Anunciado como uma solução rápida e barata para ampliar a rede de metrô em São Paulo, o monotrilho apenas agora, quase quatro anos após ser inaugurado, passará a funcionar de forma significativa com a abertura de quatro estações nesta sexta-feira (06): Vila União, Camilo Haddad, Vila Tolstói e Vila União.
Último evento de expansão da malha de trilhos em que participa, o governador Geraldo Alckmin entregou mais 5,5 km de extensão à Linha 15-Prata, a primeira de monotrilho de São Paulo.
Como em outras ocasiões, as obras da linha atrasaram: chegaram a ser previstas para o final de 2014, mas um problema com o desvio do córrego da Mooca fez o cronograma ser postergado várias vezes. Alckmin prometia entregar oito estações em março, mas apenas quatro delas foram finalizadas a tempo e numa enorme correria. Jardim Planalto, que fazia parte dos planos, acabou ficando para o “segundo grupo” que inclui também Sapopemba, Fazenda da Juta e São Mateus e que devem ser abertas no final de junho, talvez em julho.
Com essa etapa encerrada, a Linha 15-Prata contará com 15,3 km e 11 estações, incluindo aí Jardim Colonial (ex-Iguatemi) que terá suas obras licitadas em maio e tem prazo de conclusão em 2021. A expectativa é que cerca de 400 mil pessoas a utilizem, o que significa uma demanda muito alta para um sistema que em tese é de média capacidade.
A linha ficará nas mãos do Metrô por pouco tempo: em junho ela deverá ser leiloada para a iniciativa privada em moldes parecidos com o das linhas 5 e 17, ou seja, o governo receberá uma outorga por ela e a concessionária vencedora operará e manterá o ramal recebendo um valor fixo menor do que a tarifa.
Teste para os solavancos
Operada por trens e sistema de controle CBTC da Bombardier, mesma empresa que está atrasando a expansão da Linha 5, segundo o governo, a linha 15-Prata passou por inúmeras interrupções em seu serviço nos últimos anos por conta dos testes para fazê-la funcionar com uma demanda maior.
Nos últimos dias, inclusive, esses testes se intensificaram para garantir o funcionamento nessa primeira etapa de operação assistida quando ficará aberta das 10 horas às 15 horas sem cobrança de tarifa. Os interessados em seguir viagem a partir de Oratório precisarão passar pelas catracas e pagar a passagem.
Normalmente, esse período de testes leva de um a dois meses quando é ampliado até chegar ao horário pleno. Como é um sistema inédito, é possível que os testes sejam mais extensos para verificar inúmeras condições ainda não testadas como carregar muitos passageiros a bordo e a promessa do fim dos solavancos, característicos do primeiro trecho.
A operação assistida funcionará com cinco trens e intervalos em torno de 7 minutos e 40 segundos. A velocidade máxima no novo trecho será de 30 km/h no início, o que fará a viagem levar um tempo significativo. Chegando à Oratório, o passageiro descerá até o mezanino para passar pelos bloqueios e retornar à plataforma. Com isso o tempo de viagem para quem seguir sentido Linha 2-Verde será bem alto.
Das quatro estações abertas nesta sexta-feira, Vila União é a que deverá ter o maior fluxo de passageiros com 13 mil pessoas por dia. São Lucas e Vila Tolstói devem receber 9 mil passageiros/dia enquanto Camilo Haddad, 7 mil.
O blog percorreu as quatro estações e constatou que elas foram liberadas para a inauguração bastante incompletas. Algumas estavam com um acesso apenas enquanto outras foram limpas às pressas com material de obra estocado em áreas dentro das paradas. Os trabalhos devem seguir na semana que vem para ajustes que faltaram.
O público presente na operação desta sexta foi significativo, o que mostra que as estações terão um bom movimento devido à carência de mobilidade de qualidade na região, densamente povoada.
Com o acréscimo desta sexta-feira, o Metrô de São Paulo chega aos 89,8 km de extensão com 79 estações. Segundo Alckmin, a meta é encerrar 2018 com 102 km e 89 estações.
Veja também: Em Moema, governo assina contrato de concessão das linhas 5 e 17
São Lucas e não Vila União duas vezes!!!
Prezado Ricardo, bom dia.
De antemão, parabéns pelo blog e os relevantes serviços prestados a população em relação a temática da Mobilidade Urbana. Concordo com você que é um equivoco não calcular a rede metroferroviária (CPTM + Metrô), ou seja, um extensão de quase 400 km de trilhos.
Você acredita que finalmente independente do partido político a comandar o Estado de São Paulo, a questão da mobilidade urbana, em especial, a expansão sobre trilhos tornou-se uma Política Pública de Estado e a expansão de linhas e modernizações (apesar dos atrasos, falhas em projetos e a falta de recursos) continuaram ocorrendo?
Aguardo os seus comentários.
Abraços.
Ricardo, com o avanço da linha 5 lilas e o monotrilho 15 até a linha 2-verde, qual sua opinião sobre essa linha?
Pela estimativa do Metrô, serão quase 1,3 milhões de novos usuários com acesso direto a linha 2. Fico preocupado porque utilizo ela e já está muito complicado embarcar nas estações Ana Rosa e Paraíso, pela integração com a linha 1.
Infelizmente parece que o dono abandonou o blog e não responde mais seus seguidores.