A Secretaria de Parcerias em Investimentos publicou a versão definitiva do edital de concessão das Linhas 11, 12 e 13. Os documentos confirmam que as linhas da Zona Leste ficarão com as frotas mais novas de trens da CPTM.
A Linha 10-Turquesa, única que ficará sob responsabilidade da companhia estatal de trens, terá de operar com modelos mais antigos e desgastados por um bom tempo.
As informações constam do Anexo I do contrato de concessão. Ao todo a futura concessionária receberá um total de 107 trens, sendo eles:
- 8 trens da Série 2500
- 36 trens da Série 8000
- 35 trens da Série 8500
- 9 trens da Série 9000
- 19 trens da Série 7000
O poder concedente deverá disponibilizar antes do início da operação comercial da concessionária ao menos 92 trens, sendo eles todos as composições das séries 2500, 8000, 8500 e 9000, além de 4 trens da Série 7000.
O restante dos trens da Série 7000 deverá ser entregue em dois lotes. O primeiro até o 6º ano da concessão contemplando oito trens. O segundo lote até o 7º ano da concessão contempla sete trens da Série 7000.
As composições da Série 7000 precisam ser devolvidas com a realização das Revisões Gerais (RG). Caso isso não seja possível a concessionária poderá ter de realizar os procedimentos, tendo direito ao reequilíbrio econômico-financeiro do contrato.
Cabe citar que este é um risco que ocorreu no contrato de concessão das Linhas 8 e 9 gerando grandes penalidades a favor do poder concedente.
Confiabilidade
Os trens com maior confiabilidade da nova frota são da Série 2500 com MKBF (Quilometragem média entre falhas) de 18,9 mil km médios. Os trens com menor confiabilidade são as composições da Série 7000 com MKBF médio de 4,2 mil km.
A idade da frota possui um tempo de uso variado, sendo os mais novos da Série 2500 que entraram em operação em 2020 (4 anos) e os mais antigos da Série 7000 que entraram em operação em 2010 (14 anos). A vida útil de um trem é estimada em 40 anos.
Trens mais velhos para a Linha 10
A Linha 10-Turquesa, que hoje opera com trens da Série 8500 e 9500, deverá ser fortemente afetada pela concessão.
Os trens que operam nesta linha possuem características técnicas tais como salão livre entre carros (open gangway), portas mais largas e sistemas mais modernos.
Com a concessão das linhas 11, 12 e 13, além da 7-Rubi em curso, a frota remanescente será composta de composições da Série 2070 e 7500. Ambas possuem portas estreitas e carros separados entre si.
O governo não apontou ainda quais medidas tomará para promover melhor conforto a estes passageiros, mas é fato que o ramal ficará com as sobras das linhas concedidas.
Esse cenário só poderá mudar no futuro após a concessão da própria Linha 10 em conjunto com o projeto de implantação da Linha 14-Ônix.
Vale lembrar que por enquanto, o novo ramal que ligará Guarulhos ao ABC Paulista é considerado um VLT, cuja capacidade é menor e o material rodante incompatível com uma ferrovia segregada como a Linha 10.
Os 2070 têm portas largas, só não tem o opem gangway como as frotas mais recentes e não tem nem 20 anos, operam bem na Linha 12 e podem operar bem na 10 também e os 7500 são ainda mais recentes, com a CPTM têm um cuidado melhor do que com a ViaMobilidade, não estão mais tão encardidos e maltratado como quando estavam com aquela concessionária porca e quando os 7000 retornarem será a mesma coisa, parte deles irá para a Linha 10 também!
O negócio é que as operadoras cuidem bem das máquinas, aí não importa tanto a idade das composições que são relativamente recentes, podem operar por muitos anos ainda com a manutenção em dia, sendo que trens podem operar bem entre 40 até mais de 60 anos, vários trens pelo mundo já operaram por quase 100 sendo bem cuidados e não deixaram os 2000 nem chegarem perto disso, tudo por causa de manutenção mal feita!
O cuco é aquela ave que não faz ninho e põe seus ovos em ninhos de outras espécies. Seus filhotes incubam mais cedo do que os filhotes das aves hospedeiras além de serem maiores, e, quando nascem, logo colocam os ovos ou filhotes hospedeiros pra fora do ninho. Assim, são alimentados sozinhos pelos pais da espécie hospedeira.
Moral da história: no transporte por trilhos, as concessionárias são o “cuco” enquanto os hospedeiros são a CPTM e a Cia. do Metrô. Para bom entendedor, meio texto basta.
Esse edital corre o risco de ser revogado, porque faltou oferecer mel na chupeta para o vencedor da concorrência!