A Linha 19-Celeste do Metrô de São Paulo teve os documentos dos editais disponibilizados pela companhia nesta terça-feira, 25.
Dividida em três lotes, a licitação deve ocorrer em 04 de junho por meio de pregão eletrônico via o sistema de compras do governo federal.
Com 17,6 km e 15 estações em sua fase inicial, a Linha 19 ligará Guarulhos ao centro da capital paulista e terá uma demanda de cerca de 630 mil pessoas por dia.
As obras deverão ter início em 2026 e contarão com três tatuzões de grandes dimensões, algo inédito no Brasil.
Cada contratada terá como responsabilidade operar um deles em seu lote, de forma a acelerar o processo de construção.
A divisão das obras civis em três lotes também indica que os participantes do leilão deverão ser empresas bem estruturadas já que o escopo é bastante amplo se comparado com as licitações que o Metrô lançou para a expansão das linhas 2-Verde e 5-Lilás, geralmente divididas em duas estações e poços de ventilação.
O Lote 3, contudo, deverá ser o mais desafiador dos três. Ele envolve a construção do trecho entre a estação Vila Maria e o VSE Bixiga, com cinco estações e seis poços de ventilação.

Estações especiais
São elas as estações Catumbi, Vila Teles, Cerealista (antiga Pari), São Bento e Anhangabaú. O trecho terá cerca de 6,6 km dos quais 5,9 km serão escavados pela tuneladora, que partirá de Vila Maria em direção ao centro velho – esta estação faz parte do Lote 2, que apenas a liberará para a montagem do equipamento.
Das cinco paradas, duas são chamadas pelo Metrô de “estações especiais”, São Bento e Anhangabaú. O motivo é esperado: elas farão a ligação com as linhas 1-Azul e 3-Vermelha, atraindo grande parte da demanda de passageiros.
Mas é na complexidade de sua implantação que reside o desafio que será assumido pela futura contratada. Localizadas em uma região adensada e ocupação de centenas de anos, as duas estações passarão por trabalhos delicados.

Segundo a companhia essas estações possuem “grande complexidade construtiva em vista das características geológicas, importância urbana e por estar rodeadas de edifícios tombados”.
No caso de São Bento, foi preciso encontrar um espaço que minimizasse as interferências do túnel João Paulo II além da galeria do Córrego Anhangabaú, canalizado.
Há também construções icônicas como o Prédio dos Correios e o Viaduto Santa Efigênia e por isso a estação será construída a partir de um poço circular de 38 metros de diâmetro na Praça dos Correios, que servirá como local para acesso até as plataformas.

Em um prédio em frente estará o Acesso C (Oeste) enquanto o Acesso A ficará na praça, abaixo do viaduto. Do outro lado do vale, o Acesso B (Sul) será construído na saída da estação da Linha 1-Azul.
Haverá um segundo poço de 31 metros de diâmetro que servirá para os túneis de interligação entre as duas paradas, incluindo a área paga.
O Metrô espera por uma demanda diária de 125 mil pessoas em São Bento, que terá cinco níveis até a plataforma. O acesso C também aproveitará o potencial construtivo para oferecer oito pavimentos superiores para comércio e serviços.
As plataformas da estação da Linha 19 serão laterais e terão uma leve curvatura, com largura de 7 metros, incluindo as portas de plataforma. Ao todo, a estação São Bento terá 18.345 m² de área construída.

Ampliação da estação Anhangabaú da Linha 3
A futura estação Anhangabaú da Linha 19 ficará sob a Praça da Bandeira e também exigirá uma complexa implantação por método NATM.
Serão abertas três valas a céu aberto, uma delas ao sul, na altura da Rua Santo Amaro, além de outras intervenções na área onde está o terminal de ônibus, outra a leste e também a oeste.

Haverá um edifício de dois pavimentos na Passarela do Piques, que será o único acesso ao nível da rua. Os passageiros poderão, contudo, utilizar os acessos ampliados da Linha 3 para chegar à Linha 19.
O Metrô construirá dois túneis em direção às pontas de plataforma da estação da Linha 3, que terá plataformas e mezaninos ampliados para comportar a demanda extra.
Por falar nisso, a companhia espera que Anhangabaú atraia cerca de 78,5 mil passageiros por dia.
Bom, bacias sedimentares são mais suscetíveis a apresentarem artefatos históricos, o leito do Anhangabaú é um sitio histórico com ocupação anterior ao período colonial. Cabe ao Metrô fazer uma minuciosa investigação no local, para evitar contratempos como na 14 Bis
Parabéns pela reportagem!!! Isso sim é um jornalismo do mais alto nível.
Metrô raiz: est. São Bento da linha 1 construída nos anos 70, do nível do vale já se vê uma das plataformas, sendo que metros adiante o túnel já precisa passar sob o rio Anhangabaú na rua Carlos de Souza Nazaré. Est. Anhangabaú da linha 3 tem plataforma acessível após 2 lances de escada, sendo que rio Anhangabaú passa pouco acima da plataforma.
Metrô nutela: ene lances de escadas pra se chegar à plataforma nas profundezas do inferno.
Sorte nossa que linhas 1 a 3 foram construídas décadas atrás…
Nutella demais respeitar a fundação dos edifícios históricos e evitar acidentes né
a duas estações deveria ser lote 4 , apenas . para evitar contratempos com o restante do lote 3
e também deveria ter um plano B, por exemplo : porque não usar a estação Tiradentes, que tbm é azul , e santa Cecilia duas manos estações as moscas , especialmente Tiradentes.