Uma novela que se arrasta há anos enfim está perto de ter um desfecho positivo. A construção da estação João Dias, na Linha 9-Esmeralda da CPTM, deve sair do papel finalmente. Nesta sexta-feira o governador João Doria anunciou oficialmente que a incorporadora Tegra, ex-Brookfield, ofereceu-se para construir a nova parada e doá-la para o governo do estado.
A informação foi publicada no Diário Oficial no dia 1º de março como uma Manifestação de Interesse Privado (MIP) e por isso tem até o dia 5 de abril para que outros possíveis interessados façam ofertas iguais ou superiores à da Tegra. Mas é praticamente impossível que isso ocorra afinal a incorporada possui um interesse especial pelo empreendimento.
Em frente ao local onde será erguida a estação fica localizado o Complexo 17007 Nações Unidas, um conjunto de torres empresariais construído pela Tegra e inaugurado no ano passado. Desde o lançamento do projeto, há cerca de 10 anos, a empresa considerava construir a estação para a CPTM a fim de potencializar o uso de seu empreendimento.
Mas, apesar do interesse, o projeto da estação evoluiu a passos de tartaruga graças à inércia do estado em compreender uma situação como essa. Na gestão Alckmin, a CPTM até aceitou que a Tegra fizesse todo o projeto executivo da estação, localizada próxima à ponte João Dias, sem custo algum, mas demorou tempo demais para equacionar uma forma de receber essa doação mesmo com a intenção da empresa privada de oferecer o necessário para que ela virasse realidade.
Finalmente, no início deste ano, a gestão Doria, que desde o início tem se mostrado mais favorável à ajuda do setor privado, aproveitou a oportunidade para dar luz verde para o projeto que ainda deve levar três anos para sair do papel. Ou seja, a nova estação só deve começar a funcionar por volta de 2022. Embora não tenha detalhado os motivos para um prazo tão longo possivelmente isso tem a ver com o fato de a estação exigir que se desloquem as vias da Linha 9 e também que seja interditada parte da pista da Marginal Pinheiros para que a construção comece. Intervenções certamente delicadas na região onde há constantes congestionamentos.
Quantas estações João Dias poderiam sair do papel?
O episódio da estação João Dias demonstra como o setor público ainda não sabe entender o potencial que tem nas mãos. Mais do que pensar em conceder a operação de linhas de metrô ou de trem metropolitano, cujo retorno financeiro para o setor privado acaba sendo definido por contrato, permitir que empresas explorem estações com enorme potencial comercial é uma saída natural para destravar investimentos.
Se uma estação da Linha 9 com previsão de movimento de 10.500 usuários por dia, uma média apenas razoável, é capaz de atrair um investimento de R$ 60 milhões a fundo perdido imagine-se quanto o governo deixou de receber (ou gastar) se tivesse concedido a construção de uma estação como a Pinheiros da Linha 4-Amarela cujo movimento diário é 15 vezes maior? O que um grupo privado não teria feito na área onde estão hoje as duas estações e o terminal de ônibus? Certamente algo muito mais produtivo e interessante para os passageiros e frequentadores da região.
Para isso, no entanto, é preciso antes de mais nada criar um mecanismo mais transparente e rápido para que manifestações de interesse como a da Tegra sejam efetivadas o quanto antes e não esperem anos para se concretizarem. Que a experiência da estação João Dias seja apenas começo de uma nova mentalidade.
Gostaria de saber quando vai iniciar a segunda fase da linha 13jade, porque eu nunca vi em nenhum lugar do mundo uma linha de trem com apenas 3 estações, e para chegar até a Sé, nós temos que fazer várias baldeações gente por favor, isso é uma vergonha, daí depois a CPTM e outros jornais reclamam, que não está tendo muita aderência a linha 13jade, é claro que não vai ter, desse jeito? Sem condições…..