Estação 14 Bis: veja cronograma para que estação da Linha 6 possa abrir em 2029

Linha Uni precisa que Iphan libere canteiro de obras até o final de fevereiro para que ramal chegue até São Joaquim em 2027. Entenda
Estação 14 Bis-Saracura: se tudo der certo, ela pode abrir em 2029
Estação 14 Bis-Saracura: se tudo der certo, ela pode abrir em 2029 (Linha Uni)

Uma corrida contra o tempo para evitar não apenas que uma estação não se perca, mas também para que parte da Linha 6-Laranja possa ser inaugurada em 2027.

É assim que o cronograma acelerado de construção da estação 14 Bis-Saracura pretende recuperar o tempo perdido durante a retirada de artefatos arqueológicos do canteiro onde ela será implantada.

A situação é complexa, pelo que explicou a concessionária em um documento ao qual o MetrôCPTM teve acesso. Nele, a empresa detalha as razões pelas quais o prazo de 28 de fevereiro para liberação total do canteiro é tão importante.

Receba notícias quentes sobre transporte em seu WhatsApp! Clique no link e siga o Canal do MetrôCPTM.

A partir de março, se a Linha Uni obter autorização para trabalhar, a estação 14 Bis poderá atingir um estágio de construção que possibilitará que a Linha 6-Laranja possa operar até a estação São Joaquim, incluindo também a estação Bela Vista.

Já a própria 14 Bis-Saracura seguirá em obras de acabamento, instalação de sistemas e testes até janeiro de 2029, quando então seria integrada ao serviço.

A metodologia de escavação da estação 14 Bis (Linha Uni)

São, portanto, cerca de 18 meses para atingir um estágio onde as obras na estação não impeçam a operação da Linha 6 em todos os seus 15 km e 14 estações (excluindo 14 Bis).

Se isso não ocorrer, entre as alternativas restantes estão operar apenas entre Brasilândia e Higienópolis-Mackenzie (sem conexão com a Linha 1-Azul), aguardando até o fim do impasse com o Iphan, que coordena as atividades arqueológicas.

Ou, então, eliminar a estação 14 Bis-Saracura do projeto já que, depois de aberta, a Linha 6 certamente não poderá mais suspender a operação e esperar meses pela conclusão da parada – seria irresponsável escavar sobre um túnel onde passarão milhares de pessoas todos os dias.

Os prazos por nível da estação (Linha Uni)

Qualquer novo atraso em quaisquer das fases previstas no cronograma fatalmente impactará na conclusão das obras de toda da Linha 6 e na impossibilidade de operação da Estação na data programada, hipóteses que irão impor exorbitantes prejuízos ao Poder Concedente e, até mesmo, a eventual reavaliação da viabilidade de manutenção da Estação em questão, como já ressalvado“, diz documento enviado pela concessionária ao Iphan.

Vala a Céu Aberto

A estação 14 Bis Saracura será construída por meio de uma Vala a Céu Aberto (VCA), técnica que a grosso modo significa escavar um enorme ‘caixote’ de concreto até pouco abaixo do nível dos trilhos.

A metodologia escolhida pela Linha Uni utiliza estroncas, estruturas de concreto que darão estabilidade à vala. A primeira etapa irá de de 1º de março a 29 de maio, resultando na escavação do nível de bilheterias.

O corte lateral mostra como será o avanço a partir de março, caso o Iphan libere a obra (Linha Uni)

É justamente onde está grande parte dos achados arqueológicos e um dos pontos de conflito, já que o movimento no bairro que tem defendido a preservação de artefatos e referências históricas, é contra a retirada desses materiais e estruturas.

A posição da concessionária é que com elas a construção não é possível.

Caso supere essa fase, as equipes da Acciona, que é sócia da Linha Uni e executora das obras, irão escavar o segundo piso até 7 de agosto, o terceiro, em 18 de novembro, o quarto, até 19 de janeiro de 2026 e por fim o quinto e último nível, a chamada laje de fundo, em 17 de fevereiro do ano que vem.

Nessa fase serão retiradas as aduelas de concreto dos túneis montados pelo Tatuzão Sul durante sua passagem pelo local. Essas estruturas foram fabricadas e instaladas provisoriamente, até que a estação possa ser construída em técnica semelhante à estação Campo Belo, da Linha 5-Lilás.

Cronograma de barras da fase de obras civis (Linha Uni)

Comissionamento da segunda fase da Linha 6

Ainda segundo o cronograma, algumas fases da implantação da via serão iniciadas já em dezembro de 2026 e se estendarão até o fim de janeiro de 2027. Entre os trabalhos estão a instalação de catenárias, sinalização, telecom e sistemas variados.

A ideia é que em fevereiro de 2027 possam ser iniciados os testes isolados e então em meados de abril, os trens possam circular em testes pelo novo trecho até São Joaquim.

Entre o final de julho e o começo de outubro, ocorreria o comissionamento, ou seja, a fase de validação e aprovação da operação comercial. Nesse cenário, a Linha 6-Laranja passaria a abrir em toda a sua extensão em meados de outubro de 2027.

Enquanto isso, os trabalhos em 14 Bis seguiriam com a construção do prédio técnico na superfície, acabamentos, instalações e testes de sistemas até 6 de janeiro de 2029, quando então a Linha 6 ficaria completa em sua concepção original.

Cronograma após liberação das vias e conclusão da estação (Linha Uni)

Pedido de tombamento e atividades parciais

De acordo com informações recentes, a Linha Uni e o Iphan, junto com a empresa A Lasca, responsável pelas escavações arqueológicas, estão buscando uma solução final para o processo, que é dividido em várias áreas no terreno.

O Movimento Mobiliza Saracura Vai-Vai, por sua vez, protocolou em meados de janeiro uma solicitação de abertura de processo de tombamento do sítio arqueológico onde foi projetada a estação.

À medida que avançam as escavações arqueológicas, têm sido reveladas estruturas construtivas que podem estar relacionadas com a canalização do córrego Saracura, e o que parecem ser cômodos de um imóvel que pode ter abrigado um espaço de culto religioso (um terreiro)”, diz o documento encaminhado ao Iphan.

Total
0
Shares
8 comments
  1. O IPHAN e suas “defesas”. Atrasam, seguram, esperneiam e prejudicam toda uma região por conta de meia dúzia de artefato dos anos 1960 aos invés de preservarem monumentos realmente importantes para a história brasileira, como a Catedral em Salvador que desabou. Preferem prejudicar o povo e a construção de uma linha de metrô, por conta de uns objetos que ninguém até hoje deu falta.

    Se fosse algo que remonta a época que São Paulo estava sendo fundada ou até mesmo da pré-história, ok, mas uns itens destes… pelo amor.

    Deve ser revoltante fazer parte da equipe de engenharia da linha 6 e ter que ver o IPHAN segurando a obra por conta disso!

  2. A igreja em Salvador teve o teto desmoronado, causando a tragedia de uma moça que perdeu vida. E tudo isso por negligência desse mesmo IPHAN. Se preocupam onde não deve e ignoram o que tem que ser cuidado.

  3. Esse iphan já conseguiu atrasar a obra. Isso é ponto pacífico. “Talvez” em 2026, ano de eleição, “talvez”, eles deixem toda essa exigência pra lá e liberem a obra na 14 bis. Creio que a maior prejudicada seja a classe trabalhadora e estudantil daquela região, assim como os moradores do bairro e imediações. Claro, que houve ou há interesse de alguns, para que a quadra da escola de samba permanecesse no local, ou preferência pelo tombamento do local, por conta de tais artefatos, tal como reivindica o tal “movimento”, o qual, tenho minhas dúvidas se realmente representa a maioria dos habitantes do bairro. Ao final, caso não seja mesmo construída tal estação, haverá um trecho longo a ser percorrido de Higienópolis/Mackenzie até Bela Vista. Perde-se uma estação, lamentavelmente, mas se ganha tempo na viagem.

  4. Que completo absurdo. Caberia a população algum tipo de protesto ou mesmo ação na justiça para que se libere a obra junto a centenas de assinaturas de pessoas que se beneficiariam desta importante obra para mobilidade das pessoas.

  5. Na boa, se fosse eu, desistiria da estação e mandava essa galera que defende pra aquele lugar. “Fiquem aí com seus artefatos!”
    “Aí a população local seria prejudicada”. Sim, infelizmente, graças a esses ignorantes.

  6. Não sei por que estas escavações arqueológicas demoram tanto? Descobriram alguma coisa relevante? Acho que nem na Cidade do México devem ter atrasado a construção de uma estação de metrô por causa de escavações arqueológicas e lá foi a capital do Império Asteca.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Previous Post
Funcionários da TIC Trens recebem treinamento de manuntenção da via permanente

TIC Trens realiza treinamento de manutenção na via permanente da Linha 7-Rubi

Next Post
Ampliação da Estação São Joaquim avança (Jean Carlos)

Tatuzão da Linha 6-Laranja vai passar por baixo da Linha 1-Azul no fim de semana

Related Posts