A expansão da Linha 11-Coral para a estação Barra Funda, na Zona Oeste de São Paulo, representa não só um esforço para melhorar a qualidade de vida dos milhares de passageiros que dela se beneficiam todos os dias, mas o cumprimento de uma importante premissa: garantir ao cidadão uma melhor maneira de se deslocar entre os principais pontos da cidade.
Essa será a segunda tentativa de viabilizar o serviço até Barra Funda. A primeira viagem ocorreu no dia 27 de setembro de 1994, ano em que a CPTM assumiu oficialmente a administração da sua antecessora, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Apesar das vantagens em promover viagens no novo trem expresso (que na realidade era parador), a recepção não foi das melhores para o usuário. Reclamações de lentidão, atrasos e defeitos técnicos eram comuns, o que fez a CPTM abrir mão do projeto para se dedicar ao Expresso Leste, serviço que funciona até os dias de hoje.
A realidade atual, diferente daquela enfrentada há 27 anos, é muito melhor. A CPTM evoluiu sua estrutura técnica e operacional está mais preparada para dar o próximo grande salto. De quebra, o serviço também incluirá a Linha 13-Jade, caçula da companhia e que foi aberta em 2018.
As obras
Para quem usa o trecho entre Luz e Barra Funda diariamente talvez se questione quais as dificuldades existentes em simplesmente levar o trem até a estação localizada na Zona Oeste, afinal as vias já estão lá. A realidade é que, apesar de existir uma estrutura física ligando esses dois pontos, a mesma precisará passar por adequações no intuito de tornar o trecho plenamente operacional. Em geral, podemos dividir as intervenções em quatro grandes blocos.
Rede Aérea
Em resumo, a rede aérea (RA) consiste dos cabos condutores que alimentam diretamente os trens com energia elétrica e da estrutura de sustentação e tensionamento mecânico. Deverá ser realizada a instalação de um novo sistema de RA que será auto tensionada com dois cabos mensageiros de cobre eletrolítico (253 mm²) e dois fios de contato de cobre ranhurado (107 mm²). Todas as estruturas deverão respeitar o gabarito dinâmico dos trens.
Sinalização
No que se refere ao Sistema de Controle de Tráfego (SCT), deverá ser implantado um novo sistema de controle e sinalização no domínio da Estação Barra Funda para que os trens possam ser devidamente rastreados e sinalizados. Vale lembrar que haverá modificações no plano de vias entre Luz e Barra Funda. Nada foi dito acerca do CBTC até o novo terminal, mas há de se concordar que o ideal seria que o sistema de sinalização proposto exclusivamente para a Linha 11-Coral seja contemplado no projeto de expansão. O edital da licitação ainda menciona que a Linha 7-Rubi deixará de atender o trecho até o Brás, confirmando a supressão dos atendimentos da Linha 7, limitando-se a atuar até o terminal Barra Funda.
Energia de tração
Energia de tração é um ponto sensível uma vez que ela pode se tornar um fator limitante para a quantidade de trens que rodam nas linhas. De nada adianta um sistema de sinalização moderno, capaz de propiciar baixos intervalos, se o sistema de energia não estiver devidamente dimensionado. A CPTM tem feito investimentos vultuosos para a ampliação da capacidade energética da Linha 11-Coral e esses investimentos também serão também feitos na ampliação até Barra Funda. Uma nova subestação será construída para dar suporte ao atendimento. A Subestação Memorial da América Latina (SE MAL) deverá ter entrada de energia em 138/88kVca, que será rebaixada aos seguintes níveis: 34,5kVca para linha de distribuição; 13,8kVca para o sistema de sinalização e 3kVcc para a Rede Aérea de tração.
Via permanente
A Via permanente consiste de infraestrutura e superestrutura necessárias para que os trens possam circular com segurança. Como mencionado anteriormente, a CPTM realizará modificações no plano de vias, ou seja, a disposição dos trilhos, aparelhos de mudança de via, entre outros componentes que serão modificados para melhor se adequar ao projeto de extensão das linhas até Barra Funda. A revitalização a ser realizada contemplará a demolição (desmontagem) e reconstrução de 7 km de via em linha singela que será dotada de dormentes de concreto, melhorias no sistema de drenagem e banco de dutos. As vias da Linha 7-Rubi também deverão passar por reformas. O investimento se faz necessário para propiciar as melhores condições possíveis ao tráfego de trens além de solucionar possíveis problemas, uma vez que as vias em questão são subutilizadas e necessitam de reparos.
Prazos e custos
As empresas interessadas deverão entregar as propostas na sessção pública do dia 26 de fevereiro. O contrato terá prazo de 36 meses (3 anos) para ser concluído. Caso o contrato seja assinado em março de 2021, o prazo para entrega será até o ano de 2024, que coincide com o ano para a finalização da implantação do CBTC. O orçamento das intervenções está estimado em R$ 156 milhões, divididos na da seguinte forma:
Um retorno mais digno
Será por meio dessa série de investimentos que a CPTM pretende viabilizar a extensão de sua principal linha até o Terminal Intermodal da Barra Funda. Diferentemente da primeira tentativa na década de 90, agora a CPTM possui a real capacidade para concretizar essa ligação que beneficiará de forma consistente milhares de passageiros que usam a linha todos os dias. Cabe lembrar que uma das metas é promover um atendimento pela Linha 11-Coral com headway (intervalo entre trens) de até 3 minutos em dois loopings: Barra Funda – Suzano e Barra Funda – Estudantes.
Eu ontem cheguei a sugerir ao secretário Silvani algo mais abrangente. Houve numa época ao qual não sei ao certo uma proposta de haver uma linha-3 estendida, que ligasse a Lapa (Lapa, Água Branca, Barra Funda…) até Guaianases (…Itaquera, Dom Bosco, José Bonifácio, Guaianases). Porém, devido à superlotação da linha 3, foi totalmente descartada essa expansão. Mesmo com as estações do eixo oeste projetadas originalmente para o Metrô.
Como agora há a tendência de uma sinergia entre a CPTM e o Metrô, poderiam fazer como é feito em outras grandes cidades. Ou a abertura de estações anexas às já existentes, ou talvez o compartilhamento das vias. Não sei como isso funcionaria de maneira técnica operacional. Mas ajudaria a diminuir a lotação na zona leste.
Se existirem duas linhas paralelas para uma quantidade grande de pessoas, com alguns trajetos diferentes, e eu falo da linha 3-Vermelha e da linha 11-Coral, isso com certeza melhora a qualidade de vida dos passageiros que se utilizam do transporte público, e, devido a um número maior de conexões entre estações, aumentaria a oferta e diminuiria a demanda por um único modal.
Espera, está falando em juntar as duas linhas numa só?
não sei se entendi direito, mas rodar trem e metrô na mesma via é praticamente impossivel por motivos obvios. a nao ser que coloque locomotivas para rebocar os carros do metrô.
o que poderia ser feito, é uma pequena extensao da linha 3 até agua branca, onde futuramente terá a linha 6 . é um trecho pequeno, mas que aumentaria e melhoraria a questao das integraçoes entre as linhas metroferroviarias
And, não se trata de de rodar trem e metrô em uma mesma linha.
Para que o ramal da linha 13-Jade chegue até Barra Funda ela tera que fazer no mínimo duas conexões em “Y”, a 1ª em engº Goulart interpenetrando na Linha 12-Safira e a 2ª antes do Brás onde se interpenetraria na saturadíssima Linha 11-Coral, mesmo que tenha o CBTC-Controle de Trens Baseado em Comunicação que exigira um grande esforço operacional, e em caso de pane em uma comprometera as outras.
Causa espanto os gestores cancelarem e reafirmarem que o plano de estender o ramal da Linha 13-Jade com mais quatro estações até a região de Bonsucesso, onde seria também construído um pátio e oficina de manutenção e aguardaria a chedada da Linha 2-Verde “Não está mais no escopo da gestão Dória“. Ou seja, assim como aconteceu com a Linha 18-Bronze entre outras, novamente o planejamento técnico está sendo desprezado para serem tomadas medidas adaptadas sem fundamentos técnicos plausíveis, visto que a Linha-13 não previa em seu projeto original seguir até Barra Funda. Embora seja uma alternativa aceitável até Brás diante dos altos intervalos da Linha 12, levar o ramal até Barra Funda significa contrariar as leis da Física com a impossibilidade de se disputar espaço ao mesmo tempo com a linha 11-Coral, sem a retirada dos trens de carga e uma ampliação, construção e reforma de novas estações no trecho saturadíssimo entre as estações Brás e Lapa, que é o que possui a maior capacidade de se eliminar e redistribuir as múltiplas baldeações desnecessárias e desconfortáveis, e preparar para os futuros quatro Trens intercidades que hoje não existe espaço para recebe-los, se é que um dia eles irão voltar!
Só para lembrar: o nome oficial da estação é Palmeiras – Barra Funda. SAV!
Mas a maioria chama apenas de Barra Funda uai