O movimento ainda é tímido a aparentemente sem conexão, mas a futura estação João Dias começou a sair do papel, após anos de negociações e promessas. Depois de autorizar o início dos trabalhos em janeiro, o governo do estado afirmou na última sexta-feira, 10, que as obram haviam começado, ao mostrar imagens de funcionários da construtora Telar, responsável pela construção, preparando materiais que serão usados no desvio dos trilhos da Linha 9-Esmeralda.
Além disso, a Telar já cercou com tapumes a área onde será levantado a acesso da estação, dentro do terreno do condomínio corporativo Alpha Sigma Towers, construído pela Brookfield, que bancou a obra de cerca de R$ 60 milhões.
Para permitir que as obras ocorram onde hoje passam as duas vias da Linha 9, a CET interditou uma faixa da Marginal Pinheiros e a Telar terá a missão de implementar um desvio dos trilhos. Segundo documento que faz parte da concessão das Linhas 8 e 9, a construtora “executará a construção de uma via permanente provisória, eletrificada, designada desvio, no lado do Rio Pinheiros e ajustando a outra via para que duas vias fiquem isoladas da obra“.
A grosso modo, com isso os trens que hoje vão no sentido Grajaú passarão a utilizar essa nova via na área onde está a ciclovia enquanto as composições com destino a Osasco ocuparão parcialmente a via contrária. Desde as obras da Linha 17-Ouro terem interrompido a ciclovia entre a ponte João Dias e a Usina da Traição, os ciclistas estão utilizando uma outra pista do lado do oposto da Marginal.
A nova estação João Dias terá uma infraestrutura mais generosa se comparada à de outras paradas da Linha 9. No acesso, existirão duas escadas rolantes, além da fixa e elevadores, algo que não é visto por exemplo na estação vizinha Granja Julieta. A Brookfield, por meio da Telar, deverá entregar a estação completa, com exceção das duas vias permanentes e rede aérea na nova configuração que ficarão a cargo da futura concessionária das linhas 8 e 9 – a CPTM pretende licitar ambas ainda em 2020.
Próxima do corredor João Dias
O interesse demonstrado pela Brookfield em doar a estação se explica pela valorização do seu empreendimento, com duas torres corporativas de alto padrão. A facilidade de acesso é um dos aspectos que mais atraem empresas por conta do benefício existente para seus funcionários. Basta notar como outras estações da Linha 9 são movimentadas onde existem pólos de emprego como Morumbi, Vila Olímpia e Berrini.
A região onde será implementada ainda carece de uma infraestrutura tão grande, sendo constituída em sua maioria por galpões de fábricas e outros serviços. Mas esse cenário certamente mudará em meio à construção da nova estação, que de quebra está a pouco mais de 500 metros de um ponto de ônibus do corredor João Dias.
Curiosamente, mesmo com a inserção da estação João Dias, a distância entre as estações nessa região continuará imensa. Até Granja Julieta será cerca de 1.700 metros e Santo Amaro, mais de 2 km, um sinal de que em tese seria possível construir mais paradas no ramal da CPTM.