CPTM reconstruiu 9 km de vias férreas e revitalizou rede aérea para viabilizar Linha 13-Jade até Barra Funda

Obras consumiram 18,9 km de novos trilhos, 15 mil dormentes de concreto e mais de 80 km de novos fios para rede aérea. Uma nova subestação ainda deverá ser construída na região. Investimento total foi de R$ 158 milhões
Novas vias entre Luz e Barra Funda (Jean Carlos)
Novas vias entre Luz e Barra Funda (Jean Carlos)

Estender a Linha 13-Jade para a estação Palmeiras-Barra Funda requer um volume significativo de investimentos. Alguns dos mais importantes são a requalificação da estrutura referente aos trilhos e ao sistema de energia.

Neste artigo iremos detalhar quais foram as principais intervenções que ocorreram ao longo do trecho de 3 km entre as estações Luz e Barra Funda

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Via Permanente

A via permanente é o nome que se dá ao conjunto de trilhos, dormentes, lastro e demais elementos que fazem a sustentação da via por onde os trens realizam suas movimentações.

No trecho entre Luz e Barra Funda a CPTM realizou a remodelação completa das vias. Não foram apenas troca de trilhos, mas de todos os dormentes, preparação da infraestrutura e superestrutura.

Novas vias entre Luz e Barra Funda (Jean Carlos)
Novas vias entre Luz e Barra Funda (Jean Carlos)

Os trabalhos contemplaram inicialmente a desmontagem de 7km de via permanente com aproximadamente 11,6 mil dormentes. Além disso, os 14 aparelhos de mudança de via existentes foram desmontados.

A desmontagem permitiu um retrabalho completo na infraestrutura, que são as camadas mais inferiores da via, dando-lhe maior qualidade e capacidade de sustentação. Foram instaladas novas canaletas de drenagem e cerca de 8,8 km de bancos de dutos.

Vias reconstruídas (Jean Carlos)
Vias reconstruídas (Jean Carlos)

A montagem das novas vias contemplaram 9 km de via permanente. Ao todo foram utilizados mais de 15 mil dormentes de concreto e 600 dormentes de madeira na região dos AMVs.

Foram utilizadas cerca de 1.080 toneladas de trilho tipo TR57, o que representa uma extensão de 18,9 km de novos trilhos implantados. Para garantir a união de toda essa extensão, foram realizados 1.500 soldas por caldeamento, para formação de trilhos longos, posteriormente unidos por 150 soldas aluminotérmicas.

Maquinas de chave revisadas (Jean Carlos)
Maquinas de chave revisadas (Jean Carlos)

Foram ainda montadas 11 transposições com quatro AMVs otimizados. Os aparelhos de mudança de via (AMV) são os equipamentos que permitem a manobra dos trens entre vias distintas. Ao todo foram utilizados 19,9 mil m³ de lastro britado para as novas vias.

Rede Aérea

As redes aéreas são os elementos responsáveis por transmitir a energia elétrica para os trens. Geralmente os elementos mais visíveis são os cabos de cobre, suspensórios, pontes e pórticos.

O investimento contemplou a recapacitação de 20 km de rede aérea com a remoção de pórticos antigos e inserção de novos, treliçados e com maior resistência. Novos cabos foram inseridos para garantir maior confiabilidade.

Estrutura de sustentação da rede aérea autocompensada com pórticos treliçados (Jean Carlos)
Estrutura de sustentação da rede aérea autocompensada com pórticos treliçados (Jean Carlos)

Em números, foram implantados 32,7 km de fios de 253 mm² para a função de cabo mensageiro (vermelho) e 45,3 km de fios de 107 mm² para função de fio trolley (verde), ou seja, aquele que entra em contato diretamente com o pantógrafo.

Foram adquiridos ainda 1.200 metros de conexões equipotenciais com 185 mm² (amarelo) e 7.573 metros de suspensórios (Roxo) para permitir regular as distâncias entre fio de contato e cabo mensageiro.

Estruturas da rede aérea de tração (Jean Carlos)
Estruturas da rede aérea de tração (Jean Carlos)

Subestação

Uma nova subestação deverá ser implantada no novo trecho. A subestação Memorial da América Latina deverá fornecer energia para este novo trecho e viabilizará a chegada dos trens da Linha 11-Coral em intervalos de até três minutos.

A nova subestação será implantada no formato de Eletrocentro, com estruturas mais compactas e permitindo telecontrole através do CCO. A capacidade de fornecimento desta subestação será de 8,0 MVA

Os investimentos totais da obra de recapacitação deste trecho foram da ordem de R$ 158 milhões. As obras possuem 36 meses de duração e já estão com 66% de conclusão com previsão de entrega para agosto de 2024.

Cronograma e avanço das obras (Jean Carlos)
Cronograma e avanço das obras (Jean Carlos)

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  1. De fato uma obra muito importante, mas creio eu que deveria ser priorizada a chegada da Linha 11 na Barra Funda e não da Linha 13. Atenderia uma demanda muito maior e evitaria uma baldeação na Luz.

    1. Não existe essa possibilidade, a L13 tem intervalos grandes na chegada a luz e consequentemente terão os mesmos intervalos até barra funda, logo não é necessário uma nova subestação pra levar a L13 até a Barra Funda, por isso se levará ela primeiro, a L11 pra funcionar direito na Barra Funda precisa de uma nova subestação, logo só chegara ano que vem a Barra Funda

      1. Exato. Comentário perfeito. Nao sei se foi proposital ou acidental, mas o fato é que a subestação virá apenas depois e sem ela nao da pra por a l11 na barra funda.

        Portanto a l13 chegará primeiro e quando a subestação ficar pronta a l11 chegará tbm.

    2. Felipe Velber. Raciocínio correto, porem os planejadores não desejam beneficiar linhas de maior ‘demanda’, tanto é que postergam a pesquisa de “Origem e destino” o máximo possível para camuflar e tentar corrigir e justificar este planejamento pífio.
      De acordo com o gráfico apresentado, toda vez que a Linha 13-Jade procedente do Leste se houver conexões em “X” como parece, as linhas ultra congestionadas 12-Safira e 11-Coral deverão ser bloqueadas em ambos sentidos simultaneamente para que a Linha 13-Jade percorra e atravesse estacionando na plataforma indicada no Brás, interferindo e congestionando ambas as linhas que já são ultra saturadas e ainda possuem cargueiros noturnos pois uma ocorrência do bloqueio de uma paralisa todas as três, o que é uma insensatez técnica, pois causará um enorme transtorno operacional absurdo por conta do gargalo existente não resolvido, com a certeza da lentidão crônica na aproximação da estação Luz se agravará.

      1. “Uma nova subestação deverá ser implantada no novo trecho. A subestação Memorial da América Latina deverá fornecer energia para este novo trecho e viabilizará a chegada dos trens da Linha 11-Coral em intervalos de até três minutos.”
        Mais claro, impossível.

          1. Ele está errado por acaso?

            Demanda maior = prioridade maior.

            o problema é que a politica interfere mto, a linha 13 é uma linha de burgueses….e é a mando do governador anterior com conivencia do atual que chegou-se a essa decisão.

            Se é sabido que precisa da subestação, PQ NÃO FIZERAM ANTES? pq não havia vontade politica e nem existia a linha 13….pois a mais de 10 anos que se fala da linha 11 na Barra funda.

            Pelo visto, os ingenuos são vcs.

  2. Belo trabalho da CPTM
    A injeção de competência técnica do pessoal que veio do Metrô está fazendo muito bem para a empresa.
    Pendências que duravam mais de uma década estão sendo resolvidas graças a este pessoal

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