A CPTM divulgou o relatório contábil para o segundo trimestre de 2024 de 2024. A companhia obteve redução do déficit neste período.
O relatório financeiro apresenta os principais balanços da operação e seu impacto fiscal para a empresa. O site destaca os principais pontos da exposição fiscal.
Receitas, despesas e resultado
A CPTM obteve no segundo trimestre um aumento de 11,8% das suas receitas operacionais atingindo o valor de R$ 620,9 milhões. As despesas operacionais da companhia tiveram aumento de 1,5% chegando a R$ 558,8 milhões.
O lucro bruto da estatal teve aumento da ordem de 1.221% comparado ao valor registrado no semestre anterior. A companhia obteve R$ 62,1 milhões de saldo bruto positivo.
Acrescidas as despesas administrativas e financeiras, o lucro líquido, que é o resultado final, apresentou déficit da ordem de R$ 128,3 milhões. O valor representa uma queda de 46,6% do prejuízo apurado no mesmo período do ano passado.
Subvenção econômica
A CPTM é uma empresa dependente do governo do estado, de tal forma que necessita de injeções de capital para seu funcionamento. Do total da receita auferida, foram realizado os seguintes aportes:
- Recomposição tarifária: R$ 102 milhões
- Gratuidades: R$ 62,6 milhões
- Subvenção econômica: R$ 197,2 milhões
Patrimônio
O balanço de ativos (patrimônio e receitas) e passivos (despesas e dívidas) sofreu leves alterações.
O ativo total da empresa é estimado em R$ 12,3 bilhões, sendo que deste total 11,7 bilhões se referem a ativos imobilizados como estações, trens e estruturas.
O passivo da empresa foi calculado em R$ 2 bilhões, sendo que R$ 1,4 bilhões são relativos a passivos não circulantes cujo vencimento é superior à 12 meses.
O patrimônio líquido da CPTM, ou seja, a soma de todas as fontes positivas e negativas de receitas é estimada em R$ 10,3 bilhões.
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Fatos relevantes
O relatório destaca ainda dois fatos relevantes. O primeiro é a concessão da Linha 7-Rubi e do Trem Intercidades pelo Consórcio C2 Mobilidade Sobre Trilhos que constituiu a empresa TIC Trens SA. O contrato tem duração de 30 anos e foi assinado em 03 de junho de 2024.
A operação pela nova concessionária deverá ser iniciada em novembro de 2025, segundo o relatório.
Outro fato relevante é a imposição de multa lavrada pela Receita Federal do Brasil em junho de 2024 referente ao não recolhimento da Contribuição Previdenciária sobre Receita Bruta (CPRB).
A CPTM está realizando sua defesa em relação ao pleito da RFB e aponta risco remoto de perda do processo.
Precisamos entender isso como investimento e não déficit. Só pensar na quantidade de carbono evitado, pessoas a menos usando o sistema de saúde por conta da poluição, menor stress no trânsito por viagens mais rápidas etc. Enfim, sem internalizar essas externalidades, esse tipo de análise perde o sentido. E não adinata privatizar, pois já foi mostrado que o sistema da via 4 custa até 10x mais para transporte de um passageiro por km do que o sistema público. Gostaria muito que o MetrôCPTM fizesse uma análise assim e que levasse em conta os comentários divergentes do editorial para enriquecer o debate.