O “people mover”, muitas vezes chamado de monotrilho, que ligará os terminais do Aeroporto de Guarulhos com a estação da CPTM da Linha 13-Jade atraiu diversas empresas interessadas em implementá-lo. É o que revela artigo publicado pelo jornal Folha de São Paulo nesta quinta-feira (19).
Embora a coluna Painel S.A dê ênfase à proposta da chinesa BYD, a nota traz outros nomes que devem disputar o projeto. Estão na lista grandes grupos do setor como Bombardier, Siemens, CRRC e Rotem (Hyundai) e também pequenas fabricantes como a mexicana Modutram, que desenvolveu um “people mover” modular batizado de Aerotrén. O texto também traz a T´Trans, empresa brasileira hoje dirigida por Sidnei Piva, também dono da Viação Itapemirim, e que teve a proposta de menor valor pelo monotrilho da Linha 17-Ouro, do Metrô. Acredita-se que outro grupo nacional, o Aeromóvel, também esteja participando da concorrência, embora não citado no artigo.
A BYD, segundo a Folha, apresentará uma proposta para a GRU Airport, concessionária do aeroporto, no próximo dia 23, e que englobaria um sistema de trens a bateria instalada no teto dos vagões que seriam recarregadas durantes as paradas nas quatro estações previstas. O trajeto sugerido na reportagem, de 3 km, é maior do que o informado pela CPTM na época do anúncio, não se sabe se por conta de outra informação veiculada pela mesma coluna de que o “people mover” teria um formato circular e não com uma via para cada sentido.
A vantagem de um percurso circular estaria na possibilidade de construir as estações com apenas uma plataforma e com os trens se deslocando em um sentido. Isso simplificaria e baratearia a construção, mas teria como reflexos uma demora maior para chegar aos terminais e à estação.
Por falar em custo, o texto revela que o projeto da BYD teria um custo aproximado de R$ 200 milhões, um pouco acima do previsto pelos estudos iniciais (R$ 175 milhões). Esse valor será abatido dos pagamentos de outorga que a GRU Airport tem que realizar todos os anos ao governo federal. É por essa razão que o projeto ainda não saiu do papel como desejava o governador do estado, João Doria.
Para que esses recursos sejam disponbilizados legalmente, é preciso assinar um aditivo no contrato de concessão, algo que envolve as equipes técnicas da SAC, ANAC e da concessionária, informou ao site o governo federal em agosto.
Simples no papel, complexa na prática
A construção do “people mover” de Guarulhos é uma novela que se arrasta há muitos anos. A ideia de criar uma linha ligando o aeroporto à Linha 13 foi proposta pela própria GRU Airport logo que assumiu a concessão. Tudo porque o projeto original do ramal da CPTM teria uma estação próxima ao terminal 2, área que a concessionária pretendia construir um centro de convenções e shoppping, mas que nunca foi realizado.
Em grave crise financeira por conta das previsões frustradas de receita do aeroporto, a GRU abandonou o projeto que foi ressuscitado pela gestão Doria em junho, após costurar um acordo com o governo Bolsonaro. O governador, no entanto, prometeu uma solução rápida, com início de obras em setembro e entrega 18 meses depois. O problema é que todo o trâmite está a cargo do governo federal e a CPTM está apenas fornecendo seu conhecimento técnico sobre o assunto, sem de fato influenciar no resultado.
Por falar em influência, setores no governo federal ficaram incomodados pelo fato de o nome da BYD, empresa que tem como vice presidente para América Latina o ex-prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes, ter surgido com frequência na mídia como principal interessada no projeto do “people mover”. Segundo o site ouviu de um integrante do Ministério da Infraestrutura, a leitura foi de que o governo do estado estaria ultrapassando sua competência no assunto. Na época, o secretário dos Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, afirmou à imprensa que o órgão só havia indicado um estudo técnico para o ministério.
A decisão da empresa escolhida pela GRU Airport pode ocorrer no início de 2020 já que o prazo para entrega das propostas está previsto para acabar até o final de dezembro.
Nota do editor: texto alterado em 20 de dezembro para correção sobre o cargo do ex-prefeito do Rio Eduardo Paes na BYD.
Trajeto circular diminui a capacidade de transporte do monotrilho, amarrando-o a um unico sentido. Se der problema….
como sempre essa turma sempre querendo o mais barato.
Essa linha 13 só terá demanda de verdade qdo conectar com as demais linhas da CPTM e do metrô e chegar a Bonsucesso. Qualquer outro puxadinho só será uma gambiarra para inglês ver, pois outro grande problema está exatamente no fato da linha terminar em Eng.Goulart e ter poucos horários do Connect, com intervalos altissimos entre as partidas.
Isso não atrai o usuário.
Parece que a mexicana Modutram pode finalmente lançar o “Aerotrén” do Levi Fidelix…