Vencedora da concorrência para fornecimento dos sistemas da Linha 17-Ouro do Metrô, a BYD SkyRail contratou a empresa alemã TÜV Rheinland para realizar o serviço de integração e certificação global do projeto e que tem previsão de conclusão no início de 2024.
Serão quatro etapas de trabalho, que consistem na auditoria de diversas interfaces ligadas ao projeto de sinalização, controle de velocidade e aceleração do trem, fornecimento de energia, telecomunicações, aparelhos de mudança de via, comunicação com operadores e centros de controle, entre outros.
A primeira fase teve início em janeiro quando a BYD apresentou o projeto de sinalização e integração das mais de 300 interfaces envolvidas no sistema. Essa etapa está prestes a ser concluída neste mês.
Em seguida, haverá o detalhamento conjunto para início da terceira fase, que inclui o projeto preliminar, testes e fabricação do escopo do projeto. A última etapa executada pela TÜV Rheinland será o comissionamento desses sistemas in loco.
“A auditoria dos principais sistemas na linha será realizada de acordo com o conjunto de normas Europeias EN 50126, que prevê demonstração e especificação de confiabilidade, disponibilidade, manutenção e segurança (RAMS) para aplicações ferroviárias, além dos requisitos de Nível de Integridade da Segurança (Safety Integrity Level) que, em alguns casos, são SIL 4, nível mais estrito estabelecido pelas regulamentações internacionais CENELEC EN 50126, 50128 e 50129 “, explicou Marcos Camelo, gerente regional da área de ferrovias da TÜV Rheinland.
Para Joubert Flores, diretor de engenharia da BYD Brasil, a contratação da empresa para auditar a implantação dos sistemas trará mais segurança aos passageiros ao garantir que o projeto atende às normas de qualidade. “Esse é o primeiro projeto da BYD em São Paulo e poder contar com a experiência e reconhecimento da TÜV Rheinland certamente nos ajudará em contratos futuros, para os quais pretendemos manter a parceria”, afirmou o executivo.
Trata-se da primeira linha de monotrilho a contar com um processo de certificação independente, afirmou a TÜV Rheinland.
Imbróglio jurídico
As obras da Linha 17-Ouro completaram nove anos em abril, superando qualquer previsão pessimista para sua implantação. Após vários problemas com o consórcio original, o Monotrilho Integração, o Metrô rescindiu contrato e lançou duas novas licitações, uma para conclusão das obras civis, vencida pela Coesa após longa discussão na Justiça, e de sistemas, que teve a BYD como empresa habilitada.
O certame, no entanto, continua sob júdice por conta de ação impetrada pelo consórcio Signalling, que fez a proposta mais barata, mas foi desclassificado pela companhia por não atender requisitos financeiros e técnicos.
A BYD só tem seguido com o contrato porque o STJ concedeu uma liminar impedindo a paralisação até que o processo tenha o trãnsito em julgado concluído.
O Signalling, formado pelas empresas T’Trans, Bom Sinal e Molinari, apresentou uma proposta de fabricação dos trens originais da Linha 17, projetados pela malaia Scomi, que faliu. Em abril, a T’Trans, que está em recuperação judicial, teve a falência decretada pela juíza do caso. A empresa apelou à 2ª instância da Justiça do Rio, que suspendeu a decisão no mês passado.
Espero que depois desse imbróglio, São Paulo esqueça de vez essa idéia de monotrilho e foque em metrô e trem metropolitano.
É justamente isto que a cidade mais populosa do Brasil precisa.