Antes apontado como solução de mobilidade urbana nas grandes cidades brasileiras, o BRT sofreu um enorme revés nesta quinta-feira, 7, quando o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, anunciou a “VLTzação” dos corredores de ônibus Transcarioca e Transoeste nos próximos 15 anos.
Paes pretende transformar os corredores de BRT abertos na década passada em linhas de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), nos moldes do sistema que opera no centro da capital fluminense. Com isso, a extensão do VLT pulará de 28 km para 251 km, maior sistema das Américas, segundo a prefeitura.
O investimento necessário será de quase R$ 15 bilhões para três novos eixos. Apesar disso, o prefeito confirmou a conclusão das obras do BRT Transbrasil e do Terminal Intermodal Gentileza.
Segundo a prefeitura, o VLT irá qualificar o sistema viário, oferecer o dobro de capacidade dos ônibus articulados e intervalos mais regulares, além de ser mais seguro e confortável para o usuário e integrado à paisagem urbana.
“Queremos melhorar a qualidade do transporte para o carioca e apontar um caminho para o Rio do futuro. O VLT é um case de sucesso aqui e no mundo. É a transição para um Rio mais sustentável e com um modal aprovado pela população no Centro e no Porto. A última pesquisa apontou 88% de aprovação do VLT”, disse Paes.
O primeiro projeto de VLT a ser implantado será entre a Gávea e Botafogo, com 12 km de extensão e 13 paradas. As obras terão início no primeiro semestre de 2023 e serão tocadas por meio de uma Parceria Público-Privada.
O sistema de Veículo Leve sobre Trilhos do Rio opera com uma rede de alimentação de energia enterrada, ou seja, dispensa a instalação de fiação aérea, o que simplifica a infraestrutura.
De exemplo de mobilidade para fracasso
A mudança anunciada por Paes ocorre após a degradação do sistema de BRT da cidade, que tem apresentado seguidos problemas de qualidade, conservação, segurança e confiabilidade. Para tentar reaver um mínimo de condições operacionais, a prefeitura tem feito ações como a reabertura de 46 “estações” (pontos de ônibus), acordo judicial com as empresas de ônibus; retorno gradual de linhas regulares prioritárias, compra de veículos articulados e licitação do sistema de bilhetagem.
O atual prefeito do Rio, no entanto, já teve uma visão diferente sobre o BRT. Ao inaugurar o primeiro corredor do gênero na cidade, em junho de 2012, ele declarou que “esse é o primeiro BRT de uma série que está por vir. É uma mudança cultural na maneira de se locomover na cidade. É como se fosse um metrô sobre rodas, com o custo bem menor”.
Assim como vários outros políticos, Paes embarcou no lobby rodoviário que pintou o corredor de ônibus “ajeitadinho” como solução milagrosa de mobilidade urbana. A realidade, no entanto, tem demonstrado que o sistema não é capaz de dar conta de uma demanda mais elevada, que exige sistemas automatizados e segregados – leia-se “metrô”.
São Paulo, que parecia “vacinado” contra a “mazela”, teve uma “recaída” na gestão Doria/Garcia, quando cancelou a Linha 18-Bronze, no ABC Paulista, para substituí-la por um corredor de ônibus. A capital paulista, sob o comando de Ricardo Nunes (PMDB), também anda flertando com a pseudo-solução, mesmo com o único corredor “BRT”, o Expresso Tiradentes, levando poucos passageiros e vendo sua infraestrutura degradada. O preço das escolhas chegará ao bolso do contribuinte mais cedo do que se pensa.
Melhor coisa! Os BRTs do Rio nunca comportariam a demanda, o VLT seria a saída mais rápida e que poderia trazer melhores resultados pra cidade. Pra quem reclama da velocidade do atual, não se esqueça que o VLT carioca trafega pela área central, cheia de multidões e de vielas estreitas. Uma pena que já não fizeram assim desde o início, BRT tem que ser um transporte complementar pra uma cidade grande, não o principal.
Em SP, acho que um bom trajeto de VLT seria do Largo da Batata até o Parque dom Pedro II via Rua Augusta, fazendo o trajeto da linha 930P e do Parque dom Pedro II até o Terminal Penha via Celso Garcia fazendo o trajeto da linha 390E.
Arrrastão nos cofres públicos detected…
O arrastão aconteceu quando a máfia da Fetranspor impôs a substituição do projeto original, que era o VLT, para o BRT, com ônibus e estrutura das estações frágeis e sem segurança alguma. O corredor Barra x Galeão a essa altura estaria todo sendo coberto pelos VLT e não a bagunça de hoje. Mas o dinheiro os empresários já levaram. Já era!!
Tomara que dê certo!
Poderá resolver a falta de capacidade, mas eu acho que mudar apenas o modal não eliminará os outros problemas de insegurança, vandalismo e evasão de tarifa que ocorrem atualmente.
O perigo é o VLT carioca herdar esses problemas!
Existe (talvez?) uma confusão na nomenclatura em português, mas acho que o sistema Light Rail é o que se tem em mente pra substituir um corredor de ônibus, não o Tran, que é bonde moderno que opera no centro do Rio.
Eu acho correto, bem melhor que ônibus, já que não vai ter mais a linha 18 poderiam colocar o VLT que é mais viável do que BRT.
Não adianta, vai trocar seis por meia dúzia. O BRT é um grande meio de transporte, faltou investir em segurança e conservação das estações. Uma cidade onde o vandalismo impera, essa troca não vai funcionar. É muita cara de pau desse perfeitinho de merda.
Não se iludam. Apesar de tecnicamente ser uma escolha mais acertada, isso só está sendo feito para comer o dinheiro do carioca
Muito interessante
Que outras grandes cidades brasileiras façam o mesmo
Qualquer um ser humano que conhece o RJ sabia que o BRT não daria certo,assim como o teleférico também, agora Dudu quer buscar um novo meio pra por as garras na grana pública, eu como carioca sou totalmente contra esse projeto e acredito que a maioria dos cariocas também são
Em SP poderiam converter os corredores da METRA em VLT. Até deixaria a encargo da METRA mesmo, só pro governador ficar feliz.
Projeto puramente eleitoreiro, como sempre
Projetos & empreiteiras =
depois desvios, atrasos, e erros de projeto,
Erros de operação .desemprego a centenas de motoristas de ônibus .
Grande falta de responsabilidade administrativa
Só axcho