo matemático para colocar na CPTM e METRO como grandes vilões do erário público é interessante.
Primeiro, que o transporte público em qualquer lugar do mundo é subsidiado.
Segundo que a lógica matemática é muito simples: se recebe menos pela tarifa, vai ter que aumentar o subsídio. E vice-versa. E como mostrou no artigo, a CPTM transportou mais e recebeu menos.
Dito isto, e considerando que a questão tarifaria é de responsabilidade da STM e da câmara de compensação, o que vale de fato é o quanto custa cada empresa de transporte para o estado de SP.
A CPTM teve um custo em 2023 de 2.948.668.000 reais. É o que consta em seu balanço financeiro.
Em comparação, a via quatro teve um custo de 1.554.524.000 reais para o estado, entre receita tarifaria e reequilíbrio econômico-financeiro, com lucro de 795 milhões. A viamobilidade 8/9 teve um custo de 834.696.000 reais (sem reequilíbrio econômico-financeiro em 2023). A viamobilidade 5/17 teve um custo de 817.420.000 entre receita tarifaria e reequilíbrio econômico-financeiro. a soma destes 3 valores dá 3.206.640.000 reais. Isso sem contar o aporte de 1 bilhão que o governo vai pagar decorrente das perdas de receita pela covid 19, e sem contar do pedido de reequilíbrio econômico-financeiro que a viamobilidade 8/9 prepara para solicitar.
Portanto para quem ainda acha que as concessões desoneram o estado, ocorre justamente o contrário. É só estudar um pouquinho. O custo com operação e manutenção diminui, o salário cai absurdamente, e para onde vai o que sobra???
Sobre as despesas com ações trabalhistas dos funcionários ex-fepasa, elas custaram 390.903.000 de reais de acordo com o relatório, e não 703 milhões. É bom que se esclareça que os funcionários ex-fepasa, a estabilidade foi substituída por 80% da multa do FGTS, e a CPTM não cumpriu esse acordo. Acordo feito com o governo do estado da época, antes da CPTM. Esse valor foi repassado pela secretária da fazenda, mas entrou com despesa da CPTM.