Não há dúvida da importância de uma rede metrô e trens metropolitanos para uma cidade, ainda mais quando ela é uma das maiores do mundo. Mas quando vemos o quanto ela ‘otimiza’ a economia de uma metrópole como São Paulo é que nos damos conta como estamos perdendo riqueza e mesmo tempo de nossas vidas. O Metrô de São Paulo divulgou seu relatório de sustentabilidade de 2015 e o dado que mais chama a atenção é a economia gerada pela sua existência entre 2005 e 2015.
Segundo a companhia, nada menos que R$ 100,9 bilhões foram economizados em deslocamentos por automóveis, caminhões e ônibus, redução no tempo de viagem e também de poluentes na atmosfera. É o equivalente a mais de 100 km de metrô, ou cinco linhas como a Lilás, que está em ampliação e ganhará 10 km extras (20 km ao todo) a um custo aproximado de R$ 10 bilhões.
Somente em 2015, a economia para a cidade foi de R$ 11,4 bilhões, de acordo com os cálculos companhia que inclui apenas as linhas 1, 2, 3, 5 e 15, administradas por ela – a Linha 4 é responsabilidade da concessionária ViaQuatro. Ou seja, a economia gerada por toda a rede, que inclui mais de 260 km de linhas da CPTM, é muito maior do que isso. Difícil imaginar como São Paulo seria sem essa rede de quase de 340 km atualmente.
Apenas com emissão de poluentes, o Metrô evitou que 830 mil toneladas de gases do efeito estufa fossem lançados na atmosfera.
Investimento garantido por lei
É por essa razão que o blog defende que a gestão do transporte público seja de responsabilidade de uma agência metropolitana, sem influência política e com metas claras de expansão. O investimento deveria ser garantido por lei e envolver as três esferas – federal, estadual e municipal. São Paulo deveria ter ao menos 1.000 km de linhas de metrô e trem apenas na região metropolitana para potencializar uma maior produtividade e qualidade de vida para os cidadãos. No entanto, no atual formato de gestão pública, essa marca não será atingida tão cedo.