O que até há pouco era algo remoto tem se tornado quase uma certeza: a futura estação 14 Bis-Saracura, da Linha 6-Laranja, pode ficar no papel apenas.
O imbróglio que envolve o resgate de artefatos arqueológicos encontrados em partes do canteiro de obras no Bixiga vem se arrastando há mais de 800 dias sem que uma solução exista.
Nesta semana uma reportagem da TV Globo revelou detalhes de um ofício enviado pelo governo do estado que solicita que o IPHAN, o Instituto do Patrimônio Histórico Nacional, que tome medidas urgentes para liberar a obra.
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O texto também diz que, embora ainda “hipotética”, caso o resgate dos artefatos não seja concluízo dentro do prazo a estação pode ser suprimida do projeto, “o que prejudicaria milhares de passageiros, além dos altos custos envolvidos na eventual necessidade de destruição da estrutura do túnel de via se a estação fosse construída depois”.
Em contato com a Linha Uni o site obteve um posicionamento em que a empresa afirma que necessita que áreas já com atividades arqueológicas encerradas sejam liberadas até a primeira metade de agosto “para que o cronograma não seja impactado, sem gerar atrasos ou inviabilizar a entrega da obra“.
Tatuzão se aproximando
A situação começa a ficar bastante complicada já que o Tatuzão Sul está a menos de 2 km do canteiro de obras e deve chegar à região no início de 2025, após passar pela estação Higienópolis-Mackenzie.
Enquanto isso, os trabalhos em 14 Bis-Saracura atingiram apenas 9,62% do cronograma enquanto há canteiros com quase 80% dos trabalhos realizados.
As alternativas caso a vala principal não esteja pronta a tempo são poucas e ruins. Se as escavações tiverem início nas próximas semanas, a Linha Uni pode usar uma estratégia em que a tuneladora passe direto pelo local, montando anéis de túneis onde ficarão as plataformas.
Após a chegada do tatuzão no VSE Felício dos Santos, onde será desmontado, a Acciona, que constroi o ramal, poderia então finalizar as escavações da estação e demolir o trecho de túnel provisório.
No entanto, se o impasse se prolongar e não houver evolução suficiente no ano que vem, a hipótese de cancelar a estação 14 Bis-Saracura passará a ser bastante provável.
Isso porque a concessionária tem prazos a cumprir e só começará a gerar receitas com a concessão com o início da operação, prevista para 2027 no trecho onde está a estação problemática.
O site contatou a Linha Uni, a Secretaria de Parcerias em Investimentos e o IPHAN.
O órgão federal enviou resposta, mas apenas abordando as escavações arqueológicas e não a liberação para as obras. Pedimos uma revisão e ela não havia sido enviada até a publicação deste artigo.
Veja as respostas na íntegra
Linha Uni, concessionária da Linha 6-Laranja
“Desde que assumiu o contrato de concessão da Linha 6-Laranja de metrô, em outubro de 2020, a Linha Universidade vem cumprindo tempestivamente todos os prazos e solicitações estabelecidos pelo IPHAN.
Ressalta ainda que todas as atividades de engenharia possíveis de serem executadas, em paralelo ao trabalho de resgate arqueológico, foram finalizadas. Neste momento, a Concessionária aguarda a liberação por parte do IPHAN, em áreas específicas do canteiro nas quais foram finalizadas as atividades de resgate arqueológico. Nas demais áreas, aguarda a finalização dos trabalhos de resgate.
A concessionária espera receber as liberações necessárias, até a primeira metade de agosto, para que o cronograma não seja impactado, sem gerar atrasos ou inviabilizar a entrega da obra, um projeto de infraestrutura fundamental para a mobilidade da cidade de São Paulo.”
Secretaria de Parcerias em Investimentos
“Em relação ao andamento das obras na Estação 14
Bis-Saracura, o Governo de SP informa que foram realizadas diversas
tratativas entre a concessionária, a empresa de arqueologia, e da
Comissão Monitoramento das Concessões e Permissões (CMCP) junto ao
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)
visando a celeridade no processo de aprovação das etapas do resgate
arqueológico, que se estende por mais de 800 dias desde a
identificação do sítio.
Neste momento, as obras na Estação 14 Bis-Saracura, que irá
beneficiar 60 mil passageiros/dia, estão com cerca 10% de avanço,
devido à velocidade nos trabalhos de escavação. Conforme cronograma
atual, o trecho entre Brasilândia-Perdizes será entregue em 2026 e
Perdizes-São Joaquim, em 2027.”
Instituto do Patrimônio Histórico Nacional
“Em relação à Estação 14 Bis, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) informa que não há embargo ou impedimento de nenhuma natureza à empresa de arqueologia contratada pela concessionária no canteiro do sítio arqueológico Saracura, tendo em vista que existe uma portaria de autorização de resgate arqueológico vigente.
Olha como os Orgãos Estatais podem prejudicar a população.
infelizmente quem sairá prejudicado é a população, não a concessionária que está construindo a Linha 6.
É quanto acontece essas coisas no Brasil que eu apoio o jeito chinês de desenvolvimento: não tem vasinho da dinastia ming que impede o progresso na China. O tatuzão lá passa por cima de tudo sem frescura!
O Iphan é órgão federal ligado a governo de esquerda, então há um viés político por trás, pra afetar o Tarcísio para as eleições em 2026.
Falou pouco, mas falou besteira.
Tarcísio n viabilizou essa obra, e essa estação n será inagurada antes de 2027, e n tem nada mais de esquerda doq preservar história de povos pretos, tá malucão das ideia de dizer uma coisa dessas, até pq governo n é só presidente, temos dezenas de senadores e centenas de deputados mandando no país e vcs com essa de presidente mandando em tudo quanto é coisa minúscula
Se fosse um dinossauro de um tamanho Tyrannosaurus Rex eu até aceitaria o projeto inteiro atrasar na região, agora toda essa dor de cabeça por uns míseros vasos é ridículo demais.
Os mesmos políticos que não protegem nossos museus, com constantes incêndios ou simplesmente abandonados, de repente precisam parar a obra do Metrô para proteger o patrimônio histórico.
Quem diria que São Paulo teria sua própria estação Gávea?!
O negócio seria fazer a obra de qualquer jeito e deixar essa porcaria de IPHAN pra lá, só serve pra atrapalhar esse órgão ridículo e há vários patrimônios históricos da União sem preservação nenhuma e eles vêm encher o saco aqui, estão fazendo de propósito, tem que dar um basta nisso!
O Iphan nem sabe o que está respondendo, a pergunta é sobre a finalização dos trabalhos de resgate pra liberar a obra da Estação e eles respondem como se fossem pra liberar a empresa pra fazer os tais trabalhos. É vergonhoso a forma como “metem o louco” pra não falarem q querem prejudicar a obra!
Certeza que a mensagem que eles enviaram era mensagem automática, mas não dizer que não responderam nada.
Todo esse atraso por causa de uns cacos de cerâmica e de telha. Brasil, país do atraso.
Pelo tamanho da área e a quantidade de materiais encontrados, já era pra ter sido tudo catalogado e removido há tempos. Pode-se perfeitamente preservar a história sem sabotar o presente e nem abortar o futuro, basta querer fazer a coisa a sério.
São Paulo precisa do Metrô, e isso deve ser a prioridade!
Londres, Paris e Cidade do México estão assentadas sobre camadas milenares de sítios arqueológicos, e têm redes de Metrô bem mais extensas que a de São Paulo – e em constante expansão.
Não bastasse o mi-mi-mi dos burguesinhos ter conseguido barrar as estações Três Poderes (Linha 4) e Angélica (Linha 6), agora vem o mi-mi-mi dos intelectualoides querer barrar a estratégica estação 14 Bis (Linha 6, também).
Chega dessa palhaçada!!!
Poxa, Iphan, libera aí a Bela Vista pra nós que é diferenciada
De qualquer forma, seja qual for o real motivo desse IPHAN, seja político, seja capricho, o andamento da construção dessa estação 14-bis, da Linha 6-laranja já foi ou já está prejudicado. Ou seja, uma empresa paga pelo Governo-SP teve que escavar (não entes ligados a esse Órgão Federal) pra eles interferirem, como se fossem os donos do pedaço. Melhor cancelar de vez essa estação e deixar um trecho longo entre as estações Mackenzie e Bela vista, paciência! Os moradores da região que se virem com ônibus, táxi e uber e raciocinem sobre quem realmente os prejudicou nesse episódio.
Querem preservar meia dúzia de pratos que acabar num museu pobre de conteúdo como a maioria. A cidade não precisa destes pratos e sim do metrô funcionando o mais rápido possível.
Se o Iphan disse que liberou e não estão trabalhando, tem que cobrar a empresa de arqueologia, que se chama A Lasca.