A CPTM decidiu dar um destino mais nobre para cinco vagões da Série 1700, que eram usados na Linha 7-Rubi até o ano passado. A companhia os incluirá no leilão de inservíveis que ocorrerá no dia 11 de novembro, mas os venderá em lotes de uma unidade apenas. A ideia é que eles possam ser arrematados por colecionadores ou interessados em transformá-los como base de algum negócio como restaurantes ou lojas, por exemplo.
O valor mínimo, de R$ 40.550, é o mesmo que foi obtido do leilão anterior em setembro que se desfez de 71 carros das série 1700 e 4400. Nesse caso, os trens foram vendidos como sucata a fim de serem desmontados para reciclagem – ou como se comenta no meio, “virarem panela”.
Se a companhia conseguir elevar esse lance inicial no leilão já será uma dupla vitória. Primeiro por conseguir arrecadar mais e segundo por dar chance à preservação ferroviária. “Queremos atrair entusiastas, colecionadores e empresas interessadas em construir espaços temáticos com o charme ferroviário.”, explicou Leandro Carpegiani, gerente de Logística da CPTM.
Carpegiani acredita que “com um investimento mínimo desse valor será possível para pessoas ou empresas arrematar um carro ferroviário para montar o seu próprio projeto utilizando como base um trem que é parte da história do desenvolvimento da ferrovia e da Região Metropolitana de São Paulo”.
A Série 1700 é uma das mais recentes herdadas da CBTU. Fabricados pela extinta Mafersa, esses trens (chamados de Série 700) entraram em serviço em 1987 no Rio e em São Paulo. Em 1994, foram repassados para então recém criada CPTM, onde tiveram um início de operação complicado. No final da década de 90, a companhia iniciou a modernização das composições, com melhorias como o sistema de freio.
Apesar de não oferecerem grande conforto, os trens da Série 1700 passaram a ter um índice de confiabilidade alto além de oferecerem um salão bastante espaçoso. A chegada de mais trens da Série 9500, fabricada pela Rotem, acabou liberando a série para ser aposentada em 2019.
O leilão está agendado para 11 de novembro às 10h00 e ocorrerá por meio do site www.siteleiloes.com.br.
Ricardo, parabéns pela postagem “CPTM leiloa 71 trens antigos pelo preço de meio vagão de uma composição nova”
Pregão realizado arrecadou R$ 8,9 milhões, dos quais R$ 2,9 milhões foram obtidos com a venda de 23 trens da Série 4400 e 48 da Série 1700.
Muito bem colocado seu entendimento, e que é o meu também e sua resposta para aquele sucateamento precipitado, pois a durabilidade daqueles trens, principalmente estes da série 1700 ainda teriam utilidades para no mínimo três anos, desta forma confirmou que aquele item do prazo exíguo de quinze meses para aquisições de trens colocado para os possíveis concessionários das Linhas 8 e 9, e estes para a Linha 13 sem o CBTC (Communications Based Train Control) incluso, foi um blefe para desviar principal.
Conforme o texto as composições Cobrasma da série 1700 que entraram em serviço em 1987, são exatamente iguais aos da Supervia-RJ, possuem cobertura em aço inox, e são superiores em confiabilidade, possuem as caruagens mais largas aos padrões brasileiros, enquanto os espanhóis da década de 70 as únicas vantagens são os bancos e o ar condicionado.
Conforme demonstrado, a aquisição de novos trens pode ser considerada desnecessária e inoportuna, desta forma as prioridades estariam ás construções das Estações do Pari, Parque da Mooca, revitalização da Júlio Prestes, criação da Estação Bom Retiro, e inclusive da futura grande Estação integradora Metrô CPTM da Linha 6-Laranja na Água Branca que deveria ser priorizada e antecipada sua construção e a unificação da Lapa.
“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo tempo; Mas não pode-se enganar a todos por todo tempo” Abraham Lincoln.
Faltou dizer quando será o leilão e como participar. Por favor, incluam essas informações na matéria.
Tem razão, Max, vou acrescentar. De qualquer forma, vale repetir aqui: o leilão está agendado para 11 de novembro às 10h00 e ocorrerá por meio do site http://www.siteleiloes.com.br.
Ricardo Meier,
Muito interessante sua reportagem.
O que está sendo feito agora – leilão de vagões para pessoa física – já existe há mais de um século nos EUA.
1. Quando criança e pré-adolescente nos anos 1950 e 1960, eu gostava de ler os gibis da dupla Bolinha & Luluzinha, escritos nos anos 1930 e 1940. Lembro-me do amigo do Bolinha, que tinha o restaurante “Por-do-Sol”, montado em um vagão desativado e retrofitado para esta finalidade.
2. Nos anos 1970 e 1980, a dupla pop americana Daryl Hall & John Oates fazia muito sucesso com seus albuns. E um deles, de 1973, cujo título é “Abandoned Luncheonette”, tem na capa um vagão-restaurante abandonado, com o mato tomando conta de tudo. Veja o site https://en.wikipedia.org/wiki/Abandoned_Luncheonette
Espero que surjam mais leilões como este para que pessoas empreendedoras possam aproveitar a oportunidade, principalmente de cidades pequenas, para criar negócios com pouco investimento.
interessante essa iniciativa, contudo entendo que pelo menos uma composição de 4 carros deveria ser restaurada e mantida para um museu ferroviário. infelizmente nesse país se dá muito pouco valor a memoria ferroviária, vide o “museu” de Paranapiacaba que não passa de ruínas de um local abandonado.