Com o avanço do processo de desestatização da CPTM, a companhia prepara um ambicioso e largo processo de desligamento de seus funcionários. O chamado PDI (Programa de Desligamento Incentivado) visa cumprir essa missão.
Uma apresentação do governo publicada neste mês joga luz no processo, que pretende desligar mais de 4.200 funcionários, ou cerca de 72% de seu quadro. Segundo o documento, a adesão ao programa terá início nesta terça-feira, 15.
Como já adiantado pelo site em maio, após a divulgação de uma reunião entre o ex-presidente da CPTM, Pedro Moro, e os funcionários, a companhia deverá realizar incentivos escalonados para a demissão de funcionários.
A proposta apresentada tem como base o escalonamento de salários recebidos por funcionários. Será mais elevado para aqueles com menor tempo de casa e atingirá o teto de até 10 salários para os veteranos com mais de 31 anos de serviços prestados.
Um cronograma preliminar foi aberto, estando disponível em quatro fases. A primeira visa atender aos funcionários da operação responsáveis por estações e tração (maquinistas).
A segunda fase atinge a manutenção, a terceira cargos de nível técnico e superior de operação e manutenção., enquanto a última etapa contempla funcionários administrativos.
O escalonamento tem alvo: Funcionários vitais para a execução de serviços aos passageiros. Estes deverão ser substituídos pelos novos funcionários das futuras concessionárias, como é o caso da TIC Trens.
Em apresentação a que o site teve acesso, a CPTM pretende investir até R$ 386 milhões para se desfazer de 4,2 mil funcionários. Este número está, possivelmente, atrelado a força de trabalho das linhas 7-Rubi, 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade. Atualmente a companhia conta com 5,8 mil trabalhadores.
As informações estão em congruência com o apontado pelo relatório socioambiental do programa de mobilidade do estado que aponta demissões em massa com as concessões, mesmo que elas sejam incentivadas mediante benefícios.
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Para a CPTM, rumando para a extinção, este seria o caminho menos traumático para lidar com seus funcionários. Resta saber se, na prática, haverá vantagem para os trabalhadores no médio e longo prazo.
Enfim,chegou o momento aguardado pela CPTM desde 1993. A estatal foi uma criação provisória do governo Fleury para receber os trens federais. Com a crise deixada por Fleury, a concessão planejada se tornou inviável. Depois o governo Covas idealizou uma nova concessão mas que também acabou esquecida com a crise dos Tigres Asiáticos e a desvalorização do real.
É uma mão de obra que irá se perder pois os salários e benefícios das concessionárias são infinitamente menores. Apenas o alto escalão deve continuar, sendo remanejado para a Artesp que será a “fiscalizadora” desses contratos de privatização.
Isso será a pá de cal que falta para acabar de vez com a CPTM a exemplo da extinta estatal FEPASA.
Será que nenhum deputado estadual questionou isto?
Mais um passo na contra-mão do Mundo. Desmantela-se a gestão pública da infraestrutura pública, entregando-a à falida cartilha do “privatiza que melhora”. Agora mesmo estamos presenciando mais uma situação, desta vez no caso da Enel, de onde se pode chegar quando a infraestrutura pública é entregue à “solução” do privatismo escancarado.
No caso da CPTM, quem vão substituir os experientes funcionários que estão sendo dispensados? Aonde os novos e “eficientes” gestores vão encontrar substitutos especializados? Lá na esquina?
Se os frotistas de ônibus e caminhões já estão penando pra encontrar profissionais na praça (neste Brasil que roda sobre pneus), como será então pra se encontrar profissionais qualificados na área ferroviária???
Muitos adoram dizer que estão “entregando o patrimônio público”, como se o metrô fosse igual à Petrobrás, que dá 120 bilhões de lucro todo ano.
Na prática, embora hajam parcelas rentáveis na rede, a operação global da rede metroviária consome mais dinheiro do que a arrecada, exigindo subvenções do GESP. A operação estatal tem um preço menor nas planilhas apenas porque o GESP pode contingeciar os repasses delas, enquanto o repasse da operação privada deve ser feito rigorosamente em dia. No frigir dos ovos, o custo de ambas é praticamente idêntico.
enquanto de um lado o governo simplesmente joga no ralo décadas de experiência ferroviária, do outro lado na via mobilidade a rotatividade de funcionários é extremamente alta, com baixíssimos salários e condições precárias de trabalho. SP rumo ao caos com a gestão desastrosa de Tarcísio. o estrago que esse governador carioca vai deixar em SP será imenso. mas a população de SP parece adormecida com isso ….
É o plano do atual Governo de SP… Primeiro vc sucateia de propósito o serviço e depois privatiza com o argumento de que é ineficaz e não funciona.
Governo jogando no lixo as décadas de experiência dos funcionários da CPTM pra favorecer faria limers
O Tarcísio tá contando com o ovo na cloaca da galinha. O “passaralho” só deveria ser lançado após a concessionária das linhas da Zona Leste iniciar a fase de transição, enquanto hoje ainda estão planejando o leilão. 🤨
É outro CNPJ sim, mas ainda resta uma incógnita sobre como será a operação da expansão da L2 que virá em 2026. Como ela também não será concedida a curto prazo e lançar novos concursos é totalmente fora de cogitação, parte dos empregados excedentes poderiam ser remenajados para esses novos postos. É só usar a cabeça, Tarcísio!