Dona da ViaMobilidade e ViaQuatro, CCR vê saída da construtora Andrade Gutierrez

Participação acionária da construtora foi adquirida pelo Itaú e pela Votorantim por um valor de R$ 4,1 bilhões
Trens da ViaQuatro, que pertence à CCR (Jean Carlos)

A CCR, empresa que administra inúmeras concessões no Brasil, entre elas a operação das linhas 4-Amarela, 5-Lilás, 8-Diamante e 9-Esmeralda da malha metroferroviária de São Paulo, passará a ter novos sócios no lugar da Andrade Gutierrez, uma das suas fundadoras.

Nesta terça-feira, 5, a Itausa (holding que controla o banco Itaú) e a Votorantim compraram os 14,86% que a Andrade Gutierrez detinha na CCR. A transação atingiu a cifra de R$ 4,1 bilhões e ainda depende da aprovação do CADE, Conselho Administrativo de Defesa Econômica.

A saída da Andrade Gutierrez da CCR também envolveria uma questão de imagem já que a empresa está muito associada à operação Lava Jato, segundo uma fonte no mercado ouvida pelo jornal O Estado de São Paulo.

Fundada em 1999, a CCR possui uma atuação dividida em três áreas, a CCR Rodovias, que administra 3.700 km de estradas no Brasil, CCR Aeroportos, responsável pela operação de vários aeroportos como o de Confins e Pampulha, em Belo Horizonte, e a CCR Mobilidade, que reúne as concessionárias ViaQuatro, ViaMobilidade, CCR Barcas, CCR Metrô Bahia e VLT Carioca.

A empresa é cotada para participar de mais concessões vultosas como a que leiloará o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e o futuro Trem Intercidades – Eixo Norte, entre São Paulo e Campinas.

Pilares da Linha 17 deixados pelo consórcio liderado pela Andrade Gutierrez (GESP)

Consórcio afastado da Linha 17

A Andrade Gutierrez esteve envolvida nas acusações sobre conluio com outras empreiteiras em obras do Metrô de São Paulo como a Linha 5-Lilás, onde atuou ao lado da Camargo Côrrea na construção de estações como Brooklin e também na operação de dois tatuzões que escavaram o trecho entre Santo Amaro e Campo Belo.

A empresa também era uma das sócias do consórcio Monotrilho Integração, junto à CR Almeida e a fabricante de monotrilhos Scomi, que faliu. O grupo esteve à frente das obras de implantação da Linha 17-Ouro a partir de 2012, mas acabou tendo o contrato rescindido pelo Metrô após inúmeros atrasos no cronograma.

 

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4 comments
  1. Os compradores aproveitaram que a Queiroz está precisando fazer caixa e fizeram uma excelente aquisição
    Aliás recomendo que quem quiser investir compre ações da CCR na Bolsa
    Empresa muito bem administrada , com geração de caixa constante e garantida

  2. Conforme descrito nesta reportagem a CCR, empresa que administra inúmeras concessões no Brasil com Itausa, Votorantim com participações da Andrade Gutierrez, Camargo Côrrea, CR Almeida, possuindo ações na Bolsa, renumera muito bem seus diretores, a maioria oriundos da CPTM e Metrô em relação aos seus operários, tem como objetivo maior o lucro a seus acionistas, e não o bem-estar dos usuários de serviços, gastando milhões em publicidade em matérias pagas em jornais, revistas especializadas em rádio, e TV.

    Não bastasse os exemplos como está acontecendo com as atuais Linhas 8 e 9, agora desejam extinguir o Serviço-710 que possui simplesmente a integração com TODAS linhas metrô ferroviárias mesmo sabendo que é a Linha da CPTM com maior demanda superando a Linha 11-Coral em mais de 20% por conta de mais uma concessão precipitada em ano eleitoral, e um TIC até Campinas que possuirá demanda menor que a Linhas 13-Jade com atualmente 11,5 mil passageiros diários.

    Estas múltiplas concessões em trens, metrô e ônibus em futuro próximo (2023) que possuem forte sociedade com as benesses do poder Público terão um impacto financeiro crescente extremamente negativo para os cofres estaduais, pois poderá faltar recursos para as obrigações contratuais. Em uma situação mais crítica, poderá ser necessário remanejar verbas de outras áreas como saúde e educação para cobrir esses custos.

    Alô! MPE-Ministério Público Estadual e TCE-Tribunal de Contas Estadual vamos fiscalizar melhor estas concessões.

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