Repetida à exaustão pelo governador Geraldo Alckmin sempre que fala sobre a Linha 5-Lilás, a frase “linha da saúde” encontra sentido ao menos em uma das novas estações, a AACD-Servidor. Como o próprio nome diz, ela atenderá os hospitais do Servidor Público, AACD e também Edmundo Vasconcelos, todos a poucos metros dela. Por essa razão, a parada tem um projeto diferenciado que privilegia a acessibilidade como nenhuma outra da linha.
O blog visitou a estação no sábado (16) e adianta aqui algumas novidades de AACD-Servidor, hoje a mais adiantada do novo trecho. Localizada no cruzamento das ruas Pedro de Toledo e Ascendino Reis, bem ao lado da movimentada avenida 23 de Maio, a estação fica entre as futuras paradas Hospital São Paulo (ao lado do hospital homônimo) e Moema, próxima da Igreja do mesmo nome.
É uma estação profunda, com 36 metros da superfície até a via dos trens, mas que possui apenas dois pisos – outros dois andares estão reservados a um estacionamento com capacidade para 220 automóveis e que será concedido para a iniciativa para exploração. A ideia é que ele absorva os passageiros que precisam utilizar os hospitais da região e também quem prefere deixar o carro ali e seguir viagem pela rede metroferroviária.
Elevadores largos
Mas é a acessibilidade para pessoas com deficiência que tornam AACD-Servidor tão diferente de outras estações do Metrô. Logo no acesso principal já se nota a presença de dois elevadores na cúpula, onde normalmente temos apenas um. Não é só: do outro lado da rua Pedro de Toledo, o acesso secundário é amplo e também oferece dois elevadores, sendo um com 1,1 metro de largura, capaz de receber cadeirantes, por exemplo.
Como os dois primeiros pisos são para o estacionamento, os usuários descerão dois longos lances de escada para chegar ao mezanino, onde está a linha de bloqueios, bilheteria e sanitários, entre outros. Ao passar pelas catracas os passageiros seguirão para as laterais da estação já que nesse trecho as vias estão juntas, ao contrário do trecho recém-aberto.
Assim como no piso térreo também no mezanino encontramos dois elevadores por plataforma, desta vez panorâmicos e instalados no mesmo poço. Ao descer até a plataforma mais uma surpresa: ela é muito larga, praticamente o dobro do usual – mais um sinal da preocupação com acessibilidade.
Acabamento superior
Além da larga, a plataforma de AACD é alta, o que confere uma amplidão incomum à estação – algo que deve se repetir em Eucaliptos e Moema, cuja concepção arquitetônica é semelhante. Até o comprimento da plataforma é maior que o usual por conta de uma área destinada a tubulações em uma das pontas.
AACD-Servidor não impressiona apenas por isso. Construída num ritmo mais constante, ela exibe um acabamento superior ao que vimos em Borba Gato e Alto da Boa Vista. Há várias paredes revestidas com pastilhas na cor lilás, semelhante ao que vemos na Linha 4-Amarela. O piso de entrada da cúpula também utiliza três tipos de materiais e o alinhamento é bem mais cuidadoso do que conferimos nas primeiras estações entregues – um sinal claro da pressa em entregá-las.
Os trabalhos da obra civil, segundo os engenheiros do Metrô, estão no fim. Falta concluir parte do piso térreo da praça e alguns detalhes de acabamento – as placas de sinalização, por sua vez, já estão quase todas instaladas. Nas próximas semanas a estação deverá receber elevadores, escadas rolantes e sistemas em geral. Também é aguardada a instalação das portas de plataforma (PSD) até o final do ano. A impressão geral é que AACD-Servidor está em acordo com a previsão do governo de entregar o trecho até dezembro, embora isso depende da outros fatores como a estação Campo Belo, o sistema de sinalização (CBTC) e rede aérea. Esta última, aliás, já é visível nos túneis.
O consórcio responsável pela estação é o mesmo que constrói Hospital São Paulo, cujas obras estão um pouco mais atrasadas, segundo relato de um funcionário. Com um pouco de sorte e pressa no calendário, os futuros passageiros que utilizarão AACD-Servidor logo poderão conferir in loco nosso relato.