A estação FAAP-Pacaembu promete ser uma das mais importantes da Linha 6-Laranja por facilitar o acesso para ao menos dois endereços icônicos de São Paulo, a Faculdade Armando Alvares Penteado e o Estádio do Pacaembu.
Sua implantação, no entanto, é uma das mais complexas do ramal e por vários motivos, entre eles a geologia, as diferenças de cotas entre seus acessos e também a existência de edificações bastante elevadas na área.
Por essas razões, a Acciona, construtora que implanta a linha, decidiu mudar o projeto original da estação, que previa uma construção mais simples, com um poço principal central de 37 metros de diâmetro e 57 metros de profundidade na esquina das ruas Sergipe e Ceará, por um arranjo com três poços e dois túneis de ligação.

Essa nova concepção foi detalhada pela empresa espanhola durante um evento recente, onde também foram disponibilizadas algumas ilustrações do projeto.
Segundo a empresa, o perfil geotécnico de FAAP-Pacaembu possui cinco diferentes “compartimentos geológicos”, que vão de aterros e aluviões quaternários, a Formação São Paulo, a Formação Resende e o Complexo Embu.
Poço deslocado para a ponta da plataforma
“Esta diversidade geológica implica em desafios distintos para cada fase da construção, incluindo problemas como adensamento de depósitos aluvionares, controle do nível d’água nas formações permeáveis das areias e potencial de escavação em gnaisse”, disse a Acciona.

A solução encontrada foi deslocar o poço principal para uma das pontas da plataforma, o chamado Poço Pacaembu. Ele terá 41,6 m de diâmetro e 38 m de profundidade.
A partir dele estão sendo construídos três túneis em NATM, o principal, com cerca de 90 m de extensão e que inclui o corpo da estação e as plataformas, um túnel secundário de conexão ao Acesso Bahia com 31 m de profundidade e formato elíptico, e por fim um túnel que se conecta ao Acesso FAAP, com 19,4 m de diâmetro e 13 m de profundidade.
Acessos em níveis diferentes
O novo projeto permitiu afastar a estação de fundações profundas de prédios vizinhos. Além disso, as salas técnicas serão subterrâneas numa vala do Acesso Pacaembu, portanto, distante das áreas mais verticalizadas.
Um corte ilustrado da estações revela de forma bastante clara como ficará FAAP-Pacaembu. O Acesso Bahia, numa posição mais elevada, terá um corpo oval e onde os passageiros descerão até o fim do poço para chegar ao túnel de acesso no segundo piso do Acesso principal (Pacaembu).

Ao descer mais um nível, eles encontrarão o fluxo de passageiros do Acesso FAAP e onde estarão os bloqueios e a sala SSO.
Mais um piso intermediário que será o mezanino da plataformas e bastará mais um lance de escadas para chegar no piso de embarque e desembarque.
Imagens de março mostram que as obras estão evoluindo nos três poços, com 49% de conclusão. A expectativa é que FAAP-Pacaembu seja inaugurada em outubro de 2027, juntamente com outras quatro estações da segunda fase.
Eles tem que mudar o nome dessa estação para Pacaembu – FAAP – Mercado Livre Arena.
Mais um pouco vira uma redação do Enem
Na esquina das ruas Sergipe e Bahia (sentido praça Buenos Aires), tem uma área da L6 que pensei que seria um acesso também, mas se não é o caso, o que é que vão fazer ali?
Considerando que os naming rights estão na moda, alguém sabe dizer se a inclusão do nome faap nesta estação foi feita através de definição de naming rights? Ou foi somente por mera associação?