Em oito meses, governo Doria investe menos de R$ 750 milhões no Metrô

Gestão estadual previa investir R$ 1,8 bilhão na expansão e modernização da rede metroviária em 2021, mas projetos só avançaram 45% do previsto até agosto
Obra da estação Anália Franco, da Linha 2-Verde (iTechdrones)

Nesta quarta-feira (29), o governador do estado João Doria anunciou uma ampliação no orçamento para 2022, que prevê R$ 27,5 bilhões para o ano que vem, além de R$ 22,5 bilhões em 2021, totalizando uma quantia de R$ 50 bilhões do chamado programa “Pró SP”.

Entre os principais investimentos que compõem o número superlativo está a expansão da malha metroferroviária. No entanto, a cifra não tem encontrado amparo na realidade, ao menos em relação aos projetos sob responsabilidade do Metrô de São Paulo.

No relatório de transparência mais recente que trata dos projetos de expansão e modernização da malha sobre trilhos, os dados são bastante aquém do esperado. Até agosto, por exemplo, o Metrô conseguiu investir apenas R$ 747 milhões em diversas frentes que vão dos sistemas de sinalização e portas de plataforma às obras das linhas 2-Verde, 4-Amarela, 15-Prata e 17-Ouro.

O total equivale a somente 45% do volume de recursos previstos para o ano, de R$ 1,658 bilhão. Vale lembrar, no entanto, que o Metrô reduziu a previsão de investimentos neste ano em 9% – anteriormente, a expectativa era utilizar R$ 1,82 bilhão durante 2021.

Apesar do ritmo lento, a tendência é que a companhia consiga investir mais neste ano do que em 2020, quando desembolsou pouco mais de R$ 1 bilhão.

Obras da Linha 17-Ouro utilizaram apenas R$ 61 milhões até agosto (CMSP)

Linha 17 segue decepcionando

O projeto que mais consumiu recursos até agosto é a expansão da Linha 2-Verde até Penha. Foram quase R$ 211 milhões dos R$ 360 milhões (eram R$ 396 milhões até junho).

Outro ramal na Zona Leste é o segundo mais adiantado, a Linha 15-Prata, que conta com frentes de trabalho na região de Jardim Colonial e Vila Prudente. Foram R$ 169 milhões até o mês passado (51% dos R$ 333 milhões previstos).

Em relação à meta de investimentos, a obra mais adiantada com 71% da meta cumprida é a estação Vila Sônia, da Linha 4-Amarela. O Metrô já investiu mais de R$ 90 milhões no projeto, restando ainda cerca de R$ 38 milhões para serem executados.

A situação de Vila Sônia é curiosa já que, a despeito das afirmações do governo de que a culpa pelo atraso em sua inauguração seria da ViaQuatro, por conta da instalação de sistemas, o consórcio sob responsabilidade do Metrô continuou a executar diversos serviços desde o começo do ano e que, ao que parece, ainda não foram concluídos.

A decepção no quadro de investimentos é com a Linha 17-Ouro. Apesar de declarações otimistas sobre o andamento das obras e do contrato de trens, a realidade mostrada pelos números é bem diferente: foram investidos até agosto apenas R$ 61,3 milhões, ou cerca de 10% da verba original de R$ 604 milhões prevista no início do ano – o Metrô reduziu essa meta para R$ 443 milhões.

Para cumprir a promessa do investimento bilionário até o final de 2022, Doria, que postula sua indicação a candidato à presidência da República pelo PSDB, terá de realizar um milagre de proporções históricas.

Confira o quadro de investimentos do Metrô até agosto:

Fonte: Metrô de SP

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